Highlights (Resumo): Queda nas Taxas Juros
Principal(is) vetor(es): Durante a semana de 11 a 15 de agosto de 2025, o mercado de renda fixa brasileiro apresentou uma tendência geral de alívio na curva de juros, com quedas significativas nos vértices intermediários e longos. O movimento foi impulsionado por fatores internos e externos, como a melhora nas expectativas de inflação, evidenciada pelo Boletim Focus e pelo IPCA de julho abaixo do esperado, além de dados fracos de atividade econômica, como vendas no varejo e serviços com leitura mista. No cenário internacional, a possibilidade de cortes de juros pelo Federal Reserve em setembro também favoreceu o ambiente. A curva passou a precificar maior probabilidade de início do ciclo de flexibilização da Selic já em dezembro, com a taxa básica permanecendo em 15% até lá. Apesar de ruídos políticos, como o cancelamento da reunião entre o ministro Fernando Haddad e o Tesouro dos EUA, e declarações duras do governo brasileiro sobre o tarifaço, o mercado reagiu com moderação. O desempenho dos leilões do Tesouro e a valorização do real também contribuíram para o comportamento mais benigno dos juros futuros.
Destaque(s):Copom, Fed e Inflação
O mercado de juros futuros (DI da B3) aumentou suas expectativas de quedas da Selic em relação à sexta-feira anterior.
A projeção de quedas até a 4R/2027 aumentou de -256,6 para -275 pontos-base.
A projeção de quedas para as próximas 11 reuniões do Copom aumentou de -221,4 para -250,8 pontos-base. O CDI termina 2026 em 12,39% de 12,69% a.a. da semana anterior.
Para o fim de 2025 (próximas 3 reuniões), a expectativa alterou marginalmente para -11,8 ptb de -4,9 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,78% ao ano de 14,85% a.a. na semana anterior.
Já as expectativas dos economistas, medida pela mediana do Boletim Focus dos últimos 5 dias, indicam manutenção para 2025, com o CDI encerrando o ano em 14,90%. Para 2026, a projeção Focus aponta um CDI terminal de 12,40% (-250 ptb).”
No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 5,05% para 4,95%. Há um mês, a mediana era de 5,10% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção caiu de 4,41% para 4,40%, enquanto há um mês estava em 4,45%.
A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 15,00%. Para o final de 2026 se manteve em 12,50%, há um mês atrás era 12,50%.
Segunda-feira (11/08/2025):
O mercado de juros iniciou a semana com forte fechamento da curva a termo, impulsionado pela queda dos rendimentos dos Treasuries após especulações sobre substitutos mais “dovish” para Jerome Powell no Fed. No Brasil, a melhora nas expectativas de inflação, evidenciada pelo Boletim Focus, contribuiu para a queda das taxas, especialmente nos vértices longos. A Selic permaneceu em 15%, com apostas de corte concentradas em março de 2026. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, destacou a resiliência do mercado de trabalho e os efeitos mistos da política monetária. A tensão comercial entre Brasil e EUA, com o cancelamento de reunião entre Haddad e o Tesouro americano, também influenciou o cenário.
Terça-feira (12/08/2025):
A divulgação do IPCA abaixo do esperado reforçou o viés desinflacionário e aumentou as apostas de corte da Selic já em dezembro. A curva de juros refletiu esse otimismo, com o DI de janeiro de 2027 operando abaixo de 14% pela primeira vez desde maio. O CPI dos EUA veio em linha com as expectativas, permitindo ao Fed manter a possibilidade de corte em setembro. O Tesouro Nacional teve sucesso em leilões de NTN-B e LFT, com pouca reação do mercado. Economistas apontaram que o Copom pode iniciar o ciclo de afrouxamento monetário antes do previsto, apesar do tom cauteloso da última ata.
Quarta-feira (13/08/2025):
A curva a termo reagiu às declarações duras do governo brasileiro contra o tarifaço dos EUA, com vencimentos intermediários e longos em alta. O pacote “Brasil Soberano”, anunciado por Haddad e Lula, trouxe medidas esperadas, como crédito subsidiado e apoio às exportações, sem impacto relevante nas contas públicas. Dados fracos do varejo reforçaram a discussão sobre corte da Selic, com o mercado precificando 50% de chance de início do ciclo em dezembro. A pressão sobre os DIs foi tímida, mas perceptível durante os discursos políticos.
Quinta-feira (14/08/2025):
Apesar da alta dos Treasuries e dados resilientes do setor de serviços, a curva a termo brasileira teve viés de queda nos vértices intermediários e longos. O IPCA e o varejo mostraram fraqueza, enquanto os serviços surpreenderam positivamente, mas com leitura mista. O Tesouro realizou um dos maiores leilões de prefixados do ano, com aceitação integral. A expectativa de corte da Selic em dezembro ganhou força, com a curva precificando 40% de chance. Economistas apontaram que o BC pode suavizar o discurso restritivo nas próximas comunicações.
Sexta-feira (15/08/2025):
Com agenda doméstica esvaziada e liquidez reduzida, o mercado seguiu a tendência da semana, com viés de queda nas taxas futuras. A curva se descolou do exterior, sustentada pela valorização do real e sinais de desaceleração da economia brasileira. O IPCA de julho, vendas no varejo e dados de serviços indicaram perda de tração, fortalecendo apostas de corte da Selic. A curva passou a indicar maior magnitude de redução, com expectativa de início do ciclo em dezembro. O cenário externo, com possível corte de juros pelo Fed, também favoreceu o movimento.
Fonte: Broadcast
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