Se chegou até aqui interessado em Curvas de Juros já te convido, após a leitura deste artigo, ler o sobre o DI Futuro ( Juros Futuros). O Futuro de DI da B3 é o definidor das Taxas de Juros no Brasil.
Semanalmente, faço comentários sobre os principais fatores internos e externos que influenciaram o mercado de juros brasileiro (o futuro de juros DI1 é o principal balizador para as taxas de renda fixa brasileira). Também apresento gráficos e tabelas sobre Renda Fixa, basicamente usando os Títulos do Tesouro Direto e índices da Anbima.
A curva de juros é fundamental para qualquer investidor em renda fixa. Ela reflete as expectativas do mercado sobre as taxas de juros futuras e é crucial para a tomada de decisões de investimento.
As curvas de juros mostram a expectativa do mercado em relação às taxas de juros futuras. Elas são construídas a partir das taxas de juros de títulos com diferentes prazos de vencimento. Existem três tipos principais de curvas de juros:
As curvas de juros são essenciais para entender o comportamento dos títulos de renda fixa, como os do Tesouro Direto. Elas ajudam a prever o movimento das taxas de juros e, consequentemente, o valor dos investimentos. Por exemplo, quando as taxas de juros sobem, o preço dos títulos cai, e vice-versa. Compreender essas dinâmicas é vital para investidores que buscam maximizar seus retornos e minimizar riscos. E-book sobre Tesouro Prefixado.
Não entrarei nos detalhes matemáticos sobre sua construção (existem várias formas de modelar: BootStrap, Spline, Svensson).
Nos exemplos práticos que relato abaixo sobre os movimentos das curvas, apresento somente deslocamentos paralelos (toda curva indo para uma direção) em curvas normais (formato em que taxas dos curtos menores que dos longos), mas existem vários outros movimentos: inclinar, desinclinar, ficar flat, cair os curtos e longos, mas subir o trecho médio, etc (indico um ótimo vídeo do Rodrigo Santos sobre formatos, assista e saiba mais). Por traz disso tudo, existem teorias econômicas sobre as implicações destes movimentos. O que desejo é mostrar que elas são úteis para verificar de forma visual, o que acontece com as taxas dos títulos públicos federais, logo elas ajudam a explicar o comportamento do mercado de renda fixa.
Existem vários tipos de curvas de juros, cada uma com suas particularidades e aplicações:
Para acompanhar as curvas de juros, é importante observar os movimentos do mercado de juros futuros, como o DI Futuro da B3. Esses movimentos são influenciados por fatores internos e externos, como a política monetária, a inflação, e a economia global. Ferramentas como o site do Banco Central do Brasil e plataformas de análise financeira podem fornecer dados atualizados e gráficos detalhados.
Investidores experientes utilizam as curvas de juros para desenvolver estratégias de investimento mais eficazes. Algumas dessas estratégias incluem:
Vamos à prática, e para tanto, utilizaremos as Curvas de Juros calculadas pela Anbima que tem por base os títulos públicos federais disponibilizados na publicação do Mercado Secundário da entidade.
Começamos com a Curva Prefixada que traz no eixo vertical as Taxas Pré e na horizontal o prazo em dias úteis.
Quais as conclusões que podemos chegar?
Entre o dia 28/09/2018 (última Curva do Mês anterior) e o dia 19/10/2018 (Curva da Semana) houve um fechamento das taxas em todo trecho (prazos) da Curva Prefixada, logo os preços dos ativos sofreram uma valorização com a queda das taxas.
Se nós observarmos onde estava a Curva em 17/10/2017 (12M) e compará-la com a Curva de 28/09/2018, podemos verificar que houve uma abertura nas taxas em todos os prazos, o que indica que as taxas do dia 28/09/2018 são mais atrativas que àquelas do ano passado (17/10/2017).
Em termos de preço, vamos pegar um ponto em cada Curva, e podemos fazer isso usando o Índice IDka de 2 anos da Anbima que possui duração constante de 504 dias úteis.
Iremos comparar o índice IDKa 2A (PRÉ e IPCA) nos dois movimentos do Gráfico: 1 e 2.
No primeiro exemplo, movimento 1 do Gráfico 1, percebemos um forte fechamento da Curva de Juros Prefixada entre o dia 28/09/2018 e 19/10/2018 (90 ptb).
Analisando o que houve com os preços, observem o forte ganho em 14 dias úteis refletindo o fechamento das taxas observado pelo índice IDKa PRÉ 2A.
Agora olhando o movimento 2, houve um aumento de 122 ptb na Taxa. Se investíssemos num ativo referendado no IDka PRÉ 2A receberíamos 7,88% a.a. no período (anualizado), menor que a taxa de entrada 8,0306% a.a., mas ainda assim melhor que o CDI do período.
Apesar da abertura nas taxas, o efeito carregamento muito positivo, aliado a um CDI baixíssimo (nas mínimas históricas) fez com que o índice, no período, superasse o CDI.
Vamos as Curvas de Juros IPCA que é modelada através das NTN-Bs (Tesouro IPCA).
O movimento das Curvas de IPCA foi no mesmo sentido da Curva Prefixada, até porque tanto as Taxas Nominais quanto as Taxas Reais (curva IPCA) tem seus valores definidos baseando-se no mercado futuro de taxas de juros DI1 da B3. Então, os movimentos das curvas tendem a caminhar na mesma direção, diferenciando-se principalmente pelas expectativas futuras de inflação (inflação implícita) que estão embutidas nas Curvas de Juros IPCA.
Usaremos da mesma forma o IDKa para mostrarmos o que houve com os preços durante os movimentos das curvas. Para tanto utilizaremos o IDKa IPCA 2 anos.
No movimento 1, percebemos um fechamento da Curva de Juros IPCA entre o dia 28/09/2018 e 19/10/2018 (45 ptb).
Olhando para o número índice, observamos um ganho, o que reflete o fechamento das taxas do IDKa IPCA 2A. Este índice, além de ser influenciado pelos movimentos nas taxas, traz em si a variação da inflação no período contida no VNA IPCA das NTN-Bs.
Assim como na Curva Prefixada, o movimento 2 mostra um aumento na Taxa. Se investíssemos num ativo referendado no IDka IPCA 2A receberíamos 7,95% no período de 238 dias úteis, que reflete os rendimentos da inflação IPCA mais a taxa do índice, o que também superou o CDI no período.
A inflação embutida no índice, que foi calculada via VNA IPCA da Anbima, andou 4,76% no mesmo período. Assim o ganho real (acima da inflação) do IDKa IPCA 2A foi de 3,05%.
Podemos concluir que é muito importante para todos os investidores o conhecimento sobre Curva de Juros, pois ela exerce influência tanto em investimentos de renda fixa, como nos ativos de renda variável, derivativos, empréstimos bancários, debêntures, enfim, em termos práticos ela demonstra o valor do dinheiro para os mais variados prazos.
Estude antes de investir, pois aprender é o principal ingrediente de qualquer receita de segurança financeira.
Se deseja elevar seu entendimento sobre Curvas de Juros, meu curso intermediário de Renda Fixa é a oportunidade perfeita para aprofundar seus conhecimentos e dominar essa ferramenta essencial para investidores. Aprenda a interpretar e utilizar as Curvas de Juros para tomar decisões de investimento mais estratégicas e informadas.
Assista também esses vídeos em que apresento os movimentos das Curvas ao longo de 10 anos:
Curva de Juros de Inflação Implícita
Eu fico por aqui!
Muito obrigado pela audiência!
Aqui no Renda Fixa Prática possuímos vários artigos práticos sobre a Renda Fixa. Vale muito a leitura, confirma lá em Artigos!
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Forte abraço
Jefferson Figueiredo – CGA, especialista em Renda Fixa
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Sou Especialista de Renda Fixa e Gestor de ativos há mais 17 anos. O objetivo do Renda Fixa Prática é ajudar na compreensão dos ativos de Renda Fixa.