Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 221

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): índices de inflação ao produtor e ao consumidor nos EUA em setembro acima do esperado, e novas declarações hawkish de dirigentes do Fed quanto ao aperto monetário

Destaque(s): FED.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (17), nova melhora nas expectativas para a alta do IPCA em 2022, de 5,71% para 5,62%, a 16ª redução seguida. Há um mês, a mediana era de 6,00%. A meta para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%. A previsão do índice de inflação oficial para 2023 passou de 5,00% para 4,97%. Há um mês, a mediana era de 5,01%.
A meta para 2023 é de 3,25%, com banda até 4,75%. A previsão para 2024, horizonte relevante da política monetária devido às incertezas sobre a política de desoneração tributária sobre os combustíveis, arrefeceu de 3,47% para 3,43%. Há um mês, a mediana era de 3,50%. A meta para 2024 é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.

A semana no mercado de Renda Fixa foi de acúmulo de prêmios de risco e redução da desinclinação da curva, refletindo os índices de inflação ao produtor e ao consumidor nos EUA em setembro acima do esperado, e novas declarações hawkish de dirigentes do Fed quanto ao aperto monetário. O spread entre os contratos DI jan/27 e jan/24 fechou em -127 pontos, de -141 na sexta-feira anterior (7).

Os principais vetores que influenciaram a trajetória da curva de juros foram:

  • o CPI subiu 0,4% em setembro, consenso de 0,2%, e o núcleo, 0,6%, consenso de 0,4%, endossando a ideia de ação agressiva do Fed e acentuando os riscos de recessão. O CME Group apontava 99,4% de chance de uma nova alta de 75 pontos-base nos juros pelo Fed em novembro. Após o dado, a precificação para cortes da Selic em 2023 diminuiu,
  • o pessimismo sobre a economia global em meio ainda a escalada das tensões geopolíticas, com o temor de evolução para ataques nucleares na guerra entre Rússia e Ucrânia, e a crise no Reino Unido, com os desdobramentos do pacote fiscal da primeira-ministra Liz Truss aumentando a volatilidade no mercado de títulos britânico e provocando a demissão do ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng,
  • as estimativas de inflação trazidas pela pesquisa da Universidade de Michigan sobre o sentimento do consumidor americano avançaram. Para o prazo de 1 ano, subiram de 4,7% em setembro para 5,1% na prévia de outubro, e para 5 anos, de 2,7% para 2,9%,
  • a alta dos yields dos Treasuries. A taxa da T-Note de 10 anos fechou em 4,0215% e a de 2 anos, em 4,5065%, de 3,8875% e 4,3078% respectivamente no dia 7,
  • as revisões em baixa nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento econômico, alimentando os temores de recessão global,
  • a queda dos preços do petróleo, com o Brent para dezembro recuando para US$ 91,63, de US$ 97,92 na sexta-feira anterior (7), em momento de discussão sobre a defasagem ante os preços internacionais,
  • os novos lockdowns na China devido a novos surtos de covid-19 durante o feriado de uma semana no país,
  • e a deflação de 1,01% do IGP-M na primeira prévia de outubro. A queda dos preços é mais intensa do que a registrada no primeiro decêndio de setembro, quando o índice recuou 0,80%. Todos os componentes do IGP-M registraram retração.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • o volume de serviços em agosto subiu 0,7% ante julho, bem acima da mediana das estimativas, de 0,1%, perto do teto de 0,8%, acumulando o quarto resultado mensal positivo seguido. No acumulado do ano, a alta atinge 8,4% e, em 12 meses, chega a 8,9%. Com esse resultado, o setor está 10,1% acima do patamar pré-pandemia,
  • as vendas no varejo em setembro mostraram desaceleração, com crescimento de 0,3%, descontada a inflação, ante o mesmo período do ano passado, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA),
  • e a deflação de 0,29% do IPCA em setembro levemente menor do que a esperada, de -0,32%, mas ainda assim, a maior para o mês na série histórica. Na abertura do indicador, destaque para a desaceleração dos núcleos e do índice de difusão.

A conferir o que estará no radar do mercado

  • o noticiário eleitoral, na medida em que vai se aproximando o segundo turno, em 30 de outubro,
  • os desdobramentos da crise política e econômica no Reino Unido,
  • a bateria de dados da China incluindo o PIB, a produção industrial, vendas no varejo e os números da balança comercial, que devem repercutir nas commodities,
  • e o Livro Bege do Fed, que deve reforçar os riscos da inflação e a necessidade de continuar com o aperto agressivo dos juros.

O dólar no mercado à vista fechou o pregão da sexta-feira (14) cotado a R$ 5,3227, encerrando a semana com ganhos de 2,11%. Em outubro, acumula perdas de 1,33%. Em 2022, a moeda americana tem perdas de 4,54% ante o real.

Os fatores que influenciaram o mercado doméstico de câmbio foram:

  • os dados ruins de inflação nos EUA, CPI e PPI, e declarações de dirigentes do Fed reforçando a expectativa de continuidade do aperto monetário de 75 pontos-base em novembro,
  • a divulgação da confiança do consumidor (preliminar), que avançou a 59,8 em outubro acima da previsão (59), e deterioração das expectativas de inflação revelada por pesquisa preliminar da Universidade de Michigan. A estimativa para inflação em 1 ano passou de 4,7% em setembro, para 5,1% na prévia de outubro. Já para o horizonte de cinco anos, a expectativa subiu de 2,7% para 2,9%,
  • o aumento dos temores de uma recessão global, dada a fraqueza também da economia Europeia e a escalada da guerra na Ucrânia,
  • a alta das taxas dos Treasuries, com a T-note de 10 anos fechando a semana em 4,0215%, de 3,8875% na sexta-feira anterior (7),
  • a queda das cotações do petróleo, com o tipo Brent para dezembro, referência para a Petrobras, encerrando em US$ 91,63 o barril, de US$ 97,92 na  sexta-feira (7),
  • as falas pessimistas vindas da reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI). A diretora-geral do fundo, Kristalina Georgieva, alertou que aumenta o risco de recessão global. O diretor do Departamento da Europa do FMI, Alfred Kammer, disse que toda a Europa deve experimentar um período de desaceleração do crescimento, com Alemanha e Itália enfrentando um período recessivo,
  • a confirmação pela primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, da manutenção do aumento de impostos corporativos planejado,
  • os dados de serviços em agosto e na comparação anual perto do teto das projeções do mercado reforçando a percepção de melhora da economia brasileira. O avanço de 0,7% no volume de serviços prestados no País em agosto ante julho foi a quarta alta consecutiva, acumulando um ganho de 3,3% no período, e 10,1% acima do nível pré-pandemia,
  • e ingressos de fluxo cambial de investidores estrangeiros e exportadores.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 17 a 21 de outubro

Segunda-feira (17):

  • Brasil: o Relatório de Mercado Focus, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de agosto,
  • EUA: o índice de atividade Empire State de NY,

Terça-feira (18):

  • Brasil: o IGP-10 de outubro, a produção industrial em setembro,
  • EUA: os estoques de petróleo bruto semanal, a produção industrial dos EUA,
  • Zona do Euro: o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha,

Quarta-feira (19):

  • Brasil: o Monitor do PIB de agosto,
  • EUA: as licenças de construção em setembro, o Livro Bege, os discursos de dirigentes do Fed,
  • Zona do Euro: o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro,

Quinta-feira (20):

  • Brasil: Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN),
  • EUA: os pedidos de seguro-desemprego semanal, as vendas de casas usadas em setembro, os discursos de dirigentes do Fed,
  • Zona do euro: o índice de preços ao produtor da Alemanha (PPI),

Sexta-feira (21):

  • EUA: os discursos de dirigentes do Fed,
  • Zona do Euro: as vendas no varejo do Reino Unido, o índice de sentimento econômico.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Fonte: Broadcast

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