Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 266

Curva de Juros Futuro do DI em 29/08/2023

Curva de Juros Futuro do DI em 23/08/2023

→ Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Queda nas taxas de Juros, com perda de inclinação.

Principal(is) vetor(es): aprovação do arcabouço fiscal na Câmara.

Destaque(s): Risco Fiscal

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (28), a projeção para a inflação oficial deste ano permaneceu em 4,90%, ante 4,84% de um mês atrás. Para 2024, que tem maior peso nas decisões do Copom atualmente, a projeção passou de 3,86% para 3,87%. Há um mês, a mediana era de 3,89%. A mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.

Na semana de aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, a curva teve perda de inclinação, considerando o spread entre os DIs jan/29 e jan/25, que fechou em 21 pts, ante 32 pts da sexta-feira anterior (18).

Os principais vetores que influenciaram a queda dos juros futuros foram:

  • a melhora da percepção de risco político e fiscal, amparada na aprovação final do arcabouço na Câmara com regras mais rígidas e com as despesas condicionadas excluídas do texto, o que reforça o caráter de disciplina fiscal que havia sido afrouxada pelo Senado e que deixavam brecha de gastos de R$ 32 bi,
  • a expectativa de votação sem grande obstáculo no Senado do projeto de lei que restabelece o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), medida essencial para aumento da arrecadação para cumprir as metas de primário previstas no arcabouço,
  • a estimativa do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), de arrecadar R$ 205 bilhões em 2024 com medidas saneadoras (mais do que a equipe econômica espera), considerando a possível retomada do voto de qualidade do Carf a ser votada no Senado, o fim da subvenção do ICMS aos Estados, taxação das apostas esportivas, além da tributação dos fundos,
  • e os índices dos gerentes de compras (PMI) dos EUA, da Europa e do Reino Unido dando sinais de desaceleração econômica, o que deixou o mercado menos inclinado a esperar alta nos juros americanos neste ano.

Fizeram o contraponto mas não impediram o fechamento da curva de juros:

  • O IPCA-15 de agosto, de 0,28%, no teto das estimativas, depois de queda de 0,07% em julho. A média dos núcleos acelerou acima do previsto, mas a leitura dos preços de abertura foi positiva, especialmente porque serviços e serviços subjacentes, aos quais o Banco Central tem dado especial atenção, perderam fôlego. A taxa em 12 meses ficou em 4,24%, também no topo do intervalo das projeções. Esse resultado reforça as apostas de corte de 50 pontos-base da Selic em setembro, com probabilidade entre 85% a 90%,
  • o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou ser “consenso no Copom que cortes de 0,50 pp da Selic são o ritmo apropriado” e que a “batalha contra inflação não está ganha; há parte ainda bastante acima da meta”, voltando a descartar reduções mais agressivas dos juros,
  • e os sinais vindos do Simpósio de Jackson Hole. Os discursos considerados hawkish dos dois principais dirigentes de política monetária global: os presidentes do Fed, Jerome Powell, e do BCE, Christine Lagarde, indicando que a política monetária pode ficar restritiva por um período mais longo para debelar as pressões inflacionárias.

A conferir

No Brasil

  • o resultado do PIB do segundo tri na sexta-feira (1º),
  • a apresentação do Orçamento de 2024 que detalha as receitas e as despesas previstas pelo governo para 2024,

Nos EUA

  • o PIB referente ao segundo tri na quarta-feira (30),
  • o índice de preços de gastos com consumo (PCE), a medida preferida do Fed para a inflação, na quinta-feira (31),
  • o relatório com números oficiais do mercado de trabalho (payroll) na sexta-feira (1º).

O dólar no mercado à vista encerrou a sessão da sexta-feira (25) cotado a R$ 4,8756. Na semana, a moeda apresenta desvalorização de 1,86%, o que reduziu os ganhos acumulados em agosto a 3,09%.

Os principais fatores que influenciaram o preço da moeda americana foram:

  • a alta de 0,28% do IPCA-15 em agosto, no teto do intervalo das projeções, reduzindo as apostas em corte mais agressivo da taxa Selic,
  • os preços do atacado vindo com deflações menores. Na segunda prévia de agosto, o IGP-M caiu 0,06%, ante 0,72% na segunda prévia de julho,
  • o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, sinalizando necessidade de política monetária restritiva por mais tempo, até que a inflação (que está em níveis ainda elevados, apesar de leituras recentes mostrarem arrefecimento) caia de forma sustentada em direção à meta de 2%,
  • o discurso hawkish contra a inflação da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde,
  • o índice de sentimento do consumidor pela Universidade de Michigan caiu a 69,5 em agosto, ante previsão de 71,2. A expectativa de inflação em 1 ano subiu de 3,4% em julho para 3,5% em agosto (final) e para 5 anos ficou em 3,0% em agosto,
  • as preocupações com a China, que baixou juros, mas a um nível considerado insuficiente para estimular a economia local,
  • a expectativa de medidas mais assertivas do governo chinês para evitar alastramento dos problemas no setor imobiliário,
  • a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicando novos cortes de 0,50 pp da Selic nas próximas reuniões do Copom este ano,
  • e a aprovação de pautas econômicas do governo no Congresso.

Agenda de eventos e indicadores econômicos de 28 de agosto a 1º de setembro

Segunda-feira (28):

  • Brasil – FGV: INCC-M de agosto, FGV: Sondagem da construção em agosto, BC: Relatório Focus, BC: Nota de crédito em julho, o Presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de dois eventos,
  • Reino Unido – Feriado deixa mercados financeiros fechados,

Terça-feira (29):

  • Brasil – Tesouro: Relatório mensal da dívida pública federal de julho, Tesouro: Leilão de LFT para 1º/9/2026 e 1º/9/2029 e de NTN-B para 15/8/2028, 15/8/2040 e 15/8/2060, FGV: Confiança da Indústria em agosto,
  • EUA – Deptº do Trabalho: Relatório de abertura de vagas (Jolts) em julho, Conference Board: Confiança do consumidor em agosto, API: estoques de petróleo na semana até 25 de agosto,
  • Alemanha – GfK: índice de confiança do consumidor em setembro,

Quarta-feira (30):

  • Brasil – FGV: IGP-M de agosto, FGV: Confiança do comércio em agosto, FGV: Confiança de Serviços em agosto, Caged: Geração de emprego formal em julho, Tesouro: Primário do governo central em julho, BC: Fluxo Cambial na semana de 21 a 25 de agosto,
  • EUA – ADP: relatório sobre criação de empregos no setor privado em agosto, Deptº do Comércio: PIB do 2º tri (2ª estimativa), NAR: Vendas pendentes de imóveis em julho, DoE: estoques de petróleo na semana até 25 de agosto,
  • Zona do euro – Comissão Europeia: Índice de sentimento econômico em agosto, Índice de confiança do consumidor
  • Alemanha – Destatis: CPI de agosto (preliminar),
  • China – NBS: PMI composto em agosto, PMI industrial, PMI de serviços,

Quinta-feira (31):

  • Brasil – BC: Setor público consolidado em julho, IBGE/PNAD Contínua: Taxa de desemprego em julho, Tesouro: Leilão de LTN para 1º/10/2024, 1º/10/2025 e 1º/7/2027 e de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2033,
  • EUA – Deptº do Comércio: Gastos com consumo em julho, Renda pessoal, Índice de preços de gastos com consumo (PCE), Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego na semana até 26 de agosto, Número de pedidos de auxílio-desemprego continuados, ISM Chicago: PMI de agosto,
  • Zona do euro – Eurostat: CPI de agosto (preliminar) e taxa de desemprego em julho, BCE divulga ata da última decisão monetária,
  • Alemanha – Destatis: vendas no varejo em julho,
  • China – S&P Global/Caixin: PMI industrial de agosto (final),
  • Japão – S&P Global/Jibun Bank: PMI industrial de agosto (final),

Sexta-feira (1º):

  • Brasil – Secex: Balança comercial mensal em agosto, FGV: IPC-S de agosto (encerramento), IBGE: PIB do 2º tri, S&P Global: PMI Industrial de agosto,
  • EUA – Dept°. do Trabalho: relatório mensal de empregos (payroll) de agosto, Taxa de desemprego, Salário médio por hora, S&P Global: PMI industrial de agosto (final), ISM: PMI industrial de agosto, Deptº do Comércio: Investimentos em construção em julho, Baker Hughes: poços de petróleo em operação,
  • Zona do euro – S&P Global/HCOB: PMI industrial de agosto (final),
  • Alemanha – S&P Global/HCOB: PMI industrial de agosto (final),
  • Reino Unido – S&P Global/CIPs: PMI industrial de agosto (final).

Fonte: Broadcast

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

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