Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 209

Curva de Juros Futuro do DI em 22/07/2022

Curva de Juros Futuro do DI em 15/07/2022

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros (4ª Semana seguida)

Principal(is) vetor(es):  aumento das incertezas fiscais para o próximo governo e temores de desaceleração mais forte da atividade global após indicadores fracos na Europa e nos EUA.

Destaque(s):  Risco Fiscal e recessão global.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (25), a projeção para o IPCA de 2022 caiu pela quarta semana consecutiva, ainda sob efeito das medidas tributárias para baixar os preços de combustíveis e energia, passando de 7,54% para 7,30%. Há um mês, a estimativa era de 8,27%. A meta para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de 5,00%. A mediana para o índice de inflação oficial para 2023 subiu pela 16ª semana seguida, avançando de 5,20% para 5,30%. Há um mês, a estimativa era de 4,91%. A meta para 2023 é de 3,25%, com banda até 4,75%.

Os juros futuros voltaram a fechar em alta, pela quarta semana consecutiva, refletindo o aumento das incertezas fiscais para o próximo governo e temores de desaceleração mais forte da atividade global após indicadores fracos na Europa e nos EUA. Houve ganho de inclinação da curva, considerando o spread entre os DIs jan/27 e jan/24, que fechou em -57 pontos, ante – 81 da sexta-feira anterior (15).

Os vetores que influenciaram o desenho da curva a termo foram:

  • os receios sobre as principais economias em meio ao aperto de juros dos bancos centrais,
  • o aumento nos juros em ritmo acima do esperado pelo Banco Central Europeu (BCE), em 50 pontos-base, na primeira alta desde 2011,
  • a divulgação da inflação ao consumidor na zona do euro, que atingiu recorde de 8,6% em junho em termos anuais,
  • a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a autoridade monetária vai subir os juros básicos “por quanto tempo for necessário” até que a inflação do bloco volte à meta de 2% ao ano,
  • os resultados decepcionantes de índices PMIs aumentando as preocupações com riscos de recessão econômica global e a postura dos bancos centrais em suas políticas monetárias com a persistência da inflação nas economias pelo mundo,
  • e as perspectivas negativas para o quadro fiscal e a expectativa de acirramento da disputa eleitoral à medida em que o pleito de outubro se aproxima.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • o aumento real de 18% da arrecadação de impostos em junho, passando uma percepção menos ruim para as contas públicas este ano, mas não eliminando o risco fiscal no cenário de médio prazo,
  • e o anúncio da Petrobras de redução nos preços da gasolina em R$ 0,20, já esperado em função da queda do petróleo recentemente e a política de paridade com preços internacionais da companhia.

A conferir

  • a sinalização dos próximos passos do Fed após a decisão de política monetária na quarta-feira (27), uma vez que a atividade dá sinais de enfraquecimento, mas a inflação corrente segue elevada. O CME Group calculava cerca de 80% de chance de um novo aumento de 75 pontos-base dos Fed funds, contra apenas 20% para alta de 100 pontos-base,
  • o IPCA-15 de julho, que deverá reproduzir o impacto das desonerações tributárias e a recente queda do preço da gasolina,
  • os riscos fiscais em meio a sinais de novos gastos inesperados do governo,
  • e o relatório de perspectiva econômica mundial do FMI e a reunião do Conselho Extraordinário de Energia da UE em meio aos cortes no fornecimento de gás russo à região.

O dólar no mercado à vista encerrou a sexta-feira (22) cotado a R$ 5,4988, fechando a semana com avanço de 0,72% e valorização de 5,04% em julho.

Os fatores que influenciaram a formação da taxa de câmbio foram:

  • os temores de recessão mundial, após a divulgação de dados preliminares de atividade (PMIs) dos EUA, zona do euro, Alemanha e no setor industrial do Japão, que caíram abaixo de 50 em julho, apontando contração da economia,
  • o índice de gerentes de compras (PMI) composto dos EUA, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 52,3 em junho para 47,5 em julho, atingindo o menor nível em 26 meses. Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade. O PMI composto da zona do euro caiu de 52 em junho para 49,4 em julho, menor nível em 17 meses,
  • a expectativa de elevação de juros nos EUA para combater a inflação americana,
  • o aperto monetário do BCE acima do esperado,
  • e as incertezas fiscais e ruídos eleitorais.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 25 a 29 de julho

Segunda-feira (25): o Banco Central publica o Boletim Focus e serão divulgados a nota do setor externo de março e os dados semanais da balança comercial,

Terça-feira (26): a divulgação do IPCA-15 de julho, que ainda deve ficar acima dos 11% em 12 meses, o relatório de perspectiva econômica mundial do FMI,

Quarta-feira (27): a decisão de política monetária do Fed, seguida de coletiva de imprensa do presidente da instituição, Jerome Powell,

Quinta-feira (28): o IGP-M, dados do Caged e Governo Central,

Sexta-feira (29): o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de junho dos EUA e os PIBs da França, Alemanha, Itália e zona do euro, dados do setor público Consolidado e Pnad Contínua de junho.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros Anbima

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI