Mas porque não considerarmos percorrer todo o percurso?
Imagine que deseja percorrer um caminho desconhecido de 1000 km (a pé para ser mais divertido, rs) . Por mais que você seja um ótimo vidente e tenha estudado outras estradas, desconsiderar as possibilidades de intempéries pode ser uma atitude não muito inteligente. Dependendo da adversidade e das condições da estrada desconhecida, pode ser que seja forçado a encerrar a jornada em um local ermo e difícil, muito embora também pode ocorrer de encontrar uma cabana confortável de uma bela(o) hospedeira(o) .De qualquer forma deve-se estar preparado para as duas situações (vai pelo encantamento com aquele que te hospeda, você encerre a viagem, mesmo sem a adversidade?)
Agora escrito de maneira decente para mundo dos investimentos: Imagine que deseja investir em um Ativo Prefixado com 5 anos para vencer. Por mais que você seja um ótimo vidente, desconsiderar as possibilidades de venda antecipada pode ser uma atitude não muito inteligente. Como os ativos sofrem o efeito da marcação a mercado e seus preços são atualizados às condições de mercado do momento, você pode se surpreender (positiva ou negativamente) com o resultado da operação dessas saídas intermediárias.
Por mais que saibamos que os históricos passados não revelam muito sobre o futuro, podemos utilizar ferramentas estatísticas e gráficos para comparar os comportamentos dos caminhos, dadas as circunstâncias acontecidas no passado. Caso aconteça algo novamente parecido (o que é pouco provável, pois mais certo é acontecer o pior ou o melhor) podemos esperar os impactos relativos para cada tipo de caminho.
Embora a grande maioria dos veículos prefira percorrer as estradas do %CDI, existem ótimos passeios pelos circuitos do IPCA e Prefixado com riscos condizentes.
Bem, vamos analisar historicamente cinco tipos de trajetos, numa janela temporal dos dois últimos anos (31/01/2017 à 31/01/2019). Assim podemos verificar como as estradas foram construídas no período diante das circunstâncias geradas pela marcação à mercado. Trata-se de simulações históricas para o CDI, Renda Fixa Prefixada, Renda Fixa atrelada à inflação(IPCA) e Ibovespa.
Para tanto utilizaremos o CDI (CDB 100% CDI), os índices da Anbima: IDka Pré 2 anos, IDka Pré 5 anos, IDka IPCA 5 anos, IDka IPCA 10 anos; e, como parâmetro de comparação da Renda Variável, o Ibovespa (Bolsa de Valores).
Através dos IDkas da Anbima podemos calcular as rentabilidades oriundas dos movimentos nas curvas de juros nominal e real. Como os IDkas possuem uma duration constante, podemos verificar sua série histórica sem nos preocuparmos com o decaimento do prazo, consequência da diminuição do número de dias úteis até o vencimento. Lembrando que a duration está diretamente relacionada às variações nos preços, pois quanto maior a duração maior o impacto nos preços dadas às variações nas taxas.
Para facilitar as análises traremos os Resultados Brutos. Dependendo do veículo escolhido os resultados líquidos podem mudar consideravelmente (com ou sem IR, taxas, etc).
Nada melhor que gráficos para facilitar o entendimento.
Primeiro ponto: meu intuito é que entendam o comportamento (risco de mercado) de cada ativo conforme os acontecimentos do mercado. Procurem não focar na rentabilidade obtida, e sim, no caminho que o ativo percorreu!