Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 365

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas Juros Longas

Principal(is) vetor(es): o mercado de renda fixa brasileiro foi marcado por forte volatilidade e inclinação da curva de juros, refletindo uma combinação de fatores internos e externos. O início da semana foi influenciado pela queda do IBC-Br e pela disparada do dólar, impulsionada pelas incertezas sobre a resposta do Brasil às tarifas de 50% impostas pelos EUA. Ao longo dos dias, a curva reagiu à escalada da tensão comercial com os americanos, à instabilidade política doméstica — especialmente envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro — e à percepção de risco fiscal diante de medidas como a ampliação da isenção do IR e a PEC dos precatórios. Apesar de alguns dados benignos de inflação, como o IGP-10 e o PPI dos EUA, e decisões do STF que favoreceram o Executivo, o ambiente de cautela prevaleceu. O mercado precificou manutenção da Selic em 15% até 2026, com os vértices curtos ancorados, enquanto os médios e longos oscilaram diante do cenário eleitoral incerto e da possibilidade de agravamento das tensões com os EUA. O resultado foi uma semana de abertura nas taxas futuras e aumento do prêmio de risco em todos os prazos.

Destaque(s): Guerra Comercial e Risco Político.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

O mercado de juros futuros (DI da B3) reduziu suas expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.

A projeção de quedas para as próximas 12 reuniões do Copom reduziu de -195,3 para -177,3 pontos-base. O CDI termina 2026 em 13,13% de 12,95% a.a. da semana anterior.

Para o fim de 2025 (próximas 4 reuniões), a expectativa alterou marginalmente para 6,9 ptb de 5,6 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,97% ao ano de 14,96% a.a. na semana anterior.

Já as expectativas dos economistas, medida pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam manutenção para 2025, com o CDI encerrando o ano em 14,90%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40% (-250 ptb).

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 5,17% para 5,10%. Há um mês, a mediana era de 5,25% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção caiu de 4,50% para 4,45%, enquanto há um mês estava em 4,50%.

A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 14,75%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – Semana de 14/07/25 à 18/07/2025

 

Segunda-feira (14/07/2025):
A curva de juros ganhou inclinação, com os vértices curtos zerando quedas após a divulgação do IBC-Br, que caiu 0,74% em maio, sinalizando desaquecimento da economia. A ponta longa subiu com a disparada do dólar, impulsionada por incertezas sobre a resposta do Brasil às tarifas de 50% impostas pelos EUA. A tensão geopolítica aumentou com ameaças de novas tarifas à Rússia por parte de Trump, elevando o prêmio de risco. Internamente, o parecer de Arthur Lira sobre a isenção do IR e a expectativa de corte da Selic apenas em 2026, segundo o Itaú, também influenciaram o mercado.

Terça-feira (15/07/2025):
Os juros curtos ficaram estáveis, enquanto os médios e longos subiram, acompanhando os Treasuries e refletindo maior aversão ao risco externo. A PEC 66 sobre precatórios e o impasse no STF sobre o IOF adicionaram incertezas fiscais. O CPI dos EUA veio em linha com o esperado, mas analistas destacaram os efeitos das tarifas sobre a inflação. Reuniões entre autoridades brasileiras e americanas buscaram mitigar os impactos das tarifas. O Tesouro Nacional realizou leilões de LFTs e NTN-Bs, com volumes significativos, mas sem aceitação total.

Quarta-feira (16/07/2025):
Apesar da queda nos Treasuries, os juros futuros locais subiram nos vértices intermediários e longos, refletindo a continuidade do embate comercial com os EUA. O Departamento de Comércio americano abriu investigação sobre práticas comerciais brasileiras, elevando incertezas. A postura combativa do governo Lula frente às tarifas parece ter impulsionado sua popularidade, influenciando o cenário eleitoral. O PPI dos EUA veio benigno, mas rumores sobre a possível demissão de Jerome Powell pelo presidente Trump adicionaram volatilidade ao mercado.

Quinta-feira (17/07/2025):
A curva de juros recuou em todos os vértices, com mínimas intradia nos curtos, refletindo uma correção após a digestão das tensões comerciais e eleitorais. A decisão do STF de manter o aumento do IOF foi interpretada como positiva para o controle da inflação. O IGP-10 de julho recuou 1,65%, reforçando o cenário benigno de inflação. A queda do dólar e dos Treasuries também contribuíram para o alívio. O Tesouro Nacional realizou leilões com volumes reduzidos, sem impacto significativo sobre a curva.

Sexta-feira (18/07/2025):
A curva a termo abriu em quase todos os vencimentos, impulsionada pela crise política gerada por novo inquérito da PF contra Bolsonaro, que complicou o cenário eleitoral e as negociações comerciais com os EUA. A manutenção das medidas restritivas pelo STF e a reação de Trump aumentaram a tensão. Apesar disso, os vértices curtos permaneceram estáveis, com o mercado ancorado na expectativa de Selic em 15% até 2026. A alta dos Treasuries e o risco fiscal associado à possível reeleição de Lula também pressionaram os juros.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

A excelência é uma utopia, sempre há algo a melhorar!

Deixe suas críticas, correções, sugestões, dúvidas e também elogios! 

Faça Contato!

contato@rendafixapratica.com.br

Forte abraço

Jefferson Figueiredo – CGA

Gestor de Investimentos e Especialista em Investimentos de Renda Fixa