Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 161

Curva de Juros Futuro do DI em 20/08/2021

Curva de Juros Futuro do DI em 13/08/2021

Highlights (Resumo): Terceira semana de Alta nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): temores relacionados ao cenário fiscal com risco do rompimento do teto de gastos, imbróglio político acerca do pedido de impeachment de ministro do STF e Covid Delta.

Destaque(s):  Fiscal, Política e COVID.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

O Relatório de Mercado Focus alterou a previsão para o IPCA este ano pela 20ª vez seguida, de alta de 7,05% para 7,11%, bem acima do teto da meta de 2021, de 5,25%. Há um mês, estava em 6,56%. A projeção para o índice em 2022 subiu pela quinta semana consecutiva, agora de 3,90% para 3,93%. Quatro semanas atrás, estava em 3,80%. A meta de 2022 é de 3,50%.

A intensa volatilidade que marcou os juros futuros ao longo da semana refletiu os temores relacionados ao cenário fiscal: reforma do Imposto de Renda, PEC dos Precatórios, aumento do Bolsa Família e risco de rompimento do teto de gastos. O diferencial entre os vértices DI jan/22 e jan/27 fechou em 330 pontos, de 320 pontos na sexta-feira anterior (13).

Outros fatores que também contribuíram para o aumento do prêmio de risco na curva de juros foram:

  • a indicação do presidente Bolsonaro de que vai pedir impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF),
  • as preocupações com a disseminação da variante delta do coronavírus e seus impactos, sobretudo nas grandes economias como a da China, que já apresentou dados fracos de indústria e varejo em julho,
  • as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizendo que a autoridade monetária fará o que for preciso para colocar a inflação na meta,
  • a grande repercussão da decisão da consultoria Eurasia de rebaixar a trajetória de longo prazo do Brasil de neutra para negativa,
  • a sinalização do Fed em ata de política monetária que poderá começar a reduzir suas compras de ativos (tapering) antes do fim do ano,
  • a decisão do Tesouro de antecipar o anúncio do edital do leilão e ofertar lotes mínimos de títulos prefixados,
  • e membros do governo e da equipe econômica defendendo a responsabilidade fiscal.

O dólar à vista fechou a semana em alta de 2,66%, cotado a R$ 5,3848, acumulando valorização de 3,36% em agosto.

Os vetores que influenciaram os preços da moeda americana foram:

  • a forte insegurança do mercado com o quadro fiscal, político e institucional do Brasil,
  • com temores de não cumprimento do teto de gastos em meio aos debates sobre a PEC dos Precatórios, a reforma do Imposto de Renda e reajuste do Auxílio Brasil,
  • os sinais da equipe econômica de comprometimento com a manutenção do teto de gastos,
  • a cautela com as novas medidas da China de regulação ao setor de tecnologia, a queda do petróleo e ecos da ata do Fed,
  • as preocupações com o impacto da variante delta de coronavírus na atividade mundial e conflitos geopolíticos,
  • e as declarações do presidente da distrital do Fed de Dallas, Robert Kaplan, tido como ‘hawkish”, que pode mudar de opinião quanto ao início da redução de estímulos monetários (‘tapering’) em outubro deste ano por conta das incertezas provocada pelo avanço da variante Delta.

Semana de 23 a 27 de agosto

No Brasil, o IPCA-15 de agosto na quarta-feira (25) é um dos principais pontos da agenda da semana. Ainda na quarta-feira, a nota do setor externo de julho e, na sexta-feira (27), tem a nota de crédito do BC de julho, geração de emprego formal em julho pelo Caged e a Aneel divulga a bandeira tarifária de setembro.

A agenda internacional tem como destaque o Simpósio de Jackson Hole do Fed que começa na sexta-feira, e que tem em sua programação discurso do presidente da autoridade, Jerome Powell. Na quinta-feira (26), o BCE publica a ata e saem os pedidos de auxílio-desemprego e PIB dos EUA do 2º tri (segunda leitura). Na sexta-feira é a vez do índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos EUA, medida de inflação preferida do Fed.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros do Tesouro Direto

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI