Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 258

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Highlights (Resumo): Queda nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), que manteve a meta de inflação em 3% para os próximos anos e decidiu alterar o regime de ano-calendário para horizonte contínuo a partir de 2025, provocou uma onda de revisões para baixo de IPCA e Selic. A aposta num corte da taxa em 50 bps em agosto já é levemente majoritária na precificação da curva.

Destaque(s): CMN

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (03), a projeção para a inflação oficial deste ano passou de 5,06% para 4,98%, ainda acima do teto da meta (4,75%). Um mês antes, a mediana era de 5,69%. Para 2024, foco da política monetária, passou de 3,98% para 3,92%. Há um mês era de 4,12%. A mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.

A última semana de junho e do primeiro semestre foi de queda considerável das taxas favorecendo os vendidos no mercado de juros. A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), que manteve a meta de inflação em 3% para os próximos anos e decidiu alterar o regime de ano-calendário para horizonte contínuo a partir de 2025, provocou uma onda de revisões para baixo de IPCA e Selic. A aposta num corte da taxa em 50 bps em agosto já é levemente majoritária na precificação da curva.

Outros vetores que colaboraram para o fechamento da curva foram:

  • a redução em 5,3% do preço da gasolina nas refinarias anunciado pela Petrobras, sendo mais um reforço para a desaceleração das expectativas de inflação,
  • o índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos EUA em maio, a medida de inflação preferida do Fed, em linha com o esperado e com núcleo ligeiramente melhor do que as projeções. O resultado alivia um pouco a pressão sobre o Fed na condução da política monetária, aumentando as chances de encerramento do ciclo após mais um aumento do juro (e não dois),
  • a ata do Copom, lida como mais dovish do que o comunicado, ampliando as expectativas de queda da Selic de 0,50 ponto porcentual em agosto,
  • o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que trouxe revisão da estimativa de IPCA de 3,2% para 3,1% em 2025, reforçando cenário benigno de inflação. Em entrevista coletiva após a apresentação do RTI, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçou que a porta está aberta para cortes na taxa Selic,
  • o anúncio da China de planos para promover o consumo das famílias,
  • o déficit primário muito menor que o consenso,
  • o IGP-M de junho registrando deflação de 1,93%, mais do que a queda de 1,84% apontada pela mediana das estimativas. Com este resultado, o índice acumula taxa de -4,46% no ano e de -6,86% em 12 meses,
  • o Caged de maio mostrando criação de 155.270 vagas, aquém da mediana de 188.682 postos e do resultado de 181.436 em abril, o que foi lido como um sinal de desaceleração da atividade e que pode estimular o início imediato do ciclo de cortes da Selic,

  • o IPCA-15 desacelerando fortemente de 0,51% em maio para 0,04% em junho reforçando o processo desinflacionário,
  • e a nova rodada de melhora das medianas de IPCA na Pesquisa Focus (26).


Fizeram o contraponto mas não impediram o fechamento da curva de juros:

  • o crescimento do PIB americano do primeiro tri de 2% na leitura final, superando a mediana de 1,3% e reforçando a sensação de que Fed deve voltar a apertar a política monetária,
  • o tom hawkish dos principais bancos centrais em evento do BCE em Sintra, Portugal, dada a resiliência da inflação, sobretudo da parte de serviços, reforçando temores de recessão global,
  • e a decisão do governo de ampliar de R$ 500 para R$ 800 milhões o crédito do programa automotivo em medida provisória, o que foi considerado ruim para a percepção de risco fiscal e de postura de governo.

A conferir o que estará no radar do mercado

No Brasil

  • as expectativas estarão voltadas ao Congresso, onde a Câmara deve analisar o texto do arcabouço fiscal, que voltou à Casa após alterações feitas no Senado,
  • a votação no Congresso do projeto que retoma o voto de qualidade do Carf,
  • e também o da reforma tributária.


Nos EUA

  • a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed na quarta-feira (5),
  • as falas de membros do Fed que poderão deixar pistas sobre os juros dos EUA,
  • e o relatório de emprego norte-americano (payroll) referente a junho, na sexta-feira (7).

O dólar no mercado à vista encerrou a sessão da sexta-feira (30) cotado a R$ 4,7896, terminando o mês com desvalorização de 5,59%, a maior queda mensal desde março do ano passado. No primeiro semestre, o dólar recuou 9,29%, a maior baixa semestral em sete anos.

Os principais fatores que influenciaram o preço da moeda americana no mercado doméstico de câmbio foram:

  • a repercussão positiva da decisão do CMN confirmando as metas de inflação em 3% até 2026, com regime de alvo contínuo a partir de 2025, deixando a percepção de que permitirá ao Copom ter mais margem para adotar cortes de juros em agosto e nas reuniões subsequentes,
  • a ata do Copom mostrando que o próximo passo é redução da Selic em agosto,
  • a surpresa com o resultado acima do esperado do PIB americano do primeiro tri reforçando apostas em mais altas de juros nos EUA,
  • o dado cheio do PCE, a medida de inflação preferida pelo Fed, em linha com as previsões mas com núcleo um pouco abaixo da mediana do mercado na leitura anual, sugerindo diminuição das pressões inflacionárias e abrindo espaço para o Fed ser menos agressivo nas próximas decisões de juros,
  • o índice de sentimento de consumidor da Universidade de Michigan indicando melhora na confiança e queda nas expectativas de inflação,
  • e o anúncio de medidas do governo da China para estabilizar a economia e conter a desvalorização do yuan.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 03 a 07 de julho

Segunda-feira (3):

  • Brasil – FGV: IPC-S de junho (encerramento), BC: Relatório Focus, S&P Global: PMI industrial de junho, Secex: Balança comercial de junho,
  • EUA – S&P Global: PMI industrial de junho (final), ISM: PMI industrial de junho, Deptº do Comércio: Investimentos em construção em maio, os mercados financeiros fecham mais cedo em antecipação ao feriado de 4 de julho; bolsas fecham às 14h e Treasuries, às 15h
  • Zona do euro – S&P Global/HCOB: PMI industrial de junho (final),
  • Alemanha – S&P Global/HCOB: PMI industrial de junho (final),
  • Reino Unido – S&P Global/CIPs: PMI industrial de junho (final),
  • Mundo – S&P Global/JPMorgan: PMI industrial de junho,

Terça-feira (4):

  • Brasil – Fipe: IPC de junho (encerramento), FGV: IPC-S Capitais de junho (encerramento), IBGE: Produção industrial de maio, Tesouro: Leilão de LFT para 1º/9/2026 e 1º/9/2029 e de NTN-B para 15/8/2026, 15/5/2033 e 15/8/2050, Fenabrave: Emplacamentos de veículos em junho,
  • EUA – feriado de 4 de julho, dia da Independência, deixa mercados financeiros fechados,
  • China – S&P Global /Caixin: PMI composto de junho (final), PMI de serviços,
  • Japão – S&P Global /Jibun Bank: PMI composto de junho (final), PMI de serviços,

Quarta-feira (5):

  • Brasil – S&P Global: PMI Composto e de Serviços de junho, FGV: Indicador Antecedente de Emprego de junho, BC: Fluxo Cambial semanal, BC: Índice Commodities Brasil em junho,
  • EUA – Dept°. do Comércio: encomendas à indústria em maio, Fed divulga ata da última decisão monetária, API: estoques de petróleo na semana até 30 de junho,
  • Zona do euro – Eurostar: PPI de maio, S&P Global: PMI de serviços em junho (final), PMI composto,
  • Alemanha – S&P Global/HCOB: PMI de serviços de junho (final), PMI composto,
  • Reino Unido – S&P Global/CIPs: PMI de serviços em junho (final), PMI composto,

Quinta-feira (6):

  • Brasil – Tesouro: Leilão de LTN para 1º/10/2024, 1º/10/2025 e 1º/7/2027 e de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2033,
  • EUA – ADP: relatório sobre criação de empregos no setor privado em junho, Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego na semana até 01 de julho, número de pedidos de auxílio-desemprego continuados, Deptº do Comércio: balança comercial de maio, S&P Global: PMI de serviços em junho (final), PMI composto, ISM: PMI de serviços em junho, Deptº do Trabalho: Relatório sobre empregos (Jolts) em maio, DoE: estoques de petróleo na semana até 30 de junho, Alemanha – Destatis: encomendas à indústria em maio,
  • Zona do euro – Eurostat: Vendas no varejo em maio,
  • Mundo – S&P Global/JPMorgan: PMI de serviços em junho, PMI composto,

Sexta-feira (7):

  • Brasil – FGV: IGP-DI de junho, Anfavea: Produção e venda de veículos em junho,
  • EUA – Dept°. do Trabalho: relatório mensal de empregos (payroll) de junho, Taxa de desemprego, Salário médio por hora, Baker Hughes: poços de petróleo em operação,
  • Alemanha – Destatis: produção industrial em maio.

Fonte: Broadcast

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros Anbima

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto

Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI