Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 202

Curva de Juros Futuro do DI em 03/06/2022

Curva de Juros Futuro do DI em 27/05/2022

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros

Principal(is) vetor(es): apostas na extensão do ciclo de elevação pelo Fed e ruídos políticos e fiscais deram a tônica nessa semana de alta nas taxas.

Destaque(s):  Fiscal e FED.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus, a mediana para o IPCA de 2022 ficou em 8,89%, muito acima do teto da meta (5,00%), sinalizando o segundo ano consecutivo de descumprimento do mandato do Banco Central (BC). A estimativa para o índice de inflação oficial de 2023, foco principal da política monetária, ficou em 4,39%, mais próxima do limite superior (4,75%) do que do centro da meta (3,25%).

Semana de recomposição de prêmios na curva de juros refletindo apostas em extensão do ciclo de elevação pelo Fed e ruídos políticos e fiscais. A curva ganhou 15 pontos-base em inclinação, considerando o spread entre os DIs jan/27 e jan/24, que fechou em -72 pontos, ante -87 pontos da sexta-feira anterior (27).

Os vetores que influenciaram a alta dos juros futuros foram:

  • o cenário fiscal com possível decretação do estado de calamidade que liberaria espaço para gastos em ano eleitoral sem limite do teto,
  • a manutenção dos preços do petróleo mais perto dos US$ 120 o barril no caso do brent, o que eleva o receio por reajustes da Petrobras e concessão de benefícios fiscais para combustíveis,
  • a reação negativa ao relatório de emprego americano (payroll), que trouxe criação de vagas (390 mil) acima do esperado (328 mil) em maio, alta nos salários e manutenção da taxa de desemprego em 3,6%, reforçando a possibilidade de um aperto monetário mais hawkish por parte do Fed,
  • o contexto global de inflação alta persistente (a zona do euro divulgou inflação recorde),
  • a escalada das commodities respaldada pela expectativa de recuperação da demanda da China, com o governo do país anunciando medidas para aquecer a economia e de flexibilização das restrições impostas pela pandemia, e pela questão da oferta de petróleo comprometida pelo embargo da União Europeia à Rússia.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • a produção industrial brasileira de abril dentro do esperado,
  • o crescimento do PIB brasileiro no primeiro tri de 1,0% ante o quarto tri de 2021, abaixo da mediana de 1,2%,
  • a declaração do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que o ciclo de aperto da Selic está no fim,
  • a taxa de desemprego no trimestre até abril abaixo do esperado,
  • e a desaceleração do IGP-M de maio.

A conferir:

  • os debates em torno do ritmo de ajuste da política monetária americana, com a perspectiva de que o Fed adote uma pausa no processo de elevação de juros em setembro perdendo força,
  • os sinais da política monetária do Banco Central Europeu (BCE),
  • os dados de inflação local (IPCA e IGP-DI),
  • e as reuniões no Congresso para discutir medidas de desoneração tributária que resultem em alívio para a inflação.

O dólar à vista encerrou o pregão da sexta-feira (3) cotado a R$ 4,7787, fechando a semana com valorização de 0,85% e interrompendo uma sequência de três semanas de queda expressiva, quando desceu do patamar de R$ 5,05 para operar ao redor de R$ 4,80.

Os fatores que explicam as alterações no preço da moeda americana são:

  • as repercussões do payroll forte (criação de 390 mil empregos) dos EUA em maio acima das expectativas, o que pode ajudar a pressionar a inflação e o Fed por mais altas de juros no país neste ano,
  • a entrada de fluxo estrangeiro,
  • e a piora na percepção fiscal com a pressão pela decretação do estado de calamidade para aumentar os gastos fora do teto em ano de eleição.


Agenda de indicadores e eventos de 06 a 10 de junho

Segunda-feira (6): o Caged divulga a geração líquida de postos de trabalho em abril,

Terça-feira (7): são esperados encomendas à indústria da Alemanha, discurso da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, estoques API de petróleo e PIB da Coreia do Sul e do Japão,

Quarta-feira (8): o IGP-DI, o PIB da Zona do euro e estoques de petróleo pelo Departamento de Energia (DoE),

Quinta-feira (9): a divulgação do IPCA de maio, a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e o índice de preço ao consumidor (CPI) de maio da China,

Sexta-feira (10): saem as vendas no varejo de abril e o índice de preço ao consumidor (CPI) de maio dos EUA.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

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Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

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