Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 255

→ Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Queda nas Taxas de Juros Longas.

Principal(is) vetor(es): percepção de alívio na inflação e corte da Selic em agosto, além da redução de ruídos políticos e melhora da economia brasileira e contas públicas.

Destaque(s): Inflação e Risco Fiscal.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (12), na esteira da surpresa desinflacionária do IPCA de maio (0,23%), a projeção para a inflação oficial deste ano passou de 5,69% para 5,42%, ainda acima do teto da meta (4,75%). Para 2024, foco da política monetária, passou de 4,12% para 4,04%, acima do centro da meta (3,00%).

Semana de forte queda das taxas de juros ao longo de toda a curva refletindo a percepção de alívio na inflação e corte da Selic em agosto, além da redução de ruídos políticos e melhora da economia brasileira e contas públicas. A ponta curta já embute probabilidade marginal de que o Copom comece o ciclo de corte da Selic em agosto com uma dose de 50 pontos-base.

Os principais vetores que influenciaram a forte queda nos juros futuros foram:

 

  • a redução no ruído político em torno do cenário fiscal após a Câmara dos Deputados aprovar a nova regra de controle dos gastos públicos. A proposta ainda precisa passar pelo crivo do Senado, mas já é visto como algo positivo pelo mercado,
  • a expectativa consolidada de pausa na alta de juros do Fed na reunião do dia 14,
  • os sinais de desaceleração econômica no exterior: aumento nos pedidos de seguro-desemprego dos EUA, a contração no PIB da zona do euro e uma inflação abaixo da esperada na China, todos fatores que sugerem manutenção ou queda das taxas de juros à frente,
  • o IPCA de maio abaixo do piso das estimativas e com leitura positiva dos preços de abertura (destaque para a expressiva desaceleração da média dos núcleos e a deflação em serviços), variáveis que vinham apresentando certa rigidez em ceder, o que servia de alerta para o Banco Central. Em 12 meses, a taxa acumulada caiu de 4,18% para 3,94%.
  • o IPCA consolidou as apostas no início do ciclo de cortes da Selic no Copom em agosto que já vinham crescendo na curva de juros após a deflação maior do IGP-DI e do IGP-M também do mês passado,
  • as declarações de dirigentes do Banco Central destacando a melhora do cenário inflacionário, o que autorizou o aumento das apostas no início de cortes da Selic em agosto,
  • e a deflação do IGP-DI de maio acima do esperado que reforçou a consolidação das apostas de corte da Selic em agosto. Foi a mais intensa desde 1947 e, em 12 meses, a mais forte da série histórica iniciada em 1944, reflexo da desvalorização das commodities.

Fizeram o contraponto mas não impediram o fechamento da curva de juros:

  • a abertura da curva dos Treasuries apoiada na expectativa de que o Fed possa retomar o aperto monetário em julho após uma pausa neste mês,

A conferir o que estará no radar do mercado

No Brasil

  • a movimentação em Brasília a respeito da tramitação do texto do arcabouço fiscal no Senado,
  • as discussões em torno da reforma tributária,

Nos EUA

  • a decisão de política monetária do Fed na quarta-feira (14). A aposta majoritária é de manutenção dos juros no patamar atual, na faixa entre 5,00% e 5,25%, após dez aumentos consecutivos nas taxas. Após a reunião, haverá entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell,
  • o dado da inflação ao consumidor de maio na terça-feira (13),

Na Europa

  • a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira (15). O esperado é que o BCE eleve novamente suas taxas para combater a inflação, apesar da recessão técnica apontada pelo PIB do primeiro tri,

O dólar no mercado à vista encerrou a sessão da sexta-feira (9) cotado a R$ 4,8763, o menor valor de fechamento desde 7 de junho de 2022. O dólar recuou em cinco dos últimos seis pregões, e com baixa de 1,54% na semana já acumula desvalorização de 3,88% em junho.

Os principais fatores que influenciaram o preço da moeda americana no mercado doméstico de câmbio foram:

  • a entrada de fluxo comercial e financeiro tanto para ações de empresas exportadoras e com preços descontados na Bolsa quanto para a renda fixa,
  • o apetite ao risco no exterior em meio à perspectiva de interrupção da alta de juros nos EUA no encontro de política monetária do Fed nesse mês e de adoção de estímulos pelo governo Chinês,
  • a expectativa positiva para o cenário doméstico amparada na desaceleração da inflação, melhora das expectativas de crescimento, menor ruído entre governo e BC e redução do risco de trajetória explosiva do endividamento público com possível aprovação do arcabouço fiscal pelo Senado nas próximas semanas,
  • nos EUA, os pedidos semanais de auxílio desemprego cresceram 28 mil, para 261 mil, bem acima da previsão de 240 mil, reforçando a aposta de que o Fed manterá a taxa de juros inalterada na próxima semana,
  • na China houve leitura abaixo do esperado do índice de preços ao consumidor (CPI) e deflação do índice de preços ao produtor (PPI), ambos referentes a maio elevando apostas de que o banco central do país poderá afrouxar a política monetária,
  • e a percepção de que, mesmo diante da queda esperada da Selic, o diferencial de juros brasileiro seguirá atrativo.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 12 a 16 de junho

 

Segunda-feira (12):

  • Brasil – Fipe: IPC de junho (1ª Quadri), FGV: IGP-M de junho (1º decêndio), FGV: IPC-S de junho (1ª Quadri), BC: Boletim Focus, MDIC: Balança comercial semanal,

Terça-feira (13):

  • Brasil – FGV: IPC-S Capitais de junho (1ª Quadri), IBGE: Pesquisa Industrial Mensal Regional de abril, Tesouro: Leilão de LFT para 1º/3/2026 e 1º/3/2029 e de NTN-B para 15/8/2026, 15/5/2033 e 15/8/2050,
  • EUA – Deptº do Trabalho: CPI de maio, núcleo do CPI, API: estoques de petróleo na semana até 09 de junho,
  • Alemanha – Destatis: CPI de maio (final), ZEW: Índice de expectativas econômicas de junho,

Quarta-feira (14):

  • Brasil – IBGE: Varejo restrito e varejo ampliado de abril, BC: Fluxo cambial na semana de 5 a 9 de junho,
  • EUA – Deptº do Trabalho: PPI de maio, núcleo PPI, DoE: estoques de petróleo na semana até 09 de junho, Fed divulga decisão de política monetária, Presidente do Fed, Jerome Powell, concede coletiva,
  • Zona do euro – Eurostat: produção industrial em abril,
  • Reino Unido – ONS: produção industrial de abril,
  • França – OCDE: PIB de países do G20 no 1º tri,
  • China – NBS: Produção industrial de maio, vendas no varejo, Investimento em ativos fixos,

Quinta-feira (15):

  • 9h00 Brasil IBGE: Volume de serviços em abril, Tesouro: Leilão de LTN para 1º/10/2023, 1º/4/2025 e 1º/7/2026 e de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2033,
  • EUA – Deptº do Comércio: Vendas no varejo em maio, Fed de NY: índice de atividade industrial Empire State em junho, Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego na semana até 10 de junho, número de pedidos de auxílio-desemprego continuados,
  • Zona do euro – Eurostat: balança comercial de maio, o BCE divulga decisão de política monetária, o Presidente do BCE, Christine Lagarde, concede coletiva de imprensa,

Sexta-feira (16):

  • Brasil – FGV: IGP-10 de junho, FGV: IPC-S de junho (2ª Quadri), BC: IBC-Br de abril,
  • EUA – Univ. Michigan: Índice de Sentimento do Consumidor em junho (preliminar), expectativas de inflação em 1 e 5 anos, Baker Hughes: poços de petróleo em operação,
  • Zona do euro – Eurostat: CPI de maio (final), núcleo do CPI,

Japão – BoJ divulga decisão de política monetária.

Fonte: Broadcast

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros Anbima

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto

Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI