Na semana, a curva a termo fechou com pequeno ganho nos níveis de inclinação. O spread entre os vértices DI jan/22 e jan/27 terminou em 324 pontos, de 320 na sexta-feira anterior (4).
Outros condutores que influenciaram o movimento da curva ao longo da semana foram:
- a taxa da T-Note de dez anos bateu a mínima dos últimos três meses,
- a curva de juros já precifica Selic fechando o ano perto de 7%, acima do nível considerado neutro, e em torno de 8,5% em 2022,
- a Petrobras anunciou redução no preço da gasolina,
- novas revisões para cima dos números de inflação, PIB e Selic aumentam a expectativa do mercado por uma resposta do Copom, que pode assumir um tom mais hawkish se remover a indicação de uma normalização parcial no seu plano de ajuste da taxa básica de juros,
- a inflação ao consumidor dos EUA em maio veio acima do consenso, mas os pedidos semanais de auxílio-desemprego além do esperado ajudaram a sustentar a avaliação de que o banco central americano deve optar, por enquanto, por manter a cautela na sua política monetária,
- o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que ainda vê os choques sobre a inflação como temporários,
- e receios com o cenário fiscal reforçados por declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele sinalizou para a extensão em “dois ou três” meses do pagamento do auxílio emergencial seguido de um programa “reforçado” para substituir o Bolsa Família.
O dólar no mercado à vista encerrou a semana cotado em R$ 5,1227, acumulando valorização de 1,73%, a maior desde 21 de março. A elevação põe fim a duas semanas consecutivas de baixas, que levou a moeda americana para bem perto de R$ 5,00.
Após dados de inflação voltarem a surpreender no Brasil, EUA e outras partes do mundo, como a China, cresce a expectativa pelas decisões de juros do Fed e Copom na quarta-feira (16). A perspectiva é sobre alguma sinalização por parte do Banco Central americano sobre o processo de redução de compras de ativos e a avaliação da inflação.
Semana de 14 a 18 de junho
Os destaques da agenda doméstica são a reunião de política monetária do Banco Central na quarta-feira (16) e a entrega do relatório da Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobrás.
Sobre o Copom, a aposta majoritária é de alta de 75 bps para a Selic nesta reunião de junho. A taxa está em 3,5%. A grande expectativa é pelo tom do comunicado, sobretudo se o colegiado vai retirar o termo “parcial” quando se refere ao processo de recomposição da Selic.
No exterior, o ponto alto é a reunião do Fed também na quarta-feira, com o mercado igualmente de olho na comunicação do banco central americano, uma vez que não se espera nenhuma mudança de curto prazo na taxa de juros, hoje na faixa entre zero e 0,25%.
Fonte: Broadcast