Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 239

→ Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Queda nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): sinalização de alinhamento sobre a política fiscal e monetária entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda.

Destaque(s): Risco Político.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (22), a projeção para o IPCA deste ano subiu de 5,79% para 5,89%, contra 5,48% há um mês, acima do teto da meta (4,75%). Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção também avançou, de 4,00% para 4,02%, de 3,84% há quatro semanas. O centro da meta de 2024 é 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%).

No mercado de juros futuros, a semana foi de alívio de prêmios na curva de juros, amparado na sinalização de alinhamento sobre a política fiscal e monetária entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda. O diferencial entre os vértices janeiro de 2029 e janeiro de 2025 fechou em 65 pontos-base, de 54 pontos na sexta-feira anterior (10). O mercado voltou a apostar em corte da Selic no primeiro semestre.

Os principais vetores que influenciaram a trajetória da curva de juros foram:

  • o estudo elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), ligada ao Ministério da Fazenda, mostrando ao Presidente Lula a ineficácia de aumentar a meta com o objetivo de reduzir a taxa de juros, e que a meta de inflação no País não é a principal causa para os juros elevados,
  • a moderação nos últimos dias da postura crítica do presidente Lula com relação ao Banco Central (BC), bem como o arrefecimento do debate sobre revisão de meta de inflação,
  • a antecipação da apresentação do arcabouço fiscal de abril para março,
  • o fato de não ter entrado na pauta do Conselho Monetário Nacional (CMN) esta semana, como se especulava, a discussão sobre as metas de inflação,
  • o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) arrefecendo a 0,04% na segunda prévia de fevereiro, ante 0,35% na mesma leitura de janeiro,
  • o IBC-Br ter registrado alta de 2,90% em 2022, contra 4,68% em 2021, abaixo do piso das estimativas (+3,00%).
  • a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que é preciso ter “disciplina fiscal com olho para o social”, num tom mais conciliador na relação entre BC e governo,
  • a leitura positiva das declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no programa Roda Viva, contemporizando as críticas que partiram do presidente Lula e se espalharam no mundo político, entre empresários e até economistas de viés mais à esquerda. Disse também que “não existe ganho de credibilidade se mudar a meta”. Admitiu, por outro lado, que é possível haver um aprimoramento do sistema,
  • e a previsão da União Europeia em relatório de que a zona do euro deve evitar uma recessão técnica e que a inflação deve ser menor do que se esperava em 2023.

Fizeram o contraponto mas não impediram o fechamento da curva de juros:

  • os dados da inflação ao produtor (PPI) dos EUA acima das previsões reacendendo apostas de aumento da intensidade do aperto monetário, ainda que a chance de uma elevação de 50 pontos-base não seja majoritária,
  • os dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA sugerindo mercado de trabalho apertado,
  • o índice de preços ao consumidor (CPI) dentro do esperado nas bases mensais,
  • mas desacelerando menos do que o previsto nas taxas anuais, a 6,4% no índice cheio e 5,6% no núcleo, ante consensos de 6,2% e 5,5%. Os resultados ampliaram a percepção de taxas de juros em um nível alto por mais tempo do que o esperado anteriormente,
  • a nova piora nas medianas de inflação, PIB e Selic na pesquisa Focus (13),
  • as incertezas a respeito da nova regra para o salário mínimo, que vai subir dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320 a partir de 1º de maio, e que terá lei da reposição inflacionária e crescimento do PIB,
  • e o impacto fiscal, que deve ficar entre R$ 35 bilhões e R$ 40 bilhões, do ajuste na faixa de isenção do Imposto de Renda, que vai subir para R$ 2.640.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que subiu 0,02% em fevereiro, após a alta de 0,05% em janeiro, acima da mediana de -0,14%, mas dentro das estimativas que iam -0,30% a +0,28%,

A conferir o que estará no radar do mercado

  • Brasil:

o IPCA-15 de fevereiro,

e a expectativa de detalhes dos programas sociais do governo: o novo Bolsa Família, o Desenrola, o reajuste do salário mínimo e o aumento da faixa de isenção do imposto de renda,

  • EUA:

no cenário de inflação ainda resiliente e de atividade robusta, o mercado espera sinais da ata da última reunião de política monetária do BC americano,

e o PCE de janeiro.

O dólar no mercado à vista encerrou a sessão da sexta-feira (17) cotado a R$ 5,1615, acumulando baixa de 1,16% na semana. Em fevereiro, o dólar à vista acumula alta de cerca de 2%.

Os principais fatores que influenciaram o preço da moeda americana no mercado doméstico de câmbio foram:

  • o fluxo cambial positivo,
  • a venda de dólares por exportadores,
  • a manutenção das metas de inflação no encontro do Conselho Monetário Nacional (CMN),
  • as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relatando estreitamento das relações com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto,
  • a promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de adiantar a divulgação da proposta de novo arcabouço fiscal de abril para março,

  • a entrevista em tom conciliador do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao programa Roda Viva, da TV Cultura,
  • a entrevista do Presidente Lula, onde disse que “não interessa brigar com um cidadão que é presidente do BC”. Afirmou também que pode voltar a discutir a autonomia da autarquia, e que a meta de inflação definida pelo CMN não pode ser a razão pela qual o BC aumenta a taxa Selic,
  • a informação de que estudo elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), ligada ao Ministério da Fazenda, mostrou ao presidente Lula que a meta de inflação no País não é a principal causa para os juros elevados. O presidente, segundo interlocutores do governo, teria se impressionado com os dados e poderia atenuar as críticas à meta,
  • e os dados da economia americana sugerindo que “o aperto monetário do Fed tende a ser mais prolongado e mais restritivo que o anteriormente previsto”. A inflação desacelerou menos que o esperado em janeiro.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 20 a 24 de fevereiro

Segunda-feira (20):

  • Brasil: Feriado de Carnaval: mercados fechados,
  • EUA: Feriado do Dia dos Presidentes dos EUA deixa mercados fechados,
  • Zona do euro: o índice de confiança do consumidor em fevereiro (preliminar),

 

Terça-feira (21):

  • Brasil: Feriado de Carnaval: mercados fechados
  • Zona do euro: o PMI composto de fevereiro (preliminar), o PMI de serviços e o PMI industrial, ambos de fevereiro,
  • Alemanha: o Índice ZEW de expectativas econômicas de fevereiro,
  • EUA: o PMI composto de fevereiro (preliminar), o PMI de serviços e o PMI industrial, ambos de fevereiro, as vendas de moradias usadas em janeiro,

Quarta-feira (22):

  • Brasil: o Boletim Focus do Banco Central, a Balança comercial (semanal),
  • EUA: o Fed divulga ata da última reunião de política monetária, os estoques de petróleo na semana até 17 de fevereiro,

Quinta-feira (23):

  • Brasil: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chega à Índia para a reunião do G20, o IPC-S (semanal),
  • EUA: o PIB do 4º tri (2ª leitura), os pedidos de auxílio-desemprego na semana até 17 de fevereiro, os Estoques de petróleo na semana até 17 de fevereiro,
  • Zona do euro: o CPI (final) de janeiro,

 

Sexta-feira (24):

  • Brasil: o IPCA-15 de fevereiro, o IPC (semanal), a Sondagem do Consumidor em fevereiro, a Sondagem da Construção de fevereiro, o INCC-M de fevereiro, o Relatório mensal da dívida pública federal de janeiro,
  • EUA: a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE), medida preferida de inflação do Fed, referente a janeiro, o Índice de Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan (final) em fevereiro, as expectativas de inflação em 1 e em 5 anos.

Fonte: Broadcast

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

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Características do Tesouro Direto

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