Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 220

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Queda  nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): repercussão positiva do resultado da eleição presidencial no primeiro turno, dada a nova configuração do Congresso com maioria à direita e de perfil conservador.

Destaque(s): Eleições.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (10), a mediana para a alta do IPCA deste ano foi reduzida pela 15ª vez, de 5,74% para 5,71%. Há um mês, a medianas era de 6,40%. A meta para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%. A projeção para o índice de inflação oficial em 2023 foi mantida em 5,00% pela segunda semana seguida. Há um mês, a projeção era 5,17%. A meta para 2023 é de 3,25%, com banda até 4,75%. A estimativa para 2024, o horizonte relevante da política monetária devido às incertezas sobre a política de desoneração tributária sobre os combustíveis, cedeu de 3,50% para 3,47%. Há um mês, a estimativa era 3,47%. Para 2024, a projeção do mercado está acima da meta de 3,00%, mas dentro do limite superior, que é de 4,50%. 

A semana no mercado de juros foi de retirada de prêmio de risco concentrada na parte longa da curva, refletindo a repercussão positiva do resultado da eleição presidencial no primeiro turno, dada a nova configuração do Congresso com maioria à direita e de perfil conservador. Houve aumento da desinclinação, considerando o spread entre os contratos DI jan/27 e jan/24, que fechou em -141 pontos, de -125 na sexta-feira anterior (30).

Outros vetores que influenciaram os movimentos da curva a termo foram:

  • a leitura do mercado de que a composição do Congresso limita o espaço para a adoção de medidas radicais e para o retrocesso das reformas. Caso vença o candidato do PT, as chances de eventuais opções heterodoxas na política econômica ficarão diminuídas, e por outro lado, se o bolsonarismo for reeleito, pautas caras ao mercado, como privatização, tem maiores possibilidades de serem implementadas,
  • o relatório de emprego nos EUA (payroll) de setembro mostrou que a criação de empregos e salário médio por hora ficou perto do estimado, mas a inesperada queda na taxa de desemprego de 3,7% para 3,5% ante consenso de estabilidade, elevou as chances de alta de 75 bps nos juros na reunião de 2 de novembro. O mercado de trabalho relativamente forte deve manter as pressões inflacionárias elevadas,
  • a continuidade dos discursos hawkish de dirigentes do Fed, as dúvidas sobre até quando vai durar esse aperto monetário e o efeito que terá sobre o ritmo de atividade já em desaceleração,
  • o juro da T-note de 2 anos saltou a 4,3078%, e o retorno da T-note de 10 anos avançou a 3,8875%. A curva de juros embute chance a 81% de elevação de 75 pontos-base nos Fed funds em novembro,
  • o barril do Brent, referência para a Petrobras, disparou na semana, para US$ 97,92, na esteira do corte de até 2 milhões de barris por dia na produção pelo cartel formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), além de renovadas tensões no Leste Europeu. Foi o maior ganho semanal da commodity energética desde a invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro,
  • e as preocupações com o impacto do pacote fiscal no Reino Unido, que pode agravar o quadro inflacionário e exigir aperto adicional dos juros.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • as vendas do comércio varejista, que caíram 0,1% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, com recuo menor que a mediana (-0,3%) das estimativas,
  • o IGP-DI registrou queda de 1,22% em setembro, de -0,55% em agosto, com recuo bem maior que a mediana das estimativas (-0,84%). As quedas nos preços de commodities e combustíveis puxaram a deflação no atacado medida pelo índice. O índice de difusão, que mede o porcentual de produtos e serviços com elevação em seus preços vem apresentando importante recuo,
  • a produção industrial caiu 0,6% em agosto ante julho, dentro das expectativas esperadas, desde queda de 1,2% a alta de 0,2%, com mediana negativa de 0,7%. No ano, setor acumula queda de 1,3% e, em 12 meses, o recuo é de 2,7%. A retração na produção de combustíveis foi o que mais impulsionou, dentre as oito atividades que tiveram queda,

A conferir o que estará no radar do mercado

  • o cenário eleitoral, com o mercado atento às pesquisas de intenção de voto para presidente, a definição de mais apoios e sinalizações de propostas para a área econômica,
  • O CPI de setembro nos EUA na quinta-feira (13). A estimativa é de desaceleração para 8,1%, de 8,3% em agosto na comparação anual,
  • e o IPCA de setembro na terça-feira (11). É esperada nova deflação, de 0,34%,

O dólar no mercado à vista encerrou o pregão da sexta-feira (7) cotado a R$ 5,2125, acumulando perdas de 3,38% na semana.

Os fatores que influenciaram a troca de sinais da moeda americana foram:

  • os dados do relatório de emprego (payroll) nos EUA em setembro, que mostraram um mercado de trabalho ainda apertado, reforçando a perspectiva de manutenção do ritmo de alta de juros pelo Fed na próxima reunião, em 2 de novembro,
  • o payroll mostrou criação de 263 mil vagas de trabalho em setembro, levemente abaixo da mediana (270 mil vagas). A taxa de desemprego recuou de 3,7% em agosto para 3,5% em setembro, contrariando a expectativa de estabilidade, e em seu menor nível das últimas cinco décadas. O salário médio por hora subiu 0,31% em setembro (projeção de 0,40%). Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,98% no último mês, praticamente em linha com o projetado (5%),
  • após a divulgação do payroll, o monitoramento do CME Group mostrou que as chances de uma alta de 75 pontos-base na taxa básica dos EUA em novembro subiram de 77,1% para 81,1%, para a faixa entre 3,75% e 4%,
  • a alta dos preços do petróleo, de US$ 87,96 na sexta-feira anterior (30), para US$ 97,92 no fechamento da semana, , na esteira do corte da produção pelo cartel formado pela Opep+,
  • a visão de que, seja quem for o vencedor na eleição presidencial, haverá pouco espaço para medidas radicais na área econômica, dada a nova configuração do Congresso e as alianças políticas,
  • e a entrada de fluxo estrangeiro para a Bolsa e Renda Fixa, bem como de exportadores.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 10 a 14 de outubro

Segunda-feira (10):

  • Brasil: Relatório de Mercado Focus, o IGP-M da primeira prévia de outubro,
  • EUA: feriado do Dia de Colombo. As bolsas funcionam normalmente, mas o mercado de Treasuries estará fechado. Discursos de dirigentes do Fed,

Terça-feira (11):

  • Brasil: o IPCA de setembro,
  • EUA: Discursos de dirigentes do Fed,
  • Reino Unido: a taxa de desemprego em agosto,

Quarta-feira (12):

  • Brasil: não haverá negócios na B3. Feriado nacional em homenagem à Nossa Senhora Aparecida,
  • EUA: a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed, o índice de preços ao produtor (PPI) de setembro, discurso de dirigente do Fed,
  • Zona do Euro: a produção industrial de agosto, discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE,
  • Reino Unido: o PIB do terceiro tri, a produção industrial de agosto,

Quinta-feira (13):

  • EUA: o índice de preços ao consumidor de setembro, os pedidos semanais de seguro desemprego, o estoque de petróleo bruto,
  • China: o índice de preços ao consumidor em setembro,
  • Zona do Euro: o índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha,

Sexta-feira (14):

  • Brasil: o IBC-Br de agosto, o crescimento do setor de serviços em agosto,
  • EUA: as vendas no varejo em setembro,
  • Zona do Euro: a balança comercial de agosto,
  • China: a balança comercial de setembro.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Fonte: Broadcast

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