Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.
Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros
Principal(is) vetor(es): possibilidade de uma alta ainda mais agressiva, ainda que minoritária, de 100 bps, depois do CPI dos EUA de agosto mais forte.
Destaque(s): FED
Contribuição: ✍ José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin
No Relatório de Mercado Focus (19), a estimativa para alta do IPCA em 2022 foi reduzida pela 12ª semana seguida, de 6,40% para 6,00%. Há um mês, a projeção era de 6,82%. A meta para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%. A mediana para o índice de inflação oficial em 2023 recuou pela quinta semana consecutiva, de 5,17% para 5,01%, contra 5,33% quatro semanas antes. A meta para 2023 é de 3,25%, com banda até 4,75%. A mediana para o IPCA de 2024, para onde caminha o horizonte relevante de política monetária, avançou pela terceira semana seguida, de 3,47% para 3,50%, contra 3,41% há um mês. A meta para 2024 é de 3,00%, com intervalo entre 1,5% a 4,5%.
Semana de forte acúmulo de prêmios na curva de juros, refletindo a possibilidade de uma alta ainda mais agressiva, ainda que minoritária, de 100 bps, depois do CPI dos EUA de agosto mais forte. A curva doméstica teve ganho de inclinação, considerando o spread entre os contratos DI jan/27 e jan/24, que fechou em -153 pontos, de -163 na sexta-feira anterior (9).
Os vetores que influenciaram a trajetória altista das taxas foram:
o índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano em agosto, que subiu 0,1%, na contramão do consenso (-0,1%), com alta de 0,6% do núcleo muito acima do esperado (+0,3%). Na comparação anual, o índice cheio ficou em 8,3%, desacelerando ante julho (8,5%), mas o núcleo avançou de 6,1% para 6,3%. A surpresa negativa da inflação apoiou o surgimento da possibilidade de uma elevação de 100 pontos-base pelo Fed na próxima reunião,
a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro acelerou para o nível recorde de 9,1% anualizado em agosto, de 8,9% em julho. Ainda que tenha vindo dentro do previsto, o dado pressiona o Banco Central Europeu (BCE) a continuar elevando suas taxas de juros. A meta de inflação do BCE é de 2%,
o temor de que o aperto monetário ao redor do mundo leve à recessão em vários países. O Relatório do Banco Mundial aponta que a postura firme pode deflagrar um cenário de recessão global já em 2023,
o avanço dos juros dos Treasuries. A taxa da T-Note de dez anos se aproximou do pico (3,499%) em mais de uma década,
o temor de aperto monetário mais forte nos EUA em setembro e uma postura mais conservadora por mais tempo, influenciado pelo índice de preços ao consumidor (CPI) e dados de atividade (pedidos semanais de auxílio desemprego e vendas no varejo) acima do esperado,
a alta maior que a esperada do IBC-Br de julho, 1,17%, acima do teto do intervalo das estimativas, de alta de 1%, com revisão para cima nos números anteriores,
o leilão de prefixados e de NTN-B do Tesouro com lote e risco maiores que na semana anterior,
e o volume de serviços prestados em julho teve expansão de 1,1% ante junho, muito acima do 0,6% esperado. A leitura é de que no pós-pandemia, com reforço dos estímulos fiscais, o setor de serviços tem sido privilegiado em detrimento ao consumo de bens, com timing diferente de recuperação.
A aposta de manutenção do nível de 13,75% permaneceu majoritária ante a opção de aumento residual de 0,25 ponto, mas as apostas de cortes da Selic em 2023 foram reduzidas, com a taxa permanecendo elevada por mais tempo.
Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:
a deflação maior do IGP-10 de setembro (-0,90%), após ceder 0,69% em agosto, recuando bem mais do que apontava a mediana das estimativas (-0,60%). As quedas nos preços da gasolina (-9,66%), etanol (-9,36%) e energia elétrica (-1,54%) voltaram a puxar a deflação,
a retração de 0,8% nas vendas do comércio varejista em julho ante junho, contrariando a estimativa de alta de 0,2%. Na comparação com julho de 2021, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 5,2% em julho de 2022, com mediana negativa em 3,0%. O resultado não alterou as apostas de manutenção da Selic em 13,75% a.a. na próxima reunião,
e o anúncio da Petrobras de redução de 4,7% no preço do gás de cozinha (GLP).
Fizeram o contraponto mas não impediram o acúmulo de prêmios na curva:
a redução das expectativas inflacionárias para um e cinco anos revelado pela Universidade de Michigan,
a inflação ao produtor nos EUA (PPI) caiu 0,1% em agosto como previsto, e mesmo com núcleo subindo 0,4%, acima do consenso de 0,3%, contribuíram para arrefecer as apostas mais intensas de uma alta de 1 pp no reunião do dia 21,
e o IGP-M, que teve deflação de 0,80% na primeira prévia de setembro, de -0,88% na primeira prévia de agosto,
A conferir o que estará no radar do mercado
a decisão de política monetária do Fed, que deverá elevar seus juros em 75 pontos-base pela terceira vez consecutiva para conter a inflação persistente nos EUA, e a sinalização que o presidente do Fed, Jerome Powell, irá adotar para as próximas reuniões. Monitoramento do CME Group mostra 80% de chance de alta de 75 pontos-base (pb) e 20% para 100 pb.,
para o Copom, a aposta majoritária é de manutenção do nível de 13,75% para a Selic. Em torno de 20% preveem um aumento residual de 0,25 ponto, a 14,0%,
a definição de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE). Desde dezembro do ano passado, o BC inglês vem elevando seu juro básico continuamente, também para combater a inflação no Reino Unido, que segue próxima dos maiores níveis em quatro décadas,
e outras definições de política monetária no Japão, na Turquia, e na África do Sul.
O dólar no mercado à vista encerrou a sexta-feira (16) cotado a R$ 5,2592, acumulando valorização de 2,17% na semana e 1,11% em setembro. No ano, ainda apresenta perdas de 5,68%.
Os fatores que influenciaram os preços no mercado de câmbio foram:
a busca global pela moeda americana diante da perspectiva de alta mais intensa e prolongada da taxa de juros dos EUA, após o índice de preços consumidor (CPI) em agosto surpreender para cima,
a redução das expectativas de inflação para um e cinco anos revelada com a divulgação do índice de sentimento do consumidor nos EUA, da Universidade de Michigan,
as chances minoritárias de que o Fed promova uma aceleração para 100 pontos-base da taxa básica, hoje no patamar entre 2,25% e 2,50%. O mercado espera nova elevação de 75 pontos-base e Fed Funds superior a 4% no fim do atual ciclo de aperto,
o juro real para 10 anos nos EUA atingindo 1%, no maior patamar desde 2018,
o ambiente de preocupação com o crescimento global por conta do aumento de juros nos EUA e na Europa,
e a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro, que atingiu nova máxima histórica de 9,1% em agosto. O CPI recorde pressiona o Banco Central Europeu (BCE) a continuar elevando suas taxas de juros, uma vez que a meta de inflação do BCE é de 2%.
Agenda de eventos e indicadores econômicos de 19 a 23 de setembro
Segunda-feira (19):
Brasil: Relatório de Mercado Focus
EUA: a divulgação do Índice de Confiança das Construtoras
Reino Unido: a bolsa está fechada em função do feriado pelo funeral da Rainha Elizabeth II
Terça-feira (20):
Zona do Euro: discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde
Quarta-feira (21):
Brasil: decisão de política monetária do Copom,
EUA: decisão de política monetária do Fed, entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, vendas de casas usadas em agosto, estoques de petróleo bruto,
Quinta-feira (22):
EUA: pedidos de seguro-desemprego (semanal)
Reino Unido: decisão de política monetária
Sexta-feira (23):
EUA: PMI industrial de setembro, discurso do presidente do Fed, Jerome Powell,
Zona do Euro: PMIs industrial, de serviços e composto (setembro)
Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra,
Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)
Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar
Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado
Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI