Os vetores que influenciaram o desenho da curva a termo foram:
- os receios sobre as principais economias em meio ao aperto de juros dos bancos centrais,
- o aumento nos juros em ritmo acima do esperado pelo Banco Central Europeu (BCE), em 50 pontos-base, na primeira alta desde 2011,
- a divulgação da inflação ao consumidor na zona do euro, que atingiu recorde de 8,6% em junho em termos anuais,
- a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a autoridade monetária vai subir os juros básicos “por quanto tempo for necessário” até que a inflação do bloco volte à meta de 2% ao ano,
- os resultados decepcionantes de índices PMIs aumentando as preocupações com riscos de recessão econômica global e a postura dos bancos centrais em suas políticas monetárias com a persistência da inflação nas economias pelo mundo,
- e as perspectivas negativas para o quadro fiscal e a expectativa de acirramento da disputa eleitoral à medida em que o pleito de outubro se aproxima.
Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:
- o aumento real de 18% da arrecadação de impostos em junho, passando uma percepção menos ruim para as contas públicas este ano, mas não eliminando o risco fiscal no cenário de médio prazo,
- e o anúncio da Petrobras de redução nos preços da gasolina em R$ 0,20, já esperado em função da queda do petróleo recentemente e a política de paridade com preços internacionais da companhia.
A conferir
- a sinalização dos próximos passos do Fed após a decisão de política monetária na quarta-feira (27), uma vez que a atividade dá sinais de enfraquecimento, mas a inflação corrente segue elevada. O CME Group calculava cerca de 80% de chance de um novo aumento de 75 pontos-base dos Fed funds, contra apenas 20% para alta de 100 pontos-base,
- o IPCA-15 de julho, que deverá reproduzir o impacto das desonerações tributárias e a recente queda do preço da gasolina,
- os riscos fiscais em meio a sinais de novos gastos inesperados do governo,
- e o relatório de perspectiva econômica mundial do FMI e a reunião do Conselho Extraordinário de Energia da UE em meio aos cortes no fornecimento de gás russo à região.
O dólar no mercado à vista encerrou a sexta-feira (22) cotado a R$ 5,4988, fechando a semana com avanço de 0,72% e valorização de 5,04% em julho.
Os fatores que influenciaram a formação da taxa de câmbio foram:
- os temores de recessão mundial, após a divulgação de dados preliminares de atividade (PMIs) dos EUA, zona do euro, Alemanha e no setor industrial do Japão, que caíram abaixo de 50 em julho, apontando contração da economia,
- o índice de gerentes de compras (PMI) composto dos EUA, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 52,3 em junho para 47,5 em julho, atingindo o menor nível em 26 meses. Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade. O PMI composto da zona do euro caiu de 52 em junho para 49,4 em julho, menor nível em 17 meses,
- a expectativa de elevação de juros nos EUA para combater a inflação americana,
- o aperto monetário do BCE acima do esperado,
- e as incertezas fiscais e ruídos eleitorais.
Agenda de eventos e indicadores econômicos de 25 a 29 de julho
Segunda-feira (25): o Banco Central publica o Boletim Focus e serão divulgados a nota do setor externo de março e os dados semanais da balança comercial,
Terça-feira (26): a divulgação do IPCA-15 de julho, que ainda deve ficar acima dos 11% em 12 meses, o relatório de perspectiva econômica mundial do FMI,
Quarta-feira (27): a decisão de política monetária do Fed, seguida de coletiva de imprensa do presidente da instituição, Jerome Powell,
Quinta-feira (28): o IGP-M, dados do Caged e Governo Central,
Sexta-feira (29): o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de junho dos EUA e os PIBs da França, Alemanha, Itália e zona do euro, dados do setor público Consolidado e Pnad Contínua de junho.