Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 212

Curva de Juros Futuro do DI em 12/08/2022

Curva de Juros Futuro do DI em 09/08/2022

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Queda nas Taxas de Juros

Principal(is) vetor(es): A cenário de manutenção da Selic em setembro e antecipação de cortes de juros em 2023, combinado a ampliação das apostas em um Fed menos agressivo após dois dados de inflação (CPI e PPI) mais fracos que o esperado. A curva segue desinclinando

Destaque(s): Copom e FED

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (15), a projeção de alta do IPCA de 2022 desacelerou pela 7ª semana consecutiva, de 7,11% para 7,02%. Há 4 semanas, a estimativa era de 7,54%. A meta de 2022 é de 3,50%, com tolerância superior até 5,00%. A mediana do índice oficial de inflação para 2023, foco principal da política monetária, subiu pela 19ª vez seguida, de 5,36% para 5,38%. Há 4 semanas, a estimativa era de 5,20%. Para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.

A semana na Renda Fixa foi de expressiva devolução de prêmios de risco embutidos na curva, amparada no cenário de manutenção da Selic em setembro e antecipação de cortes de juros em 2023, combinado a ampliação das apostas em um Fed menos agressivo após dois dados de inflação (CPI e PPI) mais fracos que o esperado. A curva segue desinclinando considerando o spread  entre os  contratos DI jan/27 e jan/24, que  fechou em -126 pontos,   de -102 na sexta-feira anterior (5).

Outros vetores que influenciaram a queda das taxas foram:

  • a ata do Copom reforçando a mensagem do comunicado de que a intenção do Banco Central é manter a Selic em 13,75% com possibilidade de um aumento residual de 0,25 ponto. As apostas em estabilidade da taxa básica a partir de setembro são majoritárias na curva, e o mercado já antecipa as discussões sobre cortes a partir do primeiro semestre de 2023,
  • a queda acima da mediana esperada das vendas no varejo brasileiro em junho,
  • e a deflação de 0,88% na primeira prévia do IGP-M de agosto, após alta de 0,28% na mesma prévia de julho.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • o crescimento do volume de serviços prestados em junho (+0,7%) maior do que a mediana (+0,4%) não alterou a percepção de fim do ciclo de alta da Selic no Copom de agosto,
  • a redução de R$ 0,22 no litro do diesel anunciada pela Petrobras pelo alívio marginal no IPCA,
  • e a deflação mensal histórica de 0,68%, a mais intensa desde o início da série em 1980, do IPCA de julho, ligeiramente acima da esperada, mesmo com leitura positiva dos preços de abertura. O cenário favorável para a inflação já vinha sendo antecipado.

A conferir

  • a divulgação da ata do Fed, que servirá para o mercado balizar suas expectativas para a política monetária após a queda da inflação sinalizar a possibilidade de um aperto menos agressivo,
  • as chances de nova redução dos preços da gasolina, que pode confirmar o fim do ciclo de altas da Selic,
  • o início da campanha eleitoral de 2022 e as propostas dos candidatos para a economia,
  • e o risco fiscal em meio a promessas eleitorais de manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 em 2023, e a possibilidade de reajuste salarial de servidores públicos.

O dólar no mercado à vista encerrou o pregão da sexta-feira (12) cotado a R$ 5,0739, acumulando queda na semana de 1,80%.

Os fatores que influenciaram as mudanças de preço da moeda americana foram:

  • a expectativa de fim de ciclo de alta da Selic e possibilidade de cortes no primeiro semestre de 2023,
  • a migração dos fundos domésticos de posições em câmbio para aplicação em juros,
  • a Universidade de Michigan informou alta acima do esperado no sentimento do consumidor americano, além de queda nas expectativas inflacionárias para um ano,
  • o fluxo positivo de recursos estrangeiros que buscam ações descontadas na Bolsa local e diferencial de juro atrativo ao carry trade,
  • o juro da T-note de 2 anos fechou a 3,25% e o da T-note de 10 anos a 2,83%, na maior inversão em mais de 20 anos,
  • e o desmonte de posições defensivas após desaceleração da inflação americana (CPI e PPI) e payroll forte dos EUA em julho reduzirem temores de recessão e pressão por um Fed mais agressivo.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 15 a 19 de agosto

na China, vieram abaixo do consenso os dados chineses da produção industrial e vendas no varejo e o PBoC cortou uma taxa de juro de referência para estimular a economia.

Segunda-feira (15): O Boletim Focus do Banco Central, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de junho (mediana 0,38%) e dados da balança comercial na segunda semana de agosto,

Terça-feira (16): a produção industrial dos EUA em julho e estoques de petróleo bruto, além do Índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha em agosto,

Quarta-feira (17): a ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed, vendas do varejo americano em julho, a segunda prévia do PIB e taxa de desemprego da zona do euro e o índice de inflação ao consumidor da região, e o IGP-10 de agosto,

Quinta-feira (18): o CPI da zona do euro final de julho.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

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Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

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