Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 335

Highlights (Resumo): Movimento marginal nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): foi marcada por volatilidade, refletindo um ambiente de elevada incerteza no mercado de juros futuros. O início da semana registrou forte pressão altista nas taxas devido à deterioração da confiança fiscal e à desancoragem das expectativas de inflação, com o DI para janeiro de 2029 atingindo 15,54% no auge da tensão. A partir de quinta-feira, declarações do futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, e a aprovação de pautas fiscais no Congresso trouxeram alívio à curva, com a taxa para janeiro de 2026 recuando de 15,49% para 14,94% até sexta-feira. A atuação conjunta do Banco Central e do Tesouro Nacional foi decisiva, contendo a pressão cambial e reduzindo os prêmios de risco no fechamento da semana.

Destaque(s): Risco Fiscal, Bacen e Inflação.

→ Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

O Mercado de Juros Futuros (DI da B3) alterou marginalmente as expectativas de altas em relação à sexta-feira anterior.

A projeção para as próximas 16 reuniões do Copom alterou marginalmente de +260 para +243 pontos-base.

Olhando para o fim de 2025 ( próximas 8 reuniões) a expectativa de alta caiu de +378 pontos-base para +366 pontos-base, com o CDI terminal passando de 15,93% para 15,82% em dezembro de 2025.

As expectativas dos economistas, extraídas do Boletim Focus (Mediana dos últimos 5 dias), apontam para altas totais de 275 pontos-base em 2025, com o CDI terminal em 134,90%. Para o final de 2026, a expectativa é do CDI terminal estar 11,90%.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial em 2024 subiu de 4,89 para 4,91%. Um mês antes, a mediana era de 4,63%. Para 2025, foco da política monetária, a projeção subiu de 4,60% para 4,84%. Há um mês, a mediana era de 4,34%, acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50% e acima do alvo central de 3,0%.

A mediana da Taxa Selic – Meta(% a.a.) projetada para o fim de 2025 subiu de 14,00 para 14,75% , há um mês era 12,25%

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – Semana de 16/12/24 a 20/12/2024

 

Segunda-feira (16/12/2024):

A semana iniciou com forte pressão na curva de juros, refletindo uma crise de confiança em relação ao ajuste fiscal do governo e à independência do Banco Central (BC). Taxas de contratos de longo prazo atingiram níveis históricos, como o DI para janeiro de 2029 a 15,27% (+66 pontos-base). A incerteza fiscal e a atuação do BC no câmbio intensificaram a desancoragem das expectativas de inflação. Contribuíram para o movimento a deterioração das projeções fiscais do Tesouro, declarações de Lula criticando a Selic e a inclusão do Brasil na lista de taxação de importações dos EUA por Donald Trump.

Terça-feira (17/12/2024):

O mercado experimentou alívio parcial à tarde, com taxas longas recuando, após promessa de Arthur Lira de colocar a reforma tributária em votação. Apesar disso, as taxas curtas permaneceram em alta, impulsionadas pela ata do Copom, que reafirmou a perspectiva de choque monetário. O DI para janeiro de 2029 fechou em 15,05% (-6 pontos-base). A atuação do BC no câmbio com venda de dólares foi apontada como fonte de pressão sobre a curva. Leilões do Tesouro com lotes mínimos não atraíram demanda significativa, refletindo o estresse nas taxas longas.

Quarta-feira (18/12/2024):

A quarta-feira foi marcada por uma escalada das taxas, com o DI para janeiro de 2029 subindo para 15,54% (+43 pontos-base). O mercado reagiu negativamente ao comunicado “hawkish” do Federal Reserve, que sinalizou cautela no relaxamento monetário em 2025. No Brasil, a pressão continuou com a desconfiança sobre a aprovação das medidas fiscais e a percepção de que as promessas do governo perderam credibilidade. A decisão do Tesouro de realizar leilões de compra e venda de títulos não trouxe alívio significativo ao mercado, que segue penalizado pela incerteza fiscal e monetária.

Quinta-feira, 19/12/2024:

O mercado operou em dois tempos. Pela manhã, as taxas subiram, com vários vencimentos rompendo o nível de 16%, pressionadas pelo dólar que atingiu R$ 6,30 e pela percepção de desidratação do pacote fiscal. No entanto, à tarde, houve uma forte correção em baixa, com recuo das taxas de mais de 70 pontos-base nas mínimas da sessão. O ajuste foi impulsionado por declarações do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmando o tom hawkish do Copom, além da atuação do Banco Central e do Tesouro Nacional no câmbio e no mercado de títulos. A taxa do DI para janeiro de 2026 caiu de 15,49% para 15,06%, enquanto o DI para janeiro de 2027 recuou de 15,96% para 15,40%. O DI para janeiro de 2029 fechou em 15,05%, ante 15,64% no dia anterior.

Sexta-feira, 20/12/2024:

Os juros futuros consolidaram o movimento de alívio iniciado no fim da manhã, após subirem mais de 30 pontos-base na abertura. A aprovação das pautas fiscais no Congresso e as sinalizações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que dará autonomia ao Banco Central sob o comando de Gabriel Galípolo trouxeram confiança ao mercado. O DI para janeiro de 2026 encerrou em 14,94%, de 15,07% ontem, enquanto o DI para janeiro de 2027 caiu para 15,10% (de 15,31%). O DI para janeiro de 2029 terminou em 14,68%, de 14,96%. Ainda assim, as taxas acumulam alta na semana, com precificação de Selic terminal acima de 16%. A atuação conjunta do Banco Central e Tesouro, com vendas robustas de dólar e recompras de títulos, também contribuiu para o alívio na curva.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

A excelência é uma utopia, sempre há algo a melhorar!

Deixe suas críticas, correções, sugestões, dúvidas e também elogios! 

Faça Contato!

contato@rendafixapratica.com.br

Forte abraço

Jefferson Figueiredo – CGA

Gestor de Investimentos e Especialista em Investimentos de Renda Fixa