Dia 15/04/2024:
Os juros futuros subiram desde cedo, ampliando à tarde, devido à piora da percepção fiscal com a confirmação da mudança da meta de primário para 2025. Os temores em relação à política monetária do Federal Reserve e as tensões geopolíticas também influenciaram. O mercado reagiu ao anúncio do ministro Haddad, que confirmou a mudança da meta e o aumento da meta para 2025, aumentando as taxas. As taxas longas foram as mais afetadas, abrindo quase 30 pontos-base. O dólar também atingiu sua máxima do dia. O estresse fiscal e o aumento das taxas dos Treasuries contribuíram para a forte abertura da curva de juros.
Dia 16/04/2024:
Os juros futuros continuaram subindo, com os longos abrindo 30 pontos-base, refletindo a escalada das preocupações com o ambiente externo e fiscal, o que também levou o dólar a se aproximar de R$ 5,30. As incertezas em relação à política monetária dos Estados Unidos e a cena fiscal brasileira foram os principais motivos. As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram e o volume de contratos negociados foi significativo, sugerindo movimentos de zeragem de posições vendidas. O mercado permaneceu sob o impacto da tríade de fatores que têm penalizado os ativos: incerteza sobre os juros nos EUA, conflitos no Oriente Médio e cenário fiscal brasileiro.
Dia 17/04/2024:
O mercado de juros deu uma guinada hawkish no meio do dia, com as taxas curtas e intermediárias invertendo o sinal de baixa para alta após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Washington, que limparam as apostas de corte de 0,50 ponto da Selic no Copom de maio. A tríade de fatores que tem afetado os ativos (incerteza sobre os juros nos EUA, conflitos no Oriente Médio e cena fiscal brasileira) continuou influenciando. A mudança na expectativa de corte da Selic em maio afetou a curva de juros.
Dia 18/04/2024:
O mercado de juros teve uma pausa no movimento de estresse das últimas sessões. As taxas oscilaram com viés de baixa durante todo o dia, em uma tentativa de correção às altas recentes, limitada pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries e do dólar. O mercado conseguiu parar para respirar após um turbilhão de dados e eventos geopolíticos e fiscais desde a semana passada. A agenda esvaziada permitiu aos investidores fazerem ajustes técnicos, mas o ambiente de incertezas no exterior e o risco de um ciclo de alívio monetário mais comedido no Brasil restringiram a queda dos prêmios de risco.
Dia 19/04/2024:
A queda firme do dólar e o ambiente externo mais ameno deram fôlego à correção no mercado de juros, que ontem havia se mostrado tímida. As taxas recuaram em toda a extensão da curva, com mais força nos vértices longos, que vinham em destaque nas últimas semanas. A agenda esvaziada permitiu ao mercado se dedicar aos ajustes técnicos, uma vez também que a tensão geopolítica não se agravou pelo ataque de Israel ao Irã. Na semana, todas as taxas subiram, mas a curva perdeu inclinação. As curtas avançaram mais que as longas dada a reprecificação de Selic no curto prazo detonada por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na quarta-feira.