Highlights (Resumo): Alta nas Taxas Juros Longas
Principal(is) vetor(es): o mercado de renda fixa brasileiro foi marcado por forte volatilidade e inclinação da curva de juros, refletindo principalmente a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e diversos países, incluindo o Brasil. O anúncio de tarifas por parte do governo americano, com destaque para a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, gerou aversão ao risco e pressionou os vértices intermediários e longos da curva, especialmente a partir de quarta-feira. Apesar de dados domésticos apontarem para desaceleração da atividade econômica e inflação mais comportada — como a queda nas vendas do varejo e o IPCA de junho abaixo do mês anterior —, esses fatores foram amplamente ofuscados pelo cenário externo. A retórica política e diplomática entre os governos brasileiro e americano também influenciou o humor dos investidores, embora sinais de moderação nas declarações tenham ajudado a conter parte da pressão nos últimos dias. No saldo semanal, a curva apresentou elevação generalizada, com os vértices longos mais sensíveis ao risco fiscal e ao ambiente internacional, enquanto os curtos oscilaram conforme as expectativas sobre a trajetória da Selic.
Destaque(s): Guerra Comercial BR.
O mercado de juros futuros (DI da B3) reduziu suas expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.
A projeção para as próximas 12 reuniões do Copom reduziu de -222 para -195 pontos-base de queda. O CDI termina 2026 em 12,95% de 12,68% a.a. da semana anterior.
Para o fim de 2025 (próximas 4 reuniões), a expectativa aumentou para +5 ptb de -5 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,96% ao ano de 14,85% a.a. na semana anterior.
Já as expectativas dos economistas, medida pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam manutenção para 2025, com o CDI encerrando o ano em 14,90%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40% (-250 ptb de queda).
No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 5,18% para 5,17%. Há um mês, a mediana era de 5,32% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção se manteve 4,50%, enquanto há um mês estava em 4,50%.
A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 14,75%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.
Segunda-feira (07/07/2025)
O mercado de juros iniciou a semana com forte inclinação da curva, impulsionado pela escalada das tensões comerciais globais após o anúncio de tarifas dos EUA sobre Japão, Coreia do Sul e outros países, além de ameaças ao grupo Brics. A curva respondeu com alta firme nos DIs intermediários e longos, acompanhando a valorização do dólar e o aumento nos rendimentos dos Treasuries. Apesar da queda na projeção do IPCA de 2025 no Boletim Focus, o noticiário internacional teve maior peso. O DI de janeiro de 2029, por exemplo, subiu de 13,226% para 13,420%.
Terça-feira (08/07/2025)
Os juros futuros apresentaram queda nos vencimentos curtos e intermediários, refletindo dados fracos de atividade doméstica, como a queda de 0,2% nas vendas do varejo restrito em maio, o que reforçou expectativas de corte na Selic. Já os vértices longos subiram levemente, influenciados pela alta dos Treasuries e pela notícia de que o governador Tarcísio de Freitas não pretende disputar a presidência em 2026, o que gerou incertezas fiscais. O Tesouro realizou leilões expressivos, vendendo R$ 3,99 bilhões em NTN-Bs e R$ 10,92 bilhões em LFTs.
Quarta-feira (09/07/2025)
Em um pregão de liquidez reduzida devido ao feriado em São Paulo, os juros futuros subiram nos vértices intermediários e longos, impulsionados pela tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros. A curva respondeu com abertura significativa a partir de 2028, enquanto os Treasuries recuaram após a ata do Fed indicar divisão sobre o início dos cortes de juros. Internamente, o presidente do BC reforçou o tom duro sobre a Selic, e discussões sobre o aumento do IOF também influenciaram os vértices mais longos.
Quinta-feira (10/07/2025)
A curva de juros manteve viés de alta, ainda sob efeito do tarifaço dos EUA, mas com menor intensidade. A percepção de que os governos brasileiro e americano buscarão moderação nas medidas comerciais trouxe algum alívio. O IPCA de junho, divulgado pelo IBGE, veio acima do esperado (0,24% contra 0,20%), mas não alterou a visão de desinflação. Discursos mais dovish de dirigentes do Fed também ajudaram a conter a pressão. O Tesouro realizou leilões com volumes reduzidos, estratégia vista como prudente para evitar mais volatilidade.
Sexta-feira (11/07/2025)
Os juros futuros estabilizaram após abrirem em alta, contrariando o movimento dos Treasuries, que subiram. A expectativa de uma solução diplomática para o conflito comercial com os EUA ajudou a conter a pressão sobre a curva. O presidente Lula afirmou que lutará contra as tarifas, mas o governo evitou medidas mais contundentes no curto prazo. Dados de atividade e inflação divulgados na semana reforçaram o cenário de desaceleração econômica, mas foram ofuscados pelo noticiário externo. A curva terminou a semana com inclinação, refletindo o ambiente de incerteza e cautela do Fed.
Fonte: Broadcast
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