Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 357

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros Longas

Principal(is) vetor(es): o mercado de renda fixa brasileiro apresentou forte volatilidade, refletindo uma combinação de fatores domésticos e internacionais. A semana começou com alívio nas taxas, impulsionado por declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que reforçaram o fim do ciclo de alta da Selic e a manutenção da taxa em patamar restritivo, o que agradou ao mercado. No entanto, os dias seguintes foram marcados por pressões altistas, com destaque para o avanço dos rendimentos dos Treasuries, preocupações fiscais nos EUA e no Brasil, e declarações do presidente Lula que reacenderam temores sobre aumento de gastos. A quarta-feira foi especialmente tensa, com a curva inclinando-se fortemente diante da assinatura da MP do setor elétrico e notícias sobre reembolsos do INSS. Na quinta-feira, o relatório bimestral de receitas e despesas surpreendeu positivamente com um contingenciamento de R$ 31,3 bilhões, levando a forte queda nas taxas, mas o anúncio de aumento do IOF limitou os ganhos. Já na sexta-feira, o recuo parcial do governo sobre o IOF e a queda dos yields dos Treasuries ajudaram a estabilizar o mercado, encerrando a semana com taxas próximas aos níveis da sexta-feira anterior. A semana evidenciou a sensibilidade do mercado a sinais fiscais e à comunicação das autoridades monetárias.

Destaque(s): Treasuries e  Risco Fiscal.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

O mercado de juros futuros (DI da B3) reduziu suas expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.

A projeção para as próximas 14 reuniões do Copom caiu de -164  para -182 pontos-base. O CDI termina 2026 em 12,82% de 13,01% a.a. da semana anterior.

Para o fim de 2025 (próximas 5 reuniões), a expectativa manteve-se estável em -3 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,61% ao ano.

Já as expectativas dos economistas, medidas pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam uma queda total de 0 pontos-base para 2025, com o CDI encerrando o ano em 14,65%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40 (- 225 ptb).

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 subiu de 5,50% para 5,50%. Há um mês, a mediana era de 5,56% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção se manteve em 4,50% para 4,50%, enquanto há um mês estava em 4,51%.

A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 14,75%, há um mês atrás era 15,00%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – Semana de 19/05/25 à 09/05/2025

 

Segunda-feira (19/05/2025)

Os juros futuros iniciaram a semana em queda generalizada, impulsionados por fatores domésticos. As declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçaram a percepção de que o ciclo de alta da Selic se encerrou em maio, embora a taxa deva permanecer em patamar restritivo por um período prolongado. A postura firme do BC em relação à desancoragem das expectativas de inflação agradou ao mercado, fortalecendo sua credibilidade. A queda do dólar e a reversão dos juros dos Treasuries também contribuíram para o alívio nos prêmios de risco. O DI jan/27, o mais negociado, teve volume expressivo, superando 1,1 milhão de contratos. Apesar de um IBC-Br forte, os comentários de Galípolo suavizaram o impacto, levando a uma reprecificação da curva, com apostas majoritárias na manutenção da Selic em 14,75% e projeções de queda ainda em 2025.

Terça-feira (20/05/2025)

O mercado de juros registrou alta, em movimento de realização de lucros após a queda da véspera. O avanço dos Treasuries e do dólar pela manhã, somado ao leilão robusto de NTN-Bs e ao desconforto com declarações do presidente Lula sobre novos programas sociais, pressionaram a curva. A fala de Lula reacendeu temores fiscais, mesmo com o governo negando medidas populistas. O leilão de NTN-Bs teve aceitação total, com taxas mínimas do ano, mas o risco DV01 foi o maior do ano. A expectativa se voltou para o relatório bimestral de receitas e despesas, com projeções de contingenciamento entre R$ 15 e R$ 30 bilhões, diante da boa arrecadação até abril.

Quarta-feira (21/05/2025)

A curva de juros continuou a inclinar-se para cima, com as taxas renovando máximas à tarde. O principal fator foi o desconforto fiscal, tanto nos EUA — com leilão de T-bonds e temores sobre aumento da dívida — quanto no Brasil, com a assinatura da MP do setor elétrico por Lula e o impacto fiscal de reembolsos do INSS, estimados em R$ 1 bilhão. A expectativa pelo relatório bimestral de receitas e despesas, previsto para o dia seguinte, também adicionou cautela. A curva refletiu a pressão externa, mas os riscos fiscais domésticos, como a gratuidade na tarifa de energia e os desafios para cumprir o arcabouço fiscal, ampliaram a aversão ao risco.

Quinta-feira (22/05/2025)

O mercado teve um dia volátil, com as taxas inicialmente em alta, seguindo os Treasuries, mas revertendo para queda após comentários dovish do Fed e um leilão de prefixados bem recebido. O destaque foi o relatório bimestral, que surpreendeu positivamente com R$ 31,3 bilhões em contenção fiscal — mais que o dobro do esperado —, o que levou a forte queda nas taxas. No entanto, o anúncio de aumento do IOF pelo governo, para compensar receitas, limitou o alívio. A medida gerou desconforto, sendo vista como intervencionista e mal calibrada, o que reduziu o otimismo inicial. Ainda assim, o leilão do Tesouro teve boa demanda, especialmente nos vencimentos longos.

Sexta-feira (23/05/2025)

O mercado se estabilizou após a turbulência da véspera. A reversão parcial do aumento do IOF — com o governo voltando atrás na alíquota sobre remessas para fundos no exterior — e a queda dos yields dos Treasuries ajudaram a reduzir o estresse. As taxas ficaram próximas da estabilidade, com leve viés de baixa. A fala de Galípolo, destacando a autonomia do BC e a revisão proativa da Fazenda, também contribuiu para acalmar os ânimos. O mercado interpretou o episódio do IOF como um alerta sobre os riscos de medidas fiscais mal planejadas, que podem afetar a confiança e a dinâmica macroeconômica.

 

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

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Jefferson Figueiredo – CGA

Gestor de Investimentos e Especialista em Investimentos de Renda Fixa