Acompanhamento dos Rendimentos Mensais de Carteiras de Investimentos em Renda Fixa
Começamos ressaltando que trata-se de um projeto de cunho educacional, não existe sugestão ou indicação de investimento em nenhuma das carteiras.
É aprender sobre a Renda Fixa acompanhando o mercado, é ter a visão prática e real.
O intuito é contribuir para elevação das discussões sobre investimentos em Renda Fixa no Brasil.
Acreditamos que com a obrigação da Marcação a Mercado de vários ativos de Renda Fixa, fato ocorrido em janeiro de 2023, a necessidade do entendimento sobre comportamento dos ativos de Renda Fixa ficará ainda mais latente.
No dia 08/11/2024 a Selic-Meta subiu 50 pontos-base .
O Mercado de Juros Futuros (DI da B3) elevou as expectativas de altas em relação ao mês anterior.
A projeção para as próximas 16 reuniões do Copom subiu de +187 ptb para +282 pontos-base.
Olhando para o fim de 2025, a expectativa de alta subiu de +225pontos-base para +357 pontos-base, com o CDI terminal subindo de 13,45% para 14,73% em dezembro de 2025.
Para o final de 2024 (próxima reunião), a expectativa de alta subiu de +56 pontos-base para +91 pontos-base, com o CDI terminal subindo de 11,76% para 12,07%.
As expectativas dos economistas, extraídas do Boletim Focus (Mediana dos últimos 5 dias), também subiram.
A projeção para as próximas 16 reuniões disponíveis do Copom sai de cortes totais -150 pontos-base para 0.
Olhando para o fim de 2025, o CDI terminal subiu de 11,40% para 13,15% em dezembro de 2025.
Para o final de 2024 (próximas reunião), a expectativa subiu em +50 pontos-base de alta para 75 ptb, com o CDI terminal saindo 11,65% para 11,90%.
O mês de novembro de 2024 foi de alta nas Taxas de Juros, assim como agosto, setembro e outubro.
O IMA-S rendeu 0,83% no mês (carteira de Tesouros Selic), o IDA-DI valorizou-se 0,87% (Debêntures CDI – Anbima) e o IDA-IPCA Infra -0,47% (carteiras de debêntures IPCA+ Anbima).
O CDI rendeu ► 0,79% no mês de novembro de 2024.
Destaque positivo da Renda Fixa do mês para o IDA-DI.
O menor retorno da carteira de Renda Fixa ficou para o Pré de 5 anos -2,58% no mês.
A parte de inflação dos títulos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,41% no mês de outubro de 2024.
O Ibovespa perdeu -3,12% e o Dólar teve retorno positivo de +4,77% no mês.
Nenhuma carteira superou o CDI em novembro de 2024.
Novembro foi um mês negativo para os ativos locais. O assunto onipresente nas quatro últimas semanas foi o mais do que aguardado pacote de corte de gastos do governo. O anúncio da proposta estava prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para assim que se encerrasse o segundo turno das eleições municipais, no final de outubro. A demora pelo anúncio foi o primeiro ponto que pesou negativamente. Faltando dois dias para encerrar o mês, foi anunciado o pacote, que trouxe mais aversão aos investidores por conta do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) do que otimismo com o plano de conter os gastos.
Diante deste cenário, o principal índice da bolsa brasileira encerrou novembro com queda de 3,12%, aos 125.115,16 pontos. Na semana, caiu 2,68%. No mercado de câmbio, o dólar renovou recordes nominais históricos, chegando a ser negociado na máxima intradia de R$ 6,1155 na manhã desta sexta-feira, 29. No mês, o dólar subiu 3,81% e, na semana, 3,21% Na renda fixa, as taxas de juros dispararam e chegaram a subir mais de 30 pontos-base em uma única sessão, devolvendo um pouco do prêmio no final do dia.
Na quinta-feira, 28, o governo Lula detalhou a lista de medidas fiscais para contenção de gastos públicos. A projeção da equipe econômica é de que as iniciativas promovam uma economia aos cofres públicos de R$ 327 bilhões entre 2025 e 2030, e de R$ 71,9 bilhões entre o próximo ano e 2026. O impacto seria de R$ 30,6 bilhões em 2025, R$ 41,3 bilhões em 2026, R$ 49,2 bilhões em 2027, R$ 57,5 bilhões em 2028, R$ 68,6 bilhões em 2029 e R$ 79,9 bilhões em 2030.
“O Ibovespa segue descontado, com revisões de lucro para cima, mas falta algum gatilho para o fluxo voltar [investidor estrangeiro]. A expectativa era com o ajuste fiscal, que demorou para vir e quando veio, chegou acompanhado, de uma perda na arrecadação com a isenção de salários até R$ 5 mil. Jogou água no chopp, fazendo o dólar bater R$ 6,00 pela primeira vez na história, então a esperança de um rali deu uma minguada”, explicou Thiago Tavares, analista da Lumi.
Tavares destaca ainda que o mercados brasileiro está com boas oportunidades de investimentos, porém, a alta do dólar vem pressionando o cenário de inflação, fazendo com que o investidor siga preocupado se o Comitê de Política Monetária (Copom) irá seguir elevando juros para conter a inflação, prejudicando o momento de entrada do investidor em bolsa, por exemplo. “Falta visibilidade do que poderia animar o mercado”, pontua.
Dois outros assuntos também foram tema relevante em novembro. O primeiro foi a eleição de Donald Trump para presidir a maior economia do mundo. No dia em que foi consagrado vitorioso da eleição, o real apresentou o melhor desempenho ante a moeda americana no mundo, sendo uma das poucas a se valorizar. O resultado abriu espaço para uma realização dos lucros recentes, uma vez que a cotação estava bastante esticada nas semanas anteriores. Outro ponto foi a percepção dos agentes de que a agenda fiscal se tornou ainda mais prioritária agora, com a volta de Trump ao poder.
Com menor interferência nos mercados, mas não menos importante, novembro também foi marcado pelo relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, general Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e mais 33 investigados nas Operações Tempus Veritatis e Contragolpe. A PF atribui ao ex-presidente, militares de alta patente e aliados os crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. Somadas, as penas máximas previstas para esses delitos chegam a 28 anos de prisão.
Fonte: Broadcast