Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 227

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): precificação de mais altas da Selic nas próximas reuniões, dada as incertezas com relação à política fiscal e equipe econômica do governo eleito.

Destaque(s): Risco Fiscal.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (28), a projeção para a alta do IPCA em 2022 avançou de 5,88% para 5,91%, acima do teto da meta (5,0%), contra 5,61% há um mês. A expectativa para a alta do índice de inflação oficial em 2023 subiu de 5,01% para 5,02%, também acima do teto (4,75%). Há quatro semanas, a estimativa para 2023 era de 4,94%. Para 2024, a mediana permaneceu em 3,50%, estável pela quinta semana seguida. A meta para 2024 é 3%.

A semana no mercado de juros foi de acúmulo de prêmios na curva com intensidade maior no trecho intermediário, refletindo a precificação de mais altas da Selic nas próximas reuniões, dada as incertezas com relação à política fiscal e equipe econômica do governo eleito.

Os principais vetores que influenciaram a trajetória da curva de juros foram:

  • o discurso na Febraban do ex-ministro Fernando Haddad, apontado como favorito para assumir o ministério da Fazenda, sem novidades sobre a PEC da Transição e sem uma postura mais assertiva em relação à questões como controle de gastos e fontes de receitas para financiar os programas sociais,
  • a indefinição do cenário fiscal no País (ausência de definição sobre o valor da PEC da Transição, o prazo para gastos fora do teto e qual será a âncora fiscal usada) e suas consequências para a inflação, política monetária e crescimento,
  • os alertas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a incerteza fiscal passou a ter peso mais importante do que à relacionada diretamente à inflação (que tem feito uma inflexão) e ao crescimento,
  • a não divulgação dos nomes que vão comandar a área econômica,
  • e o ressurgimento da tensão política após informação de que o presidente Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entraram com representação no TSE pedindo a invalidação de votos de urnas em “desconformidade”.

Fizeram o contraponto mas não impediram a abertura da curva de juros:

  • a PEC alternativa à da Transição, que propôs limitar a R$ 70 bilhões o valor extrateto destinado aos programas sociais do governo eleito por um prazo de quatro anos,
  • o IGP-M caindo 0,55% na segunda prévia de novembro. A deflação é menos intensa do que a registrada no segundo decêndio de outubro, quando o índice cedeu 0,83%,
  • as declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, dizendo que a eleição presidencial de 2022 é incontestável,
  • a ata do Fed, lida como mais dovish, sinalizando desaceleração do ritmo de aperto de juros nos EUA em dezembro,
  • a piora do quadro da covid-19 na China, aumentando os riscos à demanda e ao crescimento no país,
  • o arrefecimento do estresse do mercado com a possibilidade de Fernando Haddad assumir a área econômica do próximo governo, após sinalização nos bastidores da sua disposição em trabalhar com o economista Pérsio Arida,
  • o BCE acenando a chance de reduzir o ritmo da elevação de juros caso a recessão seja “prolongada e profunda”,
  • o adiamento da apresentação da PEC da Transição foi bem recebido pelo mercado, dada a perspectiva de que um consenso menos expansivo dos gastos pode acontecer,
  • o IPCA-15 de novembro praticamente em linha com a mediana do mercado (0,54%), após ter subido 0,16% em outubro, acumulando 6,17% em 12 meses,
  • e a queda do petróleo, que reflete notícias sobre um possível limite ao preço do óleo da Rússia.

A conferir o que estará no radar do mercado

  • o desenho final da PEC da Transição (valor a ser gasto em 2023 acima do permitido pelas atuais regras, o chamado teto de gastos, e o prazo de validade) a ser apresentada ao Congresso nos próximos dias,
  • a indicação de um nome para o comando do Ministério da Fazenda,
  • na quarta-feira (30), o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que poderá trazer novas pistas sobre a política de aperto monetário do país. O CME Group mostra que 75% do mercado espera por uma desaceleração para alta de 50 pontos base, após quatro altas consecutivas de 75 pontos,
  • a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro tri, na quinta-feira (1º). O mercado projetou um crescimento de 0,9%,
  • o índice de preços dos gastos do consumidor (PCE), medida preferida de inflação do Fed, referente a outubro, na quinta-feira (1º). Aprevisão é uma desaceleração do indicador em outubro, crescendo 0,3% na comparação com setembro. De agosto para setembro o PCE avançou 0,5%.
  • e o relatório de emprego dos EUA (payroll) na sexta-feira (2). É esperada a criação de 200 mil empregos em novembro. Segundo o Fed, o mercado de trabalho tem sido um dos principais geradores de inflação no país.

O dólar no mercado à vista encerrou o pregão da sexta-feira (25) cotado a R$ 5,4105, terminando a semana com variação positiva (+0,66%). Em novembro, acumula ganhos de 4,73%.

Os principais fatores que influenciaram o mercado de câmbio foram:

  • as incertezas sobre o texto final da PEC da Transição,
  • a falta de declarações mais assertivas em favor da responsabilidade fiscal por parte do ex-ministro Fernando Haddad, principal nome cotado para ocupar o ministério da Fazenda,
  • o modelo sinalizado de equipe econômica no futuro governo com um político no comando da Fazenda, assessorado por economistas de carreira no Tesouro e Planejamento, e com secretários-executivos com perfil liberal e com comprometidos com metas fiscais,
  • e a onda mais forte de Covid-19 na China, trazendo perspectivas de uma desaceleração maior do crescimento do país.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 28 de novembro a 2 de dezembro

Segunda-feira (28):

  • Brasil: o Relatório de Mercado Focus, a nota de crédito de outubro,
  • EUA: o discurso do presidente do Fed de NY, John Williams,
  • Zona do Euro: o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE,
  • Reino Unido: os discursos do primeiro-ministro do Reino Unido, Rish Sunak, e do presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey,

Terça-feira (29):

  • Brasil: o IGP-M de novembro, a arrecadação federal de outubro, o resultado primário do governo central de outubro, o índice de evolução de emprego do Caged em outubro,
  • EUA: o índice de confiança do consumidor do Conference Board,
  • China: o PMI de serviços e industrial da China,
  • Zona do Euro: o índice de sentimento econômico de novembro, o CPI da Alemanha,

Quarta-feira (30):

  • Brasil: a taxa de desemprego da Pnad Contínua do trimestre até outubro, o setor público consolidado de outubro,
  • EUA: o relatório ADP de criação de empregos no setor privado, o PIB do 3º tri, o Livro Bege do Fed, o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell,
  • Zona do Euro: o CPI de novembro,
  • China: o PMI industrial da Caixin em novembro,

Quinta-feira (1):

  • Brasil: o PIB do 3º tri, o IPC-S de novembro, o PMI industrial de novembro,
  • EUA: o índice de preços de gastos com consumo (PCE), o discurso de Michelle Bowman, membro do comitê de política monetária do Fed, o PMI composto novembro,
  • Zona do Euro: o PMI composto de novembro, a taxa de desemprego em outubro, o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE, as vendas no varejo da Alemanha de outubro,

Sexta-feira (2):

  • Brasil: a divulgação do IPC-Fipe de novembro, a produção industrial de outubro,
  • EUA: o relatório oficial do mercado de trabalho, o payroll, de novembro, o discurso de Charles Evans, presidente do Fed de Chicago,
  • Zona do Euro: o índice de preços ao produtor em outubro.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Fonte: Broadcast

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