Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 363

Highlights (Resumo): Queda nas Taxas Juros Longas

Principal(is) vetor(es): o mercado de renda fixa brasileiro apresentou uma trajetória mista, mas com tendência geral de desinclinação da curva de juros. O movimento foi inicialmente impulsionado por dados domésticos mais fracos, como o Caged de maio, que indicou desaceleração na geração de empregos formais, reforçando expectativas de flexibilização monetária futura. No entanto, ao longo da semana, fatores externos ganharam protagonismo: dados robustos de atividade e emprego nos EUA, como o relatório Jolts e o payroll, elevaram os rendimentos dos Treasuries e pressionaram os DIs brasileiros, especialmente nos vencimentos intermediários e longos. Internamente, a crise institucional em torno do IOF e a percepção de fragilidade fiscal também adicionaram cautela, embora sem provocar reprecificação abrupta. A ausência de novidades relevantes na quinta e sexta-feira, somada ao feriado nos EUA, reduziu a liquidez, mas não impediu leves altas nas taxas. Ainda assim, o saldo semanal foi de queda nas taxas em todos os vértices, refletindo um ajuste técnico e expectativas de que o ciclo de cortes da Selic possa começar mais cedo, caso os dados de inflação e atividade continuem benignos.

Destaque(s): Atividade BR e Treasuries.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

O mercado de juros futuros (DI da B3) alterou marginalmente as expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.

A projeção para as próximas 13 reuniões do Copom se manteve em torno de -222 pontos-base. O CDI termina 2026 em 12,67%.

Para o fim de 2025 (próximas 4 reuniões), a expectativa fica em manutenção da Selic, com o CDI terminal projetado em torno de 14,90% ao ano.

Já as expectativas dos economistas, medidas pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam manutenção do patamar atual de Selic. O CDI encerra o ano em 14,90%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40 (- 250 ptb).

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 5,20% para 5,18%. Há um mês, a mediana era de 5,46% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção se manteve em 4,50% para 4,50%, enquanto há um mês estava em 4,50%.

A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 14,75%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – Semana de 30/06/25 à 04/07/2025

 

Segunda-feira (30/06/2025)

A curva de juros futuros brasileira fechou em forte queda, especialmente nos vencimentos longos, impulsionada por sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho doméstico e expectativas de cortes de juros nos EUA. O Caged mostrou criação de 148.992 vagas formais em maio, abaixo da mediana esperada (171,8 mil), o que foi interpretado como um possível início de desaceleração da atividade. A queda nas taxas das Treasuries americanas também contribuiu para o alívio na curva local. A precificação passou a embutir uma chance marginal de início do ciclo de cortes da Selic ainda em 2025, com projeções de 12,5% ao fim de 2026. Revisões para baixo nas projeções do IPCA por parte do Santander e Bradesco reforçaram o movimento.


Terça-feira (01/07/2025)

Os juros futuros oscilaram levemente em alta, acompanhando a abertura da curva americana após dados fortes de atividade nos EUA, como o relatório Jolts e o PMI industrial. A aprovação do projeto orçamentário de Trump, que eleva a dívida pública em US$ 3,3 trilhões, também influenciou. No Brasil, o reajuste de 13,94% nas tarifas da Enel surpreendeu e elevou projeções para o IPCA, enquanto o IPC-S desacelerou. O mercado também reagiu à intenção do governo de acionar o STF sobre o IOF, reforçando preocupações fiscais. O Tesouro realizou leilões de NTN-B e LFT, sem impacto relevante na curva.


Quarta-feira (02/07/2025)

Apesar da queda de 0,5% na produção industrial de maio, os juros futuros subiram nos vencimentos intermediários e longos, refletindo cautela com o cenário eleitoral e a crise política no Reino Unido, que pressionou os mercados globais. A curva também foi influenciada pela expectativa em torno do payroll americano. Internamente, rumores de melhora nas projeções eleitorais para Lula em 2026 e declarações do diretor do BC, Nilton David, reforçando a manutenção da Selic em patamar elevado, contribuíram para a cautela. O mercado seguiu atento à comunicação do Copom e à persistência da política monetária restritiva.


Quinta-feira (03/07/2025)

Com liquidez reduzida e sem novidades locais, os juros futuros subiram acompanhando os Treasuries, após o payroll dos EUA mostrar criação de 147 mil empregos em junho, acima do esperado. O dado reforçou a resiliência do mercado de trabalho americano e reduziu as apostas de corte de juros pelo Fed em julho. Internamente, o destaque foi para os leilões do Tesouro, com destaque para a venda integral de 6 milhões de NTN-F, que ajudaram a pressionar as taxas. A percepção de risco fiscal não se deteriorou, apesar das discussões em torno do IOF.


Sexta-feira (04/07/2025)

Em um dia de baixa liquidez devido ao feriado de Independência nos EUA e agenda doméstica esvaziada, a curva de juros brasileira teve leve alta. O foco esteve na disputa entre Executivo e Legislativo sobre o IOF, com o STF suspendendo os efeitos dos decretos e convocando audiência de conciliação. A cautela fiscal permaneceu no radar, com destaque para a dificuldade do governo em avançar na estratégia de arrecadação. Apesar da alta pontual, a semana foi de queda generalizada na curva, influenciada pelo Caged mais fraco e fluxo de fim de mês. A precificação da Selic manteve-se majoritariamente em 15% para julho, com baixa probabilidade de alta.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

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Jefferson Figueiredo – CGA

Gestor de Investimentos e Especialista em Investimentos de Renda Fixa