Highlights (Resumo): Alta nas Taxas Curtas e Queda nas Taxas Juros Longas
Principal(is) vetor(es): o mercado de renda fixa brasileiro foi marcado por forte volatilidade e reprecificação da curva de juros, influenciado por eventos domésticos e externos. A expectativa pela decisão do Copom dominou o início da semana, com os vértices curtos e intermediários pressionados por apostas divididas entre manutenção e alta da Selic, enquanto os longos recuaram diante de menor aversão ao risco externo e melhora na percepção sobre o IOF. Na terça-feira, a escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio, com rumores de intervenção militar dos EUA no Irã, elevou a aversão ao risco e impulsionou as taxas intermediárias e longas. Na quarta-feira, o mercado operou de forma lateralizada, com o Fed mantendo os juros e o Copom no radar, enquanto a curva precificava levemente uma alta de 0,25 ponto. A confirmação dessa alta na reunião do Copom, acompanhada de um comunicado mais duro e sem guidance para cortes, provocou na sexta-feira uma acentuada desinclinação da curva: as taxas curtas subiram com a perspectiva de Selic em 15% até o fim do ano, enquanto os vértices longos recuaram diante da sinalização de compromisso com o centro da meta de inflação e possibilidade de cortes apenas em 2026. A postura mais hawkish do BC reforçou sua credibilidade e consolidou a percepção de política monetária contracionista por um período prolongado.
Destaque(s): Risco Geopolítico e Copom.
O mercado de juros futuros (DI da B3) aumentou suas expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.
A projeção para as próximas 14 reuniões do Copom caiu de -173 para -187 pontos-base. O CDI termina 2026 em 12,88% de 12,92% a.a. da semana anterior.
No dia 18/06/2025 o Copom aumentou 25 pbs a Selic Meta, levando o CDI de 14,65% para 14,90% a.a..
Para o fim de 2025 (próximas 4 reuniões), a expectativa fica em manutenção da Selic, com o CDI terminal projetado em 14,90% ao ano.
Já as expectativas dos economistas, medidas pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam manutenção do patamar atual de Selic. O CDI encerra o ano em 14,90%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40 (- 250 ptb). Focus esperava a manutenção para reunião de junho de 2025, mas o Copom subiu 25 ptb.
No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 5,25% para 5,24%. Há um mês, a mediana era de 5,50% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção se manteve em 4,50% para 4,50%, enquanto há um mês estava em 4,50%.
A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 subiu de 14,75% para 15,00, há um mês atrás era 14,75%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.
O mercado de juros iniciou a semana em compasso de espera pela decisão do Copom, com taxas curtas e intermediárias em leve alta e as longas em queda moderada. A movimentação refletiu a expectativa de um possível aperto monetário de 25 pontos-base, com o mercado dividido entre essa alta e a manutenção da Selic. A divulgação do IBC-Br de abril, acima do esperado, reforçou a percepção de atividade econômica resiliente. A menor aversão ao risco no exterior e a melhora na percepção sobre o IOF também influenciaram os vértices longos. O volume de contratos negociados foi fraco, evidenciando a cautela dos investidores antes de uma semana carregada de eventos, incluindo reuniões do Copom e do Fed.
A escalada das tensões no Oriente Médio, com rumores de possível intervenção militar dos EUA no Irã, elevou a aversão ao risco e pressionou as taxas intermediárias e longas da curva de juros. O petróleo subiu mais de 4% e os Treasuries recuaram, refletindo a busca por segurança. Apesar disso, o mercado ainda precificava majoritariamente uma alta de 25 pontos-base na Selic, com 60% de probabilidade. A incerteza geopolítica reduziu o espaço para sinalizações futuras do Copom. No cenário político, a aprovação da urgência do PDL sobre o IOF na Câmara não gerou estresse, pois a votação do mérito deve ocorrer apenas após as festas juninas.
Em dia de decisão do Copom e após anúncio do Fed, o mercado de juros operou de forma lateralizada, com oscilações discretas nas taxas. O Fed manteve os juros inalterados, como esperado, e sinalizou cortes a partir de setembro, mas alertou para os riscos inflacionários. A entrevista de Powell trouxe volatilidade momentânea ao mencionar tarifas de importação. No Brasil, o mercado aguardava uma decisão dividida do Copom, com leve vantagem para uma alta de 0,25 ponto na curva de juros e nas opções da B3. A expectativa era de uma comunicação dura, mas sem guidance explícito. O Tesouro realizou leilão antecipado de prefixados, com boa aceitação, exceto para a NTN-F 2035.
A curva de juros acentuou sua desinclinação, com queda nas taxas longas e alta nas curtas, refletindo o comunicado mais duro do Copom, que elevou a Selic para 15% e indicou manutenção prolongada do nível. A decisão unânime reforçou a credibilidade do BC sob a nova gestão. O mercado desmontou posições de inclinação, apostando agora em cortes apenas em 2026. A queda nos rendimentos dos Treasuries, após fala dovish de dirigente do Fed, também contribuiu para o alívio nos vértices longos. A curva precificava cortes graduais a partir de janeiro de 2026, com maior probabilidade de início em março ou abril. A mediana da Selic para o fim de 2026 ficou em 12,50%.
Fonte: Broadcast
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