Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 366

Highlights (Resumo): Queda nas Taxas Juros

Principal(is) vetor(es): o mercado de renda fixa brasileiro foi marcado por movimentos mistos na curva de juros, refletindo um ambiente de incerteza tanto no cenário externo quanto doméstico. A semana começou com leve fechamento das taxas, impulsionado pela queda nos rendimentos dos Treasuries e pela revisão para baixo das expectativas de inflação no relatório Focus. Nos dias seguintes, a curva seguiu em queda moderada, acompanhando o alívio global nos juros e declarações do ex-presidente Donald Trump que influenciaram os mercados internacionais. A quarta-feira trouxe otimismo com o anúncio de um acordo comercial entre EUA e Japão, enquanto a quinta-feira foi marcada por uma abertura moderada da curva, em resposta à alta global dos juros e dados econômicos fortes nos EUA. Na sexta-feira, a proximidade da entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros elevou a percepção de risco, provocando leve abertura nos vértices intermediários e longos da curva. Apesar da volatilidade, a expectativa de manutenção da Selic em 15% ancorou os vértices curtos ao longo da semana. O impasse comercial com os EUA foi o principal fator de influência, enquanto os dados econômicos e os leilões do Tesouro tiveram impacto limitado.

Destaque(s): Guerra Comercial.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

O mercado de juros futuros (DI da B3) aumentou suas expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.

A projeção de quedas para as próximas 12 reuniões do Copom aumentou de -177,3 para -200,4 pontos-base. O CDI termina 2026 em 12,90% de 13,13% a.a. da semana anterior.

Para o fim de 2025 (próximas 4 reuniões), a expectativa alterou marginalmente para -1,5 ptb de 6,9 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,89% ao ano de 14,97% a.a. na semana anterior.

Já as expectativas dos economistas, medida pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam manutenção para 2025, com o CDI encerrando o ano em 14,90%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40% (-250 ptb).

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 5,10% para 5,09%. Há um mês, a mediana era de 5,23% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção caiu de 4,45% para 4,44%, enquanto há um mês estava em 4,50%.

A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 15,00%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – Semana de 21/07/25 à 25/07/2025

Segunda-feira (21/07/2025)
Em um dia de agenda econômica esvaziada e sem gatilhos específicos, a curva de juros operou em queda na segunda metade do pregão, acompanhando o alívio nos rendimentos dos Treasuries. A divulgação do relatório Focus, com leve redução na projeção do IPCA de 2026, contribuiu para o fechamento das taxas. A entrevista do ministro Fernando Haddad, com tom conciliatório sobre o impasse comercial com os EUA, também ajudou a conter a volatilidade. Apesar disso, o risco tarifário ainda é relevante, especialmente nos vértices mais longos da curva, que chegaram a tocar mínimas intradia.

Terça-feira (22/07/2025)
A curva de juros seguiu em queda em todos os vértices, impulsionada pelo recuo nos rendimentos dos Treasuries e pela ausência de indicadores domésticos relevantes. O relatório de receitas e despesas do governo, embora menos conservador, não elevou a percepção de risco fiscal. Declarações de Donald Trump sobre o presidente do Fed e sua defesa por juros americanos em 1% ao ano intensificaram a queda da curva americana, refletindo no Brasil. O leilão de títulos públicos teve baixa aceitação, especialmente para NTN-Bs e LFTs, sem impacto relevante na curva. O ambiente permanece volátil, com investidores atentos às negociações comerciais e à postura futura do Fed.

Quarta-feira (23/07/2025)
A curva a termo apresentou viés de baixa nos vencimentos curtos e intermediários, enquanto os vértices mais longos registraram leve alta. O movimento refletiu o otimismo gerado pelo anúncio de um acordo comercial entre EUA e Japão, que reduziu tarifas e abriu espaço para investimentos bilionários. A expectativa de novos acordos com a União Europeia e outros países sustentou o apetite por risco. No Brasil, a Selic deve permanecer em 15% até o primeiro trimestre de 2026, segundo projeções. A tensão comercial com os EUA e os ruídos políticos internos ainda geram cautela, mas o foco do Copom segue sendo o cenário doméstico.

Quinta-feira (24/07/2025)
Influenciada pela alta global dos juros, a curva a termo brasileira teve abertura em quase todos os vértices, embora de forma moderada. Dados positivos nos EUA, como queda nos pedidos de auxílio-desemprego e alta no PMI de serviços, frustraram expectativas de desaceleração econômica e reforçaram a manutenção da política monetária restritiva pelo Fed. Internamente, fatores como arrecadação favorável, ausência de prisão de Jair Bolsonaro e percepção de impacto desinflacionário das tarifas americanas ajudaram a conter a pressão. O Tesouro ampliou a oferta de prefixados, com destaque para a emissão da LTN 2032, sinalizando maior protagonismo desses papéis no segundo semestre.

Sexta-feira (25/07/2025)
Com a proximidade da entrada em vigor da tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, o mercado precificou a baixa probabilidade de acordo, provocando leve abertura da curva a partir dos vértices intermediários. O IPCA-15 de julho, ligeiramente acima do esperado, teve impacto limitado. As taxas curtas permaneceram estáveis, ancoradas na expectativa de manutenção da Selic. A falta de resposta dos EUA às tentativas de negociação lideradas por Geraldo Alckmin e os ruídos políticos aumentaram a incerteza. A equipe econômica do Santander destacou que, apesar da redução de prêmios em alguns vértices, o risco tarifário ainda sustenta parte da inclinação da curva.

 

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

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Jefferson Figueiredo – CGA

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