Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 362

Highlights (Resumo): Queda nas Taxas Juros

Principal(is) vetor(es): o mercado de renda fixa apresentou comportamento predominantemente positivo, com queda nas taxas de juros intermediárias e longas, impulsionada por fatores externos e internos. O alívio nas tensões geopolíticas no Oriente Médio e a expectativa de corte de juros nos EUA favoreceram o apetite ao risco, enquanto a ata do Copom e o Relatório de Política Monetária reforçaram o compromisso do Banco Central com a Selic em 15% por um período prolongado. A divulgação do IPCA-15 de junho, abaixo do esperado, consolidou a percepção de desinflação, contribuindo para o fechamento da curva. No entanto, na sexta-feira, declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reacenderam preocupações fiscais e interromperam a tendência de queda, com os vértices mais longos voltando a subir levemente. Ainda assim, o saldo semanal foi de compressão nas taxas, refletindo a combinação de inflação mais benigna, estabilidade monetária e menor risco externo.

Destaque(s): Risco Geopolítico, IPCA e Copom.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

O mercado de juros futuros (DI da B3) aumentou suas expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.

A projeção para as próximas 13 reuniões do Copom caiu de -201  para -222 pontos-base. O CDI termina 2026 em 12,67% de 12,88% a.a. da semana anterior.

Para o fim de 2025 (próximas 4 reuniões), a expectativa fica em manutenção da Selic, com o CDI terminal projetado em torno de 14,90% ao ano.

Já as expectativas dos economistas, medidas pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam manutenção do patamar atual de Selic. O CDI encerra o ano em 14,90%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40 (- 250 ptb).

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 5,24% para 5,20%. Há um mês, a mediana era de 5,50% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção se manteve em 4,50% para 4,50%, enquanto há um mês estava em 4,50%.

A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 14,75%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – Semana de 23/06/25 à 27/06/2025

 

Segunda-feira (23/06/2025)

Apesar do aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, os juros futuros de médio e longo prazo fecharam em queda, sustentados pela valorização do real e pela forte baixa nos preços do petróleo, que caiu 6,6% (Brent a US$ 70,52). A resposta simbólica do Irã ao ataque dos EUA reduziu o temor de escalada militar, favorecendo o alívio na curva de juros. A ponta curta, no entanto, permaneceu estável, refletindo a expectativa pela ata do Copom e a manutenção do tom conservador da política monetária. A mediana da Selic para o fim de 2025 subiu para 15%, e a expectativa é de manutenção prolongada da taxa, conforme reforçado por analistas como Vladimir Caramaschi e Matheus Pizzani.


Terça-feira (24/06/2025)

Os juros futuros recuaram, impulsionados pelo ambiente externo mais favorável, com cessar-fogo entre Irã e Israel e expectativas de corte de juros nos EUA. A ata do Copom teve impacto limitado, por repetir o tom do comunicado anterior. A curva de juros brasileira foi influenciada pela queda dos Treasuries e do petróleo, além de especulações sobre o cenário eleitoral de 2026. A possibilidade de flexibilização da Selic ganhou força, especialmente com a perspectiva de cortes pelo Fed, mesmo com Jerome Powell adotando cautela em seu discurso. As taxas intermediárias e longas lideraram o movimento de queda, refletindo também o impacto de pesquisas eleitorais que mostraram Lula tecnicamente empatado com possíveis adversários.


Quarta-feira (25/06/2025)

Com agenda econômica doméstica esvaziada, os juros futuros operaram com estabilidade na ponta curta, enquanto os vértices intermediários e longos subiram, pressionados por incertezas fiscais. A expectativa em torno da votação de medidas no Congresso, como a possível revogação do aumento do IOF, gerou cautela. A comunicação do BC sobre a manutenção da Selic em 15% por período prolongado continuou ancorando a parte curta da curva. O mercado também aguardava o IPCA-15 de junho e os dados de desemprego, com projeções apontando para inflação mais baixa e taxa de desocupação em queda, o que poderia influenciar a precificação futura da política monetária.


Quinta-feira (26/06/2025)

A divulgação do IPCA-15 de junho, abaixo do esperado (0,26% vs. 0,31% projetado), trouxe alívio à curva de juros, com queda mais acentuada nos vencimentos intermediários e longos. Núcleos de inflação e difusão também mostraram desaceleração, reforçando a percepção de um cenário inflacionário mais benigno. O Relatório de Política Monetária do BC reiterou o compromisso com a Selic elevada até que a inflação convirja para a meta, o que se espera apenas para o fim de 2027. Mesmo assim, o mercado ponderou a possibilidade de flexibilização futura, caso a tendência de desinflação se mantenha. O leilão do Tesouro não impactou a curva, apesar do aumento no risco da operação.


Sexta-feira (27/06/2025)

A curva de juros reverteu a tendência de queda observada ao longo da semana, reagindo a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que reacenderam preocupações fiscais. A postura inflexível do ministro em relação ao Congresso e à derrubada do decreto do IOF elevou os prêmios de risco nos vértices mais longos. No exterior, o anúncio de Donald Trump sobre o fim das negociações comerciais com o Canadá também pressionou os mercados. Apesar disso, o movimento semanal foi de queda nos juros longos, refletindo a sinalização do Copom de manutenção da Selic em patamar contracionista. A precificação para a reunião de julho indica 85% de chance de manutenção da taxa.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

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Jefferson Figueiredo – CGA

Gestor de Investimentos e Especialista em Investimentos de Renda Fixa