Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 259

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Highlights (Resumo): Ajuste marginal nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): apoiado pela aprovação dos projetos da chamada pauta econômica e a chance do Fed ser menos hawkish após a reunião de julho.

Destaque(s): Risco Fiscal e FED

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (10), a projeção para a inflação oficial deste ano passou de 4,98% para 4,95%, ainda acima do teto da meta (4,75%). Um mês antes, a mediana era de 5,42%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção continuou em 3,92%. Há um mês era de 4,04%. A mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.

A semana na Renda Fixa foi de ligeiro alívio nos prêmios de risco, basicamente apoiado pela aprovação dos projetos da chamada pauta econômica e a chance do Fed ser menos hawkish após a reunião de julho.

Os principais vetores que colaboraram para o fechamento da curva foram:

  • a aprovação da reforma tributária em dois turnos e com placar folgado na Câmara,
  • a aprovação do projeto de lei que retoma o chamado voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), um dos trunfos da equipe econômica para aumentar a arrecadação e cumprir as metas de resultado primário do arcabouço fiscal,
  • o relatório de emprego (payroll) mais fraco que o esperado amenizando a perspectiva de novos apertos adicionais após a reunião de julho, quando um aumento de 25 bps foi fortalecido pelo salário acima da estimativa. O juro da T-note de 2 anos recuou a 4,9522%, depois de tocar máxima de 5,14%, no maior nível desde 2006,
  • a redução nas previsões para a inflação de 2023 a 2026 na pesquisa Focus (03),
  • o resultado robusto da balança comercial, que em junho teve superávit de US$ 10,6 bilhões, o melhor para o mês. O superávit do acumulado dos seis primeiros meses de 2023, de US$ 45,5 bilhões, foi o maior da série histórica,
  • e as vendas de veículos novos terminando junho com crescimento de 6,4% frente a igual período de 2022, no embalo dos descontos patrocinados pelo governo.

Fizeram o contraponto, mas não impediram o fechamento da curva de juros:

  • o adiamento para agosto dos ajustes finais no arcabouço fiscal na Câmara,
  • a ata da mais recente reunião do Fed confirmando a percepção no mercado de que o aperto monetário será retomado na reunião de julho. O documento revelou que a maioria dos dirigentes reconhece que a inflação diminuiu desde meados do ano passado, mas leituras recentes para o núcleo do PCE pouco mudaram, e ainda veem altas de juros em 2023,
  • e os dados de atividade e emprego norte-americanos acima do esperado:
  • o índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM), subiu de 50,3 em maio para 53,9 em junho, enquanto a previsão era de aumento de 51,
  • e segundo dados divulgados pela ADP, o setor privado dos EUA criou 497 mil empregos em junho, praticamente o dobro dos 250 mil esperados pelo mercado.

Fator que foi considerado de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • o IGP-DI, que mostrou deflação de 1,45% em junho após cair 2,33% em maio, resultado mais negativo que a mediana das estimativas (-1,26%).

A conferir o que estará no radar do mercado

No Brasil

  • o IPCA de junho na terça-feira (11). A mediana das estimativas é de deflação de 0,10%, após alta de 0,23% em maio. Em 12 meses, a mediana de 3,14% aponta inflação abaixo da meta central de 3,25% em 2023,
  • a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) sobre o desempenho do varejo em maio na sexta-feira (14),

Nos EUA

  • os índices de inflação referentes a junho. O índice de preços ao consumidor (CPI) na quarta-feira (12) e o índice ao produtor (PPI) na quinta-feira (13), que podem contribuir para ajustes das expectativas do mercado com relação à política monetária do Fed,
  • os discursos de membros do Fed e a divulgação do Livro Bege na quarta-feira (12),

Na Europa

  • a ata da última reunião do BCE e o relatório mensal da Opep,

O dólar no mercado à vista encerrou a sessão da sexta-feira (7) cotado a R$ 4,8659, terminando a primeira semana de julho com alta de 1,59%. No ano, o dólar à vista apresenta desvalorização de 7,84%.

Os principais fatores que influenciaram o preço da moeda americana no mercado doméstico de câmbio foram:

  • a aprovação da reforma tributária em dois turnos pela Câmara dos Deputados, visto como positivo para redução dos riscos fiscais, o crescimento e competitividade do país,
  • a aprovação do projeto que retoma o “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), considerado essencial para ampliação de receitas e cumprimento das metas fiscais,
  • e a expectativa de um Fed menos hawkish na condução da política monetária após o payroll dos EUA em junho abaixo do esperado. Os números fortes de salários apoiam chances de alta de 25 pontos-base em julho, mas os dados de criação de empregos mais fracos reduziram as apostas em mais aperto até o fim do ano.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 10 a 14 de julho

Segunda-feira (10):

  • Brasil – FGV: IPC-S de julho (1ª Quadri), BC: Relatório Focus, ABCR/Tendências: Fluxo em estradas pedagiadas em junho, Abraciclo: Produção de motocicletas em junho, MDIC/Secex: Balança comercial semanal,
  • EUA – Fed: Crédito ao Consumidor em maio, Presidente Joe Biden visita o Reino Unido,

Terça-feira (11):

  • Brasil – FGV: IGP-M de julho (1º decêndio), FGV: IPC-S Capitais de julho (1ª Quadri), IBGE: IPCA de junho, INPC de junho e INCC/Sinapi de junho, Tesouro: Leilão de LFT para 1º/9/2026 e 1º/9/2029 e NTN-B para 15/8/2026, 15/5/2033 e 15/8/2050, Fipe: IPC de julho (1ª Quadri),
  • EUA – API: estoques de petróleo na semana até 30 de junho,
  • Alemanha – Destatis: CPI de junho (final), ZEW: Índice de expectativas econômicas de julho,

Quarta-feira (12):

  • Brasil – IBGE: Volume de Serviços em maio, BC: Fluxo Cambial na semana de 3 a 7 de julho,
  • EUA – Deptº do Trabalho: CPI de junho, DoE: estoques de petróleo na semana até 30 de junho, Fed divulga o Livro Bege,
  • China – Investimento estrangeiro direto em junho,

Quinta-feira (13):

  • Brasil – IBGE: Pesquisa Industrial Mensal Regional de maio, Tesouro: Leilão de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2033 e LTN para 1º/4/2024, 1º/10/2025 e 1º/7/2027,
  • EUA – Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego na semana até 08 de julho, número de pedidos de auxílio-desemprego continuados, Deptº do Trabalho: PPI de junho,
  • Zona do euro – Eurostat: produção industrial de maio, BCE divulga a ata da última decisão monetária,
  • China – GACC: balança comercial em junho,
  • Reino Unido – ONS: produção industrial de maio,
  • Índia – Reunião entre ministros de Finanças e presidentes de BCs do G20,

Sexta-feira (14):

  • Brasil – IBGE: Varejo restrito e ampliado em maio,
  • EUA – Univ. Michigan: Índice de Sentimento do Consumidor em julho (preliminar), Expectativas de inflação em 1 e em 5 anos, Baker Hughes: poços de petróleo em operação,
  • Zona do euro – Eurostat: balança comercial em maio,
  • Índia – Reunião entre ministros de Finanças e presidentes de BCs do G20,

Fonte: Broadcast

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros Anbima

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto

Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI