Outros vetores que influenciaram a queda das taxas foram:
- a ata do Copom reforçando a mensagem do comunicado de que a intenção do Banco Central é manter a Selic em 13,75% com possibilidade de um aumento residual de 0,25 ponto. As apostas em estabilidade da taxa básica a partir de setembro são majoritárias na curva, e o mercado já antecipa as discussões sobre cortes a partir do primeiro semestre de 2023,
- a queda acima da mediana esperada das vendas no varejo brasileiro em junho,
- e a deflação de 0,88% na primeira prévia do IGP-M de agosto, após alta de 0,28% na mesma prévia de julho.
Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:
- o crescimento do volume de serviços prestados em junho (+0,7%) maior do que a mediana (+0,4%) não alterou a percepção de fim do ciclo de alta da Selic no Copom de agosto,
- a redução de R$ 0,22 no litro do diesel anunciada pela Petrobras pelo alívio marginal no IPCA,
- e a deflação mensal histórica de 0,68%, a mais intensa desde o início da série em 1980, do IPCA de julho, ligeiramente acima da esperada, mesmo com leitura positiva dos preços de abertura. O cenário favorável para a inflação já vinha sendo antecipado.
A conferir
- a divulgação da ata do Fed, que servirá para o mercado balizar suas expectativas para a política monetária após a queda da inflação sinalizar a possibilidade de um aperto menos agressivo,
- as chances de nova redução dos preços da gasolina, que pode confirmar o fim do ciclo de altas da Selic,
- o início da campanha eleitoral de 2022 e as propostas dos candidatos para a economia,
- e o risco fiscal em meio a promessas eleitorais de manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 em 2023, e a possibilidade de reajuste salarial de servidores públicos.
O dólar no mercado à vista encerrou o pregão da sexta-feira (12) cotado a R$ 5,0739, acumulando queda na semana de 1,80%.
Os fatores que influenciaram as mudanças de preço da moeda americana foram:
- a expectativa de fim de ciclo de alta da Selic e possibilidade de cortes no primeiro semestre de 2023,
- a migração dos fundos domésticos de posições em câmbio para aplicação em juros,
- a Universidade de Michigan informou alta acima do esperado no sentimento do consumidor americano, além de queda nas expectativas inflacionárias para um ano,
- o fluxo positivo de recursos estrangeiros que buscam ações descontadas na Bolsa local e diferencial de juro atrativo ao carry trade,
- o juro da T-note de 2 anos fechou a 3,25% e o da T-note de 10 anos a 2,83%, na maior inversão em mais de 20 anos,
- e o desmonte de posições defensivas após desaceleração da inflação americana (CPI e PPI) e payroll forte dos EUA em julho reduzirem temores de recessão e pressão por um Fed mais agressivo.
Agenda de eventos e indicadores econômicos de 15 a 19 de agosto
na China, vieram abaixo do consenso os dados chineses da produção industrial e vendas no varejo e o PBoC cortou uma taxa de juro de referência para estimular a economia.
Segunda-feira (15): O Boletim Focus do Banco Central, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de junho (mediana 0,38%) e dados da balança comercial na segunda semana de agosto,
Terça-feira (16): a produção industrial dos EUA em julho e estoques de petróleo bruto, além do Índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha em agosto,
Quarta-feira (17): a ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed, vendas do varejo americano em julho, a segunda prévia do PIB e taxa de desemprego da zona do euro e o índice de inflação ao consumidor da região, e o IGP-10 de agosto,
Quinta-feira (18): o CPI da zona do euro final de julho.