Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 256

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Highlights (Resumo): Ajuste marginal nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): Na semana pré-Copom, o mercado de juros futuros teve um ajuste discreto após os movimentos de queda dos últimos dias.

Destaque(s): Copom

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (19), na esteira de um conjunto de notícias favoráveis à descompressão inflacionária, a projeção para a inflação oficial deste ano passou de 5,42% para 5,12%, ainda acima do teto da meta (4,75%). Um mês antes, a mediana era de 5,80%. Para 2024, foco da política monetária, passou de 4,04% para 4,00%. Há um mês era de 4,13%. A mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.

Na semana pré-Copom, o mercado de juros futuros teve um ajuste discreto após os movimentos de queda dos últimos dias. A inclinação da curva passou de -24 pontos-base no dia 09, para -28 no dia 16, considerando o spread entre os vértices jan/29 e jan/25. 

Os principais vetores que reforçaram que o BC tem espaço para iniciar o corte de juros no terceiro tri foram:

 

  • a melhora das expectativas inflacionárias no Boletim Focus (12), tanto nas de curto prazo quanto nos períodos mais longos, as mais resistentes em cair, o que foi por um bom tempo motivo de alerta por parte do Banco Central para justificar uma postura mais cautelosa na condução da Selic,
  • os indicadores de inflação do começo de junho (IGP-M, IPC-S e IPC-Fipe) corroborando o quadro de alívio dos preços, elevando a estimativa de antecipação de queda da Selic em agosto,
  • as declarações “dovish” do presidente do BC, Roberto Campos Neto, lidas como um sinal de que a autoridade monetária prepara o terreno para flexibilizar a política monetária. Além de destacar a evolução das expectativas futuras e a queda da inflação corrente, ele ressaltou o alívio da curva de juros com a melhora do quadro fiscal,
  • o dado fraco do setor de serviços. A PMS de abril mostrou queda no volume de serviços de 1,6% na margem, bem pior do que o recuo de 0,4% apontado pela mediana das projeções,
  • as perspectivas otimistas em relação ao avanço das novas regras fiscais e à reforma tributária,
  • a decisão da agência de classificação de risco S&P de alterar de estável para positiva a perspectiva da nota de crédito do Brasil, em meio a avanços na política fiscal e monetária. A expectativa do mercado é que a alteração do rating atraia mais investimentos e acelere a pauta de reformas do governo e, no curto prazo, apresse uma queda da Selic,
  • o reajuste em baixa nos preços da gasolina pela Petrobras, corte de R$ 0,13 por litro às distribuidoras, o que alimenta a expectativa de deflação do IPCA de junho,
  • os dados fracos do varejo em abril. As condições de crédito apertadas e o alto endividamento das famílias continuam a pesar sobre as vendas varejistas,
  • o IBC-Br acima do consenso e o IGP-10 abaixo não chegaram a alterar a convicção do mercado sobre o ciclo de cortes da Selic,
  • a surpreendente queda na produção industrial, a desaceleração da taxa anual do índice de preços ao produtor e o nível alto de pedidos de auxílio-desemprego trouxeram dúvidas sobre a retomada do aperto monetário em julho. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que as próximas semanas serão importantes para se medir o aperto monetário adotado e que as opções para o próximo encontro estavam em aberto,
  • e a entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, suavizando o tom considerado “hawkish” do comunicado da decisão de política monetária, que ratificou o consenso das apostas e manteve os juros entre 5,00% e 5,25%.

 

 

Fizeram um contraponto ao cenário mais otimista:  

 

  • os discursos de membros do Fed que fortaleceram as apostas de aperto de juro no encontro de política monetária de julho,
  • o índice de sentimento do consumidor dos EUA, da Universidade de Michigan, subindo mais do que o esperado na prévia de junho,
  • o Banco Central Europeu (BCE) ratificou o consenso das expectativas e elevou o juro em 25 pontos-base, deixando a apercepção de que o ciclo de alta deve continuar em meio à inflação resiliente e a indicação da presidente, Christine Lagarde, de que uma pausa no aperto monetário não está em discussão,
  • o índice de preços ao consumidor (CPI) de maio nos EUA dentro do esperado, porém os núcleos ainda elevados levaram ao entendimento de retomada do aperto monetário pelo Fed em julho,
  • e a queda no desemprego no Reino Unido alimentando a expectativa por mais aperto monetário do Banco da Inglaterra (BoE). O rendimento do bônus público britânico (Gilt) de 2 anos alcançou maior nível desde agosto de 2008.

A conferir o que estará no radar do mercado

No Brasil

  • a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (21). A expectativa majoritária é que a taxa seja mantida em 13,75% ao ano, com o Banco Central (BC) indicando cortes a partir de agosto,

 

  • a votação do texto do novo arcabouço fiscal no Senado, que deve ocorrer entre terça e quarta-feira,

 

Nos EUA

  • os discursos de dirigentes do Fed, inclusive do presidente da instituição, Jerome Powell, na quinta-feira (22),

 

No exterior

  • a reunião de política monetária do Banco da Inglaterra, na quinta-feira (22),

 

O dólar no mercado à vista terminou a sessão da sexta-feira (16) cotado a R$ 4,8196, encerrando a semana com perda de 1,16% em relação ao real. Com queda em nove dos 11 pregões de junho, o dólar tem desvalorização de 5,00% no mês e de 8,72% no ano.

Os principais fatores que influenciaram o preço da moeda americana no mercado doméstico de câmbio foram:

  • as dúvidas sobre os próximos passos do Fed após manutenção de juros nesta semana e sinalizações de possíveis novas altas nas próximas reuniões, apesar de preocupações com a perda de tração da economia americana,
  • o anúncio da mudança da perspectiva do rating brasileiro (BB-) de estável para positiva pela S&P Global,
  • a perspectiva crescente de queda de juros em agosto,
  • o ingresso de recursos externos para a bolsa,
  • a deflação de 2,20 do IGP-10 de junho, acima da mediana (-2,12%) sugerindo menos pressões inflacionárias à frente,
  • a queda nas expectativas de inflação para um ano nos EUA ao menor nível desde 2021,
  • e o IBC-Br crescendo 0,56% em abril, acima da mediana das expectativas de estabilidade.



Agenda de eventos e indicadores econômicos de 19 a 23 de junho

 

Segunda-feira (19):

 

  • Brasil – Fipe: IPC de junho (2ª quadri), BC: Relatório Focus, Secex: Balança comercial semanal,
  • EUA: feriado do Juneteenth, data que marca o fim da escravidão no país, deixa mercados fechados, NAHB: Índice de Confiança das Construtoras em junho,  
  • China: PBoC estabelece taxa de juro de referência (LPR),

 

 

Terça-feira (20):

 

  • Brasil – FGV: IGP-M de junho (2º decêndio), CNI: Sondagem Industrial de maio, Monitor do PIB de abril, Tesouro: Leilão de LFT para 1º/3/2026, 1º/3/2029 e de NTN-B para 15/8/2028, 15/8/2040 e 15/8/2060,
  • EUA – Dept°. do Comércio: construções de moradias iniciadas em maio,
  • Alemanha – Destatis: PPI de maio,
  • Japão – BoJ divulga ata sobre reunião monetária realizada entre os dias 27 e 28 de abril,

 

     

Quarta-feira (21):

 

  • Brasil – BC: Copom anuncia decisão da Selic, BC: Fluxo Cambial na semana de 12 a 16 de junho,
  • EUA – API: estoques de petróleo na semana até 16 de junho,
  • Reino Unido – ONS: CPI de maio, Núcleo do CPI,

 

 

 

Quinta-feira (22):

 

  • Brasil – Tesouro: Leilão de LTN para 1º/4/2024, 1º/4/2025 e 1º/7/2026 e de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2033,
  • EUA – Fed de Chicago: índice de atividade nacional em maio, Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego na semana até 17 de junho, Número de pedidos de auxílio-desemprego continuados, o Presidente do Fed, Jerome Powell, testemunha no Senado americano, NAR: vendas de moradias usadas em maio, DoE: estoques de petróleo na semana até 16 de junho,
  • Zona do euro – Comissão Europeia: índice de confiança do consumidor em junho (preliminar),
  • Reino Unido – BC divulga decisão de política monetária,
  • Japão S&P Global/Jibun Bank: PMI composto de junho (preliminar), PMI industrial, PMI de serviços,
  • França – Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, Emmanuel Macron da França, Christine Lagarde do BCE, e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, participam do evento Summit for a New Global Financial Pact, ao lado de outras autoridades globais,
  • China – feriado deixa mercados fechados na China continental, em Hong Kong e em Taiwan,

 

  

Sexta-feira (23):

 

  • Brasil – FGV: IPC-S de junho (3ª quadri),
  • EUA – S&P Global: PMI composto de junho (preliminar), PMI industrial, PMI de serviços, Baker Hughes: poços de petróleo em operação,
  • Zona do euro – S&P Global /HCOB: PMI composto de junho (preliminar), PMI industrial, PMI de serviços,
  • Alemanha – S&P Global /HCOB: PMI composto de junho (preliminar), PMI industrial, PMI de serviços,
  • Reino Unido – ONS: vendas no varejo em maio, S&P Global /CIPs: PMI composto de junho (preliminar), PMI industrial, PMI de serviços,
  • China – feriado deixa mercados fechados na China continental e em Taiwan.

Fonte: Broadcast

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

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Características do Tesouro Direto

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