Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 375

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros

Principal(is) vetor(es): Durante a semana de 22 a 26 de setembro de 2025, o mercado de renda fixa foi marcado por forte volatilidade e sensibilidade a fatores políticos, fiscais e externos. Na segunda-feira, os juros futuros subiram com força diante da deterioração do cenário político doméstico e preocupações fiscais, impulsionadas pelas manifestações contra a PEC da Blindagem e pela aplicação da Lei Magnitsky à esposa de Alexandre de Moraes 1. Na terça-feira, houve reversão do movimento, com queda nas taxas em resposta à aproximação diplomática entre Lula e Donald Trump na ONU, além do recuo do dólar e dos Treasuries 2. A quarta-feira foi de alta contida, com o mercado reagindo à correção dos Treasuries e à expectativa de encontro entre os presidentes, enquanto a aprovação da isenção de IR para salários até R$ 5 mil no Senado também influenciou moderadamente 3. Na quinta-feira, os juros voltaram a subir, pressionados por leilão expressivo de títulos prefixados e pela postura conservadora do Banco Central no Relatório de Política Monetária, que reforçou a manutenção da Selic em 15% 4. Já na sexta-feira, o mercado teve viés de queda nos vértices curtos e intermediários, com leve alta nos longos, refletindo dados americanos mistos e declarações do BC que mantiveram o tom cauteloso. A semana terminou com inclinação da curva a termo, influenciada por fatores externos, fiscal doméstico e forte emissão de títulos pelo Tesouro Nacional.

Destaque(s): Risco Político, Fed e Risco Fiscal

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

📉 Expectativas de Mercado para a Selic (DI Futuro da B3)

O mercado de juros futuros (DI da B3) reduziu suas expectativas de cortes na taxa Selic em relação à sexta-feira anterior.

Para o horizonte até a 4R/2027, a projeção acumulada de queda passou de -260,5 para -246,7 pontos-base.

Para as próximas 11 reuniões do Copom, a expectativa de corte reduziu de -229,2 para -215,7 pontos-base, com o CDI projetado para o fim de 2026 em 12,74%, ante 12,61% na semana anterior.

Para o fim de 2025 (próximas 2 reuniões), houve uma alteração marginal na expectativa de corte: de -4,6 para -3,1 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,87% ao ano, ante 14,85% na semana anterior.

📊 Expectativas dos economistas(Boletim Focus-Mediana dos últimos 5 dias):

Para 2025, a projeção indica manutenção , com o CDI encerrando o ano em 14,90%.

Para 2026, a mediana Focus aponta um CDI terminal de 11,90%, equivalente a -300 pontos-base de corte. .

Para o horizonte até a 4R/2027, a projeção acumulada considera -400 pontos-base de queda.

Expectativas de mercado para o Copom no DI Futuro da B3

Variação Semanal das Taxas de Juros Futuros DI B3

No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 4,83% para 4,81%. Há um mês, a mediana era de 5,09% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção caiu de 4,29% para 4,28%, enquanto há um mês estava em 4,44%.

A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 15,00%. Para o final de 2026 se manteve em 12,25%, há um mês atrás era 12,50%.

Resumos diários do Mercado de Juros e Renda Fixa na semana

Resumo Semanal dos Juros Futuros – 22/09/25 à 26/09/2025

Segunda-feira (22/09/2025)
Na segunda-feira, os juros futuros apresentaram forte alta, influenciados pela deterioração do cenário político e fiscal doméstico. As manifestações contra a PEC da Blindagem e a anistia a golpistas foram interpretadas como um enfraquecimento da direita para as eleições de 2026, elevando os prêmios de risco. A aplicação da Lei Magnitsky à esposa do ministro Alexandre de Moraes intensificou o movimento de aversão ao risco. Discussões legislativas sobre aumento de gastos públicos, como a isenção do IR para rendas até R$ 5 mil e o pacote de socorro às empresas afetadas pelo tarifaço, também pressionaram a curva de juros. Apesar do anúncio de contenção de R$ 12,1 bilhões em despesas discricionárias, não houve reação significativa. O boletim Focus interrompeu a melhora nas expectativas inflacionárias, e declarações de dirigentes do Fed indicaram cautela na política monetária americana, contribuindo para o aumento dos rendimentos dos Treasuries.

Terça-feira (23/09/2025)
Na terça-feira, os juros futuros recuaram, revertendo as altas da sessão anterior, impulsionados por sinais de aproximação diplomática entre os presidentes Lula e Donald Trump durante a Assembleia-Geral da ONU. A expectativa de resolução de impasses com os EUA e o recuo do dólar e dos Treasuries favoreceram o movimento. Declarações de Jerome Powell, presidente do Fed, indicaram continuidade na análise de dados econômicos para decisões futuras, com destaque para riscos no mercado de trabalho. A ata do Copom, embora ofuscada pelas atenções voltadas aos EUA, manteve viés restritivo, apontando incertezas externas e riscos fiscais domésticos. A curva de juros passou a precificar maior probabilidade de corte da Selic em janeiro de 2026. O Tesouro Nacional realizou leilão de NTN-Bs sem impacto relevante na curva futura.

Quarta-feira (24/09/2025)
Na quarta-feira, os juros futuros apresentaram alta moderada, influenciados pela correção firme dos Treasuries americanos e pela ausência de novidades relevantes na agenda doméstica. A expectativa positiva em torno de um possível encontro entre Lula e Trump continuou a reverberar, ajudando a conter pressões externas sobre a curva local. Dados fortes de vendas de moradias novas nos EUA e críticas de autoridades do governo Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, contribuíram para a abertura da curva americana. No Brasil, a liquidez foi baixa e o mercado operou em correção, com destaque para a aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado do texto que isenta do Imposto de Renda salários de até R$ 5 mil. A curva local mostrou menor correlação com a americana, refletindo a sinalização do Copom de manutenção da Selic em 15% por mais tempo.

Quinta-feira (25/09/2025)
Na quinta-feira, os juros futuros subiram, influenciados por um movimento global de aversão ao risco e por um leilão expressivo de títulos prefixados realizado pelo Tesouro Nacional. O IPCA-15 de setembro veio abaixo das expectativas, com desaceleração dos serviços e núcleos de inflação, mas o alívio foi limitado pelo tom hawkish do Banco Central no Relatório de Política Monetária, que manteve projeções de inflação em 3% até 2028 e revisou o hiato do produto para cima. A curva foi pressionada pelo risco embutido no leilão, que teve sensibilidade aos juros 20% maior que a média anual. No cenário externo, declarações de dirigentes do Fed indicaram cautela na flexibilização monetária. No campo político, a negativa de Tarcísio de Freitas sobre candidatura presidencial também contribuiu para a cautela no mercado.

Sexta-feira (26/09/2025)
Na sexta-feira, os juros futuros apresentaram viés de queda nos vértices curtos e intermediários, acompanhando o recuo do dólar. Os vencimentos mais longos inverteram o sinal à tarde, seguindo a abertura dos Treasuries, em um movimento tímido e sem eventos específicos. Dados americanos como o PCE e o índice de sentimento do consumidor vieram em linha ou abaixo das expectativas, reforçando a possibilidade de mais cortes nos juros pelo Fed. No Brasil, o IPCA-15 abaixo do esperado e a ata do Copom com tom ligeiramente mais brando não foram suficientes para reanimar apostas de cortes na Selic ainda em 2025. O Relatório de Política Monetária manteve projeções conservadoras e destacou riscos fiscais e de governança. A semana terminou com inclinação da curva a termo, influenciada por fatores externos e pela forte emissão de títulos pelo Tesouro.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Classificação dos Rendimentos Mensais, Ano e 12 Meses da Renda Fixa

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

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Jefferson Figueiredo – CGA

Gestor de Investimentos e Especialista em Investimentos de Renda Fixa