Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 351

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros

Principal(is) vetor(es): o mercado de juros foi marcado por alta volatilidade, subindo na semana, influenciado por diversos eventos econômicos e decisões de política monetária. Na segunda-feira, os juros futuros perderam força, com viés de baixa na ponta curta e alta moderada nos vencimentos longos, devido ao enfraquecimento do dólar e debates sobre a queda dos preços dos combustíveis. Na terça-feira, a confirmação das tarifas adicionais de 50% dos EUA sobre produtos chineses aumentou a aversão ao risco, penalizando o real e elevando as taxas de juros. Na quarta-feira, a reação ao anúncio de um piso temporário de 10% nas tarifas recíprocas dos EUA foi moderada, mas a pressão diminuiu à tarde, com o dólar recuando para R$ 5,8473. Na quinta-feira, o alívio dos mercados após o anúncio de um piso para as tarifas recíprocas dos EUA durou pouco, com a percepção de risco sobre a desaceleração global piorando. Na sexta-feira, os juros encerraram em queda, estimulados pela melhora do apetite ao risco no exterior, enfraquecimento do dólar e alta das ações.

Destaque(s): Guerra Comercial

→ Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

O mercado de juros futuros (DI da B3) reduziu suas expectativas de alta da Selic em relação à sexta-feira anterior.

A projeção para as próximas 14 reuniões do Copom subiu de -66  para -44 pontos-base. O CDI termina 2026 em 13,73% de 13,48% a.a. da semana anterior.

Para o fim de 2025 (próximas 6 reuniões), a expectativa de alta caiu de +54 para +63 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,78% ao ano, frente aos 14,70% estimados anteriormente.

Já as expectativas dos economistas, medidas pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam um aumento total de 75 pontos-base para 2025, com o CDI encerrando o ano em 14,90%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40%.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana,, a projeção para a inflação oficial de 2025 se manteve em 5,65%. Há um mês, a mediana era de 5,66% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção se manteve em 4,50% para 4,50%, enquanto há um mês estava em 4,48%.

A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 15,00%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – Semana de 07/04/25 à 11/04/2025

 

Segunda-feira, 07/04/2025

Na segunda-feira, os juros futuros perderam força à tarde, com viés de baixa na ponta curta e alta moderada nos vencimentos longos. A volatilidade foi marcada pelo enfraquecimento do dólar e debates sobre a queda dos preços dos combustíveis, em meio ao recuo dos preços do petróleo. A taxa do DI para janeiro de 2026 fechou em 14,68%, enquanto o DI para janeiro de 2027 oscilou para 14,21%. O dia começou tenso com o acionamento do circuit breaker na Bolsa de Tóquio e a novela das tarifas, com Trump ameaçando taxar produtos chineses em 50% caso Pequim não removesse tarifas retaliatórias. O Goldman Sachs aumentou a probabilidade de recessão nos EUA para 45%, citando incerteza política. A desinflação poderia vir pelo câmbio e desaceleração da atividade, com o tombo do petróleo levando a Petrobras a considerar ajustes nos preços. A mediana das estimativas de Selic no fim de 2025 permaneceu em 15%, com expectativas de inflação ainda desancoradas.

Terça-feira, 08/04/2025

Na terça-feira, a aversão ao risco cresceu com a confirmação das tarifas adicionais de 50% dos EUA sobre produtos chineses, penalizando o real e elevando as taxas de juros. O DI para janeiro de 2026 subiu para 14,740%, e o DI para janeiro de 2027 para 14,32%. O dólar à vista subiu mais de 1%, resvalando na marca de R$ 6, reforçando os riscos inflacionários. O presidente da distrital de Chicago, Austan Goolsbee, destacou a incerteza sobre o impacto das tarifas nos preços ao consumidor. As ações foram fortemente afetadas, com o economista Vladimir Caramaschi alertando sobre o impacto potencial nas taxas de juros. A expectativa de desaceleração global e queda das commodities pode levar o Banco Central a revisar a política monetária, antecipando o fim do ciclo de aperto da Selic. O déficit primário de fevereiro foi melhor que o esperado, mas insuficiente para aliviar o pessimismo fiscal.

Quarta-feira, 09/04/2025

Na quarta-feira, a reação do mercado de juros ao anúncio de um piso temporário de 10% nas tarifas recíprocas dos EUA foi moderada. As taxas subiram pela manhã, mas a pressão diminuiu à tarde, com o DI para janeiro de 2026 fechando em 14,815% e o DI para janeiro de 2027 em 14,47%. A China anunciou aumento das tarifas sobre importações dos EUA para 84%, e Trump elevou ainda mais a taxa para 125%. O dólar recuou para R$ 5,8473, ajudando a reduzir a pressão sobre a curva doméstica. A disfuncionalidade no mercado de Treasuries desorganizou as curvas de juros, com suspeitas de que bancos centrais estariam reduzindo suas posições. A piora do câmbio deve neutralizar o alívio da queda das matérias-primas na inflação. O resultado fraco das vendas do varejo em fevereiro não teve impacto significativo na curva de juros.

Quinta-feira, 10/04/2025

Na quinta-feira, o alívio dos mercados após o anúncio de um piso para as tarifas recíprocas dos EUA durou pouco, com a percepção de risco sobre a desaceleração global piorando. As taxas curtas caíram levemente, enquanto as longas subiram, resultando em ganho de inclinação para a curva. O DI para janeiro de 2026 fechou em 14,785%, e o DI para janeiro de 2027 em 14,51%. A falta de disposição da China em negociar as tarifas estressou os mercados, com a carga tributária total americana sobre importações chinesas chegando a 145%. A volatilidade continuou, dificultando a precificação correta dos ativos. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de fevereiro mostrou alta de 0,8%, superando as estimativas. Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,1% em março, abaixo da mediana. O Federal Reserve de Chicago alertou sobre a alta barra para ajustar a política monetária.

Sexta-feira, 11/04/2025

Na sexta-feira, os juros encerraram a semana em queda, estimulados pela melhora do apetite ao risco no exterior, enfraquecimento do dólar e alta das ações. O DI para janeiro de 2026 fechou em 14,735%, e o DI para janeiro de 2027 em 14,32%. A curva perdeu inclinação, com as taxas longas cedendo mais que as curtas. O otimismo da Casa Branca sobre um possível acordo entre EUA e China melhorou o humor do mercado, apesar da elevação das tarifas chinesas para 125%. A ponta curta cedeu de forma mais comedida, com o IPCA de março desacelerando para 0,56%, mas superando as estimativas. A resiliência da atividade econômica e a depreciação cambial criaram um ambiente desafiador para a política monetária. A curva precificava aumento da Selic em 46 pontos-base no Copom de maio, com a Selic terminal projetada em 15,01%. A expectativa de desaceleração global e queda de preços de commodities pode encurtar o ciclo de aperto monetário no Brasil.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

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Jefferson Figueiredo – CGA

Gestor de Investimentos e Especialista em Investimentos de Renda Fixa