Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 225

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): EXPRESSIVA alta nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): expressivo aumento de prêmios de risco ao longo de toda a curva, espelhando a combinação de inflação mais forte do que a esperada e o nervosismo com a piora de percepção do risco fiscal.

Destaque(s): Inflação e Risco Fiscal.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (7), a expectativa para o IPCA em 2022 voltou a subir, de 5,61% para 5,63%, contra 5,71% há um mês. A mediana para 2022 está acima do teto da meta, de 5,00%. A mediana para o índice de inflação oficial em 2023 ficou estável essa semana e acima do teto de 4,75%. Há quatro semanas, a mediana era de 5,00%. A previsão para 2024 permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, a mediana era de 3,47%. A meta para 2024 é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%. O BC tem dado ênfase ao horizonte seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.

A semana no mercado futuro de juros foi de expressivo aumento de prêmios de risco ao longo de toda a curva, espelhando a combinação de inflação mais forte do que a esperada e o nervosismo com a piora de percepção do risco fiscal. O spread entre os contratos DI jan/27 e jan/24 passou de -148 pontos na sexta-feira anterior (4), para -73 pontos, diminuindo consideravelmente a desinclinação.

Os principais vetores que influenciaram a trajetória da curva de juros foram:

  • a percepção de que a Selic pode permanecer no atual patamar por mais tempo do que o imaginado, caso se concretize o desenho fiscal da PEC da Transição pretendida pelo próximo governo,
  • a possibilidade da PEC da Transição excluir as despesas com os compromissos sociais assumidos em campanha de forma permanente da regra do teto de gastos sem apresentação de contrapartidas em receitas,
  • o discurso do presidente eleito sinalizando que vê dicotomia entre prioridades sociais e equilíbrio fiscal, e que gastos como Bolsa Família são investimentos e podem ficar fora do teto,
  • o volume de serviços prestados subiu 0,9% em setembro ante agosto, acima do teto das previsões (0,8%), demonstrando alguma resistência aos efeitos da política monetária,
  • os ajustes na percepção sobre a inflação após o IPCA de outubro de 0,59% superar a mediana (0,49%) e o teto das projeções (0,54%), ante um recuo de 0,29% em setembro,
  • o incômodo com a ausência dos nomes que vão compor a equipe econômica do próximo governo,
  • e os rumores de que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles teria descartado assumir novamente o cargo no próximo governo. O mercado teme ser nomeado alguém menos comprometido com o lado fiscal.

Fizeram o contraponto mas não impediram a abertura da curva de juros:

  • a inflação ao consumidor (CPI) menor que a prevista nos EUA consolidando a percepção de que o Fed pode diminuir a intensidade do aperto monetário para 50 pontos em dezembro. O yield da T-note de 10 anos fechou a semana em 3,8172%, de 4,1615% na sexta-feira anterior (4),
  • as notícias de relaxamento de medidas restritivas contra covid-19 na China,
  • as afirmações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendendo que o governo precisa ter “um olho para o social e também um olho para o equilíbrio fiscal”, de forma a não elevar as expectativas de inflação e desorganizar o setor produtivo,
  • e o adiamento da PEC de Transição.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • as vendas do comércio varejista, que subiram 1,1% em setembro ante agosto, acima da mediana positiva em 0,2% e perto do teto do intervalo das previsões, de alta de 1,4%. No varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, houve expansão de 1,5%, mais que o dobro do que apontava a mediana de 0,7%,
  • e o IGP-DI registrou queda de 0,62% em outubro, após uma redução de 1,22% em setembro. Com o resultado, acumulou uma elevação de 4,89% no ano. Em 12 meses, houve aumento de 5,59%,

A conferir o que estará no radar do mercado

  • as negociações da PEC da Transição que vai abrir espaço no orçamento para acomodar despesas com programas sociais fora da regra do teto de gastos,
  • os nomes da equipe econômica do próximo governo,
  • e os números de vendas no varejo e de produção industrial nos EUA, ambos referentes ao mês de outubro, que poderão dar novas pistas sobre o andamento da atividade econômica e inflação.

O dólar no mercado à vista terminou a sexta-feira (11) cotado a R$ 5,3337, encerrando a semana com valorização de 5,36%.

Os principais fatores que influenciaram o mercado de câmbio foram:

  • as notícias sobre relaxamento da política de covid zero na China,
  • a expectativa de abertura maior da economia chinesa,
  • as preocupações com a política fiscal no futuro governo após declarações do presidente eleito, que criticou o teto de gastos e afirmou que despesa social é investimento,
  • a alta menor que a prevista do índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA em outubro, alimentando a expectativa de que o Fed diminua o ritmo de aperto monetário em dezembro,
  • o índice e sentimento do consumidor nos EUA elaborado pela Universidade de Michigan caiu de 59,9 em outubro para 54,7 em novembro, ante previsão de baixa para 59,5,
  • o adiamento da apresentação da PEC da Transição, que pode retirar definitivamente do teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação do ano anterior) os desembolsos com o Bolsa Família,
  • o fato de alguns nomes indicados para a equipe de transição não terem sido bem recebidos pelo mercado,
  • e as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que o governo eleito precisa “ter um olho” para as questões sociais, mas também deve atentar para o equilíbrio das contas públicas, e que os mercados “estão muito sensíveis a esse tema fiscal”.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 14 a 18 de novembro

Segunda-feira (14):

  • Brasil: o Relatório de Mercado Focus, o Banco Central divulga o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de setembro (conhecido como proxydo PIB),
  • Zona do Euro: a produção industrial em setembro,
  • China: a produção industrial, vendas no varejo e taxa de desemprego (outubro),
  • Japão: PIB do 3º tri,

Terça-feira (15):

  • Brasil: feriado em homenagem à Proclamação da República,
  • EUA: o índice de preços ao produtor em outubro, o índice de manufatura Empire State,
  • Zona do Euro: o PIB do 3º tri,
  • Alemanha: o levantamento ZEW de sentimento econômico em novembro,

Quarta-feira (16):

  • Brasil: apresentação da PEC da Transição,
  • EUA: as vendas no varejo em outubro, a produção industrial em outubro,
  • Zona do Euro: o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde,
  • Reino Unido: o índice de preços ao consumidor, 

Quinta-feira (17):

  • Brasil: o IGP-10 de novembro, a Pnad Contínua Trimestral no 3° tri,
  • EUA: os pedidos de auxílio desemprego (semanal), o índice de atividade industrial do Fed da Filadélfia, o número de construção de casas novas,
  • Zona do Euro: a inflação ao consumidor em outubro,
  • Reino Unido: a apresentação dos planos fiscais pelo ministro das Finanças, Jeremy Hunt,

Sexta-feira (18):

  • Brasil: a sondagem Industrial pelo CNI,
  • EUA: venda de moradias usadas,
  • Zona do Euro: o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

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Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

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