Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 226

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): as incertezas em torno do futuro da PEC da Transição e seus riscos para as políticas fiscal e monetária.

Destaque(s): Inflação e Risco Fiscal.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (21), a projeção para o IPCA em 2022 avançou de 5,82% para 5,88%, acima do teto da meta (5,0%), contra 5,60% há um mês. A expectativa para o índice de inflação oficial em 2023 voltou a subir após quatro meses, de 4,94% para 5,01%, também acima do teto (4,75%). Há quatro semanas, a estimativa para 2023 era de 4,94%. Para 2024, a mediana permaneceu em 3,50%. A meta para 2024 é 3%.

A semana no mercado de juros foi de alta mais acentuada nos trechos curto e intermediário, refletindo as incertezas em torno do futuro da PEC da Transição e seus riscos para as políticas fiscal e monetária. O spread entre os contratos DI jan/27 e jan/24 passou de -73 pontos na sexta-feira anterior (11), para -88 pontos, aumentando a desinclinação da curva. As taxas estão nas máximas desde abril de 2016.

Os principais vetores que influenciaram a trajetória da curva de juros foram:

  • a apreensão com o nome de Fernando Haddad ganhando força para ocupar o principal cargo da área econômica,
  • o alerta do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que vai “reagir” se não houver convergência entre as políticas fiscal e social, aumentando as apostas de que o Copom poderá voltar a subir a Selic antes de iniciar um ciclo de queda,
  • os sinais emitidos pelo Fed de que pode até diminuir a intensidade de aumento de juros, mas sem deixar de levar as taxas a um terreno contracionista. A T-note de 2 anos subiu 19 pontos na semana,
  • o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçando o compromisso em retornar a inflação à meta de 2%, mesmo que tenha de subir os juros a nível restritivo,
  • o pedido do próximo governo feito ao Congresso de quase R$ 200 bilhões extra teto de gastos para programas sociais, sem indicação efetiva de contrapartida de receitas,
  • as declarações do presidente eleito na COP27 criticando o cumprimento do teto de gastos em detrimento da destinação de recursos para a área social, e atribuindo o movimento recente do mercado a especuladores e não a “pessoas sérias”,
  • os dados de vendas no varejo nos EUA mais fortes (1,3%) do que a projeção (1,2%),
  • e os temores de uma possível escalada na guerra da Ucrânia após um míssil atingir a Polônia, um dos países membros da Otan.

Fizeram o contraponto mas não impediram a abertura da curva de juros:

  • a renúncia do ex-ministro Guido Mantega ao grupo de trabalho da transição que tratava das áreas de orçamento e planejamento,
  • a expectativa de redução na previsão de gastos extra teto no novo governo, após o estresse com a PEC da Transição,
  • os acenos do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, com responsabilidade fiscal,
  • o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) vindo em queda de 0,59%, acima da indicada pela mediana (-0,50%) das estimativas,
  • o índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA avançou 0,2% em outubro ante setembro, abaixo da previsão de avanço de 0,4% no período. O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,2% na comparação mensal de outubro, abaixo da projeção de alta de 0,3%. No acumulado de 12 meses encerrados no mês passado, o PPI saltou 8,0%, enquanto o núcleo subiu 5,4%,
  • e o crescimento de 0,05% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro, bem menor do que o esperado (0,30%).

A conferir o que estará no radar do mercado

 

  • as negociações no Congresso em torno da PEC Alternativa ao que propõe o governo eleito com a PEC da Transição, que pode definir um prazo de validade e reduzir os valores para programas sociais que ficarão fora da regra do teto de gastos,
  • a possível divulgação do nome do ministro da Fazenda para tranquilizar o mercado em relação à política econômica,
  • o IPCA-15 de novembro com previsão de alta mensal de 0,5%. Em outubro, o IPCA-15 subiu 0,16%,
  • e a ata do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc), que poderá dar pistas de como o Fed vê as perspectivas para inflação e atividade em uma semana mais curta devido ao feriado do Dia de Ação de Graças.

O dólar no mercado à vista terminou o pregão da sexta-feira (18) cotado a R$ 5,3748, encerrando a semana em alta de 0,77% e valorização de 4,04% em novembro. Em 2022, o dólar cai 3,61% frente ao real.

Os principais fatores que influenciaram o mercado de câmbio foram:

 

  • os temores de piora do quadro fiscal e as especulações sobre o perfil da futura equipe econômica,
  • a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre eventual reação da autoridade monetária ao possível cenário de descontrole fiscal, o que inibe apostas em corte da taxa Selic no primeiro semestre de 2023,
  • os rumores de que o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, estava bem cotado para o ministério da Economia,
  • a saída do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, da equipe de transição de governo,
  • a possibilidade de redução dos gastos extra teto na PEC da Transição no Congresso,
  • e as sinalizações do vice presidente eleito, Geraldo Alckmin, de compromisso com responsabilidade social e fiscal do governo eleito, com superávit primário, redução da dívida e controle de despesas.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 21 a 25 de novembro

Segunda-feira (21):

  • Brasil: o Relatório de Mercado Focus, a segunda prévia do IGP-M de novembro, os dados semanais da balança comercial,

Terça-feira (22):

  • EUA: os discursos de dirigentes do Fed, os estoques de petróleo bruto,
  • Zona do Euro: a confiança do consumidor (novembro, preliminar)

Quarta-feira (23):

  • Brasil: o IPC-S (semanal),
  • EUA: a Ata da última reunião de política monetária do Fed, as licenças de construção (mensal), os pedidos de seguro-desemprego (semanal), os pedidos de bens duráveis (outubro), os PMIs industrial, de serviço e composto da S&P Global (novembro), as vendas de casas novas, o Índice de confiança da Universidade de Michigan (novembro),
  • Zona do Euro: as prévias de novembro dos PMIs composto, industrial e de serviços,

Quinta-feira (24):

  • Brasil: a divulgação do IPCA-15 de novembro,
  • EUA: o país celebra o Dia de Ação de Graças e os mercados em Wall Street estarão fechados, retornando na sexta-feira, na Black Friday, em esquema de meia sessão,
  • Zona do Euro: a Ata da última reunião de política monetária,

Sexta-feira (25):

  • Brasil: o IPC (semanal), o Relatório mensal da dívida pública federal (outubro),
  • EUA: os mercados fecham mais cedo,

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros Anbima

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI