Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 358

Highlights (Resumo): Alta nas Curtas e Queda nas Taxas de Juros Longas

Principal(is) vetor(es): o mercado de renda fixa brasileiro apresentou forte volatilidade, refletindo uma combinação de fatores domésticos e externos. A semana começou com taxas estáveis e baixa liquidez devido ao feriado nos EUA, mas a expectativa em torno do IPCA-15 trouxe leve alívio. Na terça-feira, a surpresa positiva do IPCA-15 (0,36%) e a queda dos Treasuries impulsionaram forte recuo nas taxas, reforçando a percepção de fim do ciclo de alta da Selic. No entanto, a partir de quarta-feira, o mercado inverteu o movimento, com alta nas taxas diante da piora na percepção de risco fiscal, ruídos sobre o aumento do IOF e dados robustos de atividade, como o Caged e a Pnad Contínua. O PIB do 1º trimestre, divulgado na sexta-feira, confirmou a resiliência da economia, sustentando a curva de juros em patamares elevados e reduzindo as apostas em cortes da Selic ainda este ano. A curva precificou manutenção da Selic em 14,75% no Copom de junho, com menor probabilidade de flexibilização monetária no segundo semestre.

Destaque(s): Treasuries, Inflação e  Risco Fiscal.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

O mercado de juros futuros (DI da B3) elevou marginalmente suas expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.

A projeção para as próximas 14 reuniões do Copom caiu de -182  para -169 pontos-base. O CDI termina 2026 em 12,96% de 12,82% a.a. da semana anterior.

Para o fim de 2025 (próximas 5 reuniões), a expectativa subiu para +8 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,74% ao ano.

Já as expectativas dos economistas, medidas pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam uma queda total de 0 pontos-base para 2025, com o CDI encerrando o ano em 14,65%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40 (- 225 ptb).

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 5,50% para 5,46%. Há um mês, a mediana era de 5,55% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção se manteve em 4,50% para 4,50%, enquanto há um mês estava em 4,50%.

A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 14,75%, há um mês atrás era 15,00%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – Semana de 26/05/25 à 30/05/2025

 

Segunda-feira (26/05/2025)
O mercado de juros operou com liquidez reduzida devido ao feriado do Memorial Day nos EUA, o que limitou os negócios e manteve as taxas próximas da estabilidade. Pela manhã, houve viés de baixa nos vencimentos curtos e alta nos longos, mas à tarde os curtos firmaram queda leve e os longos perderam força. A expectativa em torno do IPCA-15 de maio, a ser divulgado no dia seguinte, trouxe algum alívio à curva. O DI jan/26 caiu para 14,71% e o jan/27 para 13,96%. Discussões com o Banco Central indicaram projeções de PIB mais fortes, elevando o risco inflacionário, enquanto mudanças no IOF reforçaram a percepção de manutenção da Selic em 14,75%. A curva precificava 66% de chance de manutenção da Selic em junho e 34% de alta de 25 pontos-base. O Focus trouxe poucas mudanças, mantendo a Selic projetada em 14,75% para 2025.

Terça-feira (27/05/2025)
As taxas de juros futuros caíram com força, impulsionadas pela queda dos rendimentos dos Treasuries e pela surpresa positiva do IPCA-15, que veio em 0,36%, abaixo da mediana de 0,44%. Isso reforçou a percepção de fim do ciclo de alta da Selic e aumentou as apostas em cortes ainda em 2025. O DI jan/26 recuou para 14,69%, o jan/27 para 13,86% e o jan/29 para 13,39%. A leitura favorável dos preços de serviços subjacentes e o impacto esperado do aumento do IOF sobre o crédito contribuíram para o alívio. A precificação de corte da Selic em dezembro subiu para 22 pontos-base. O leilão de NTN-B foi bem recebido, com taxas abaixo do consenso. No radar, a possível suspensão do decreto do IOF ganhou força no Congresso.

Quarta-feira (28/05/2025)
O mercado devolveu parte das quedas recentes, com alta nas taxas diante da piora na percepção de risco relacionada ao decreto do IOF. O DI jan/26 subiu para 14,73% e o jan/27 para 13,95%. A pressão foi maior pela manhã, mas perdeu força à tarde, mesmo com o Caged de abril acima das expectativas (257.528 vagas). A incerteza sobre a manutenção do decreto do IOF e seus impactos fiscais gerou cautela. Apesar disso, o mercado interpretou que o dado do Caged não seria suficiente para alterar a decisão do Copom em junho. No exterior, os Treasuries também subiram, com destaque para os leilões do Tesouro dos EUA e a pressão sobre os títulos ultralongos do Japão.

Quinta-feira (29/05/2025)
As taxas de juros voltaram a subir, influenciadas por dados que indicam atividade econômica ainda aquecida. A taxa de desemprego da Pnad caiu para 6,6%, e os dados de crédito mostraram crescimento nas concessões. O DI jan/26 foi a 14,755% e o jan/27 a 14,04%. A percepção de que o segundo trimestre não trará a esperada desaceleração da atividade reduziu as apostas em cortes da Selic ainda este ano. A curva precificava apenas 11 pontos-base de queda em dezembro. O impasse sobre o IOF continuava no radar, mas o governo ganhou tempo com o apoio do presidente da Câmara para buscar alternativas. O leilão de prefixados foi robusto e absorvido integralmente.

Sexta-feira (30/05/2025)
Encerrando a semana, o mercado estendeu a alta das taxas, com o PIB do 1º trimestre crescendo 1,4%, reforçando a resiliência da atividade. O DI jan/26 subiu para 14,79% e o jan/27 para 14,12%. A composição do PIB, com destaque para o setor agropecuário e outros segmentos, indicou crescimento disseminado. A curva refletiu menor probabilidade de cortes da Selic em 2025. O superávit primário de abril veio abaixo do esperado e a dívida bruta subiu para 76,2% do PIB, elevando preocupações fiscais. A desvalorização do real e o cenário externo, com tensões comerciais entre EUA e China, também pressionaram a curva.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

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Jefferson Figueiredo – CGA

Gestor de Investimentos e Especialista em Investimentos de Renda Fixa