Segunda-feira, 17/06/2024: A semana do Copom começou com juros futuros em alta em praticamente toda a extensão da curva, salvo nos contratos de 2030 em diante que flertavam com a estabilidade no fim da sessão. As taxas até desaceleraram o ritmo a partir do começo da tarde, após relatos da reunião do presidente Lula com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) sobre a agenda de revisão de gastos, mas que não dissiparam a desconfiança na área fiscal. O exterior, com avanço dos juros dos títulos nos EUA e na Europa, e a Pesquisa Focus, com piora das medianas de IPCA, também influenciaram o desempenho das taxas.
Terça-feira, 18/06/2024: O mercado de juros se equilibrou entre o exterior favorável e as incertezas domésticas, com volatilidade nas taxas, que chegavam ao fim do dia com viés de baixa limitado ao curtíssimo prazo, enquanto os demais vértices mostravam ligeiro avanço. A influência positiva dos Treasuries esbarrou no risco local, alimentado por declarações do presidente Lula não somente críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas também pela descrição do perfil que deseja para liderar o BC após a saída do atual mandatário.
Quarta-feira, 19/06/2024: O desconforto com as declarações do presidente Lula ontem e possíveis impactos no Copom de hoje continuaram reverberando sobre a curva de juros, com taxas predominantemente em alta, mas no fim da tarde houve um alívio na pressão puxada pela melhora na percepção sobre o placar da decisão. A ausência dos mercados em Wall Street e de indicadores relevantes na agenda manteve a fala crítica ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, como referência central para o mercado, abalando a expectativa de um placar unânime, mas esta possibilidade voltou a ganhar força na reta final.
Quinta-feira, 20/06/2024: Os juros futuros cumpriram o script traçado pelos agentes de mercado após a decisão do Copom de manter a Selic e com unanimidade na votação. As taxas estiveram em baixa em toda a extensão da curva, de maneira mais acentuada nos vértices intermediários, mas à tarde houve boa redução do fôlego, dada a deterioração do câmbio, receios relacionados à transição no Banco Central, aumento da cautela no exterior e com a piora da percepção de risco fiscal no pano de fundo.
Sexta-feira, 21/06/2024: Após uma manhã errática, percorrida com sinais moderados ora de alta ora de baixa, sem encontrar direção firme, os juros futuros se consolidaram em queda à tarde. O recuo do dólar, um maior alívio na curva dos Treasuries e a melhora na perspectiva de solução para a desoneração da folha de pagamentos abriram espaço para uma correção técnica. Uma nova rodada de críticas do presidente Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chegou a reduzir alívio das taxas locais no meio da tarde, mas estas conseguiram retomar o ritmo.