Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros Longas
Principal(is) vetor(es): a semana foi marcada por forte volatilidade na curva de juros, refletindo a combinação de fatores fiscais, políticos e econômicos. O início da semana trouxe leve alívio com a sinalização de aproximação diplomática entre os presidentes Lula e Trump, mas a cautela com o cenário fiscal e o tom conservador do Banco Central limitaram os ganhos. Na terça-feira, a desidratação da MP 1.303 reacendeu temores sobre a sustentabilidade fiscal, pressionando os DIs longos. A quarta-feira inverteu a tendência, com queda nas taxas diante da expectativa de rejeição da MP, interpretada como derrota política do governo e possível freio em gastos. A surpresa baixista com o IPCA de setembro reforçou o movimento de queda na quinta-feira, reacendendo apostas de corte da Selic em janeiro de 2026. Contudo, na sexta-feira, a aversão ao risco global, impulsionada pelo anúncio de Trump sobre tarifas à China e rumores de novos pacotes fiscais domésticos, reverteram parte do alívio, elevando os prêmios de risco e inclinando a curva. A semana terminou com os DIs curtos em leve queda e os longos em alta, refletindo um ambiente de incerteza fiscal e política, apesar de sinais positivos na inflação.
Destaques: Fiscal, MP 1.303 e IPCA
📉 Expectativas de Mercado para a Selic (DI Futuro da B3)
O mercado de juros futuros (DI da B3) alterou marginalmente suas expectativas de cortes na taxa Selic em relação à sexta-feira anterior.
Para o horizonte até a 6R/2027, a projeção acumulada de queda passou de -208,9 para -206,7 pontos-base.
Para as próximas 10 reuniões do Copom,a expectativa de corte aumentou de -191,2 para -206,7 pontos-base, com o CDI projetado para o fim de 2026 em 12,83%, ante 12,99% na semana anterior.
Para o fim de 2025 (próximas 2 reuniões), houve uma alteração marginal na expectativa de corte: de -1 para -3,6 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,86% ao ano, ante 14,89% na semana anterior.
📊 Expectativas dos economistas(Boletim Focus-Mediana dos últimos 5 dias):
Para 2025, a projeção indica manutenção , com o CDI encerrando o ano em 14,90%.
Para 2026, a mediana Focus aponta um CDI terminal de 12,40%, equivalente a -250 pontos-base de corte. .
Para o horizonte até a 6R/2027, a projeção acumulada considera -450 pontos-base de queda.
No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 4,80% para 4,72%. Há um mês, a mediana era de 5,09% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção caiu de 4,28% para 4,28%, enquanto há um mês estava em 4,44%.
A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 15,00%. Para o final de 2026 se manteve em 12,25%, há um mês atrás era 12,50%.
Segunda-feira (06/10/2025)
O mercado de juros iniciou a semana com leve alívio, impulsionado pelo tom diplomático da conversa entre os presidentes Lula e Donald Trump, que sinalizaram um possível encontro futuro. Essa aproximação contribuiu para uma modesta queda nas taxas dos DIs curtos e intermediários, embora os contratos mais longos tenham encerrado o dia praticamente estáveis. A cautela persistiu devido à rigidez fiscal e ao discurso conservador do Banco Central, reforçado por Gabriel Galípolo. O boletim Focus mostrou expectativas inflacionárias ainda desancoradas no médio prazo, o que reforça a percepção de que o BC manterá uma postura firme. A ausência de indicadores relevantes na agenda também limitou movimentos mais expressivos na curva.
Terça-feira (07/10/2025)
As taxas futuras de juros voltaram a subir, especialmente nos vencimentos longos, refletindo o aumento da percepção de risco fiscal após a desidratação da MP 1.303, que previa alternativas ao aumento do IOF. A redução na estimativa de arrecadação para 2026 e a exclusão de dispositivos que aumentariam a tributação sobre investimentos e apostas online geraram preocupações sobre a sustentabilidade das contas públicas. A possibilidade de renúncia fiscal com a gratuidade no transporte público e o avanço de pautas populistas em ano pré-eleitoral também contribuíram para a pressão na curva. A XP Investimentos revisou sua projeção para o início do ciclo de cortes da Selic de janeiro para março de 2026, mantendo a taxa terminal em 12%.
Quarta-feira (08/10/2025)
Os juros futuros encerraram o dia em queda mais acentuada, com destaque para os vencimentos intermediários e longos. A principal razão foi a percepção de que a MP 1.303 não seria aprovada, o que implicaria em necessidade de cortes de gastos por parte do governo. A derrota da medida foi interpretada como sinal de enfraquecimento político do Executivo, reduzindo suas chances de reeleição. A proposta de unificação da alíquota do IR para investimentos em 18% foi criticada por gerar distorções. Apesar da queda nas taxas, o risco fiscal permaneceu elevado, com discussões sobre novos gastos e a aprovação de medidas como a PEC 14, que prevê aposentadoria integral para agentes de saúde, mantendo o tema fiscal no centro das atenções.
Quinta-feira (09/10/2025)
A divulgação do IPCA de setembro abaixo do esperado impulsionou uma forte queda nos juros futuros, especialmente nos trechos intermediários e longos da curva. A inflação de serviços e seus núcleos vieram significativamente abaixo das expectativas, reforçando a percepção de desinflação em curso. Isso elevou as apostas de corte da Selic em janeiro de 2026 para 55%, frente aos 48% do dia anterior. A rejeição da MP 1.303 também contribuiu para o alívio, ao evitar distorções no mercado de renda fixa. Apesar disso, o IPCA acumulado em 12 meses ainda está acima da meta, o que limita cortes no curto prazo. O Tesouro Nacional manteve postura conservadora nos leilões, ofertando volumes reduzidos de títulos.
Sexta-feira (10/10/2025)
O mercado de juros reverteu parte da queda da véspera, com alta nas taxas intermediárias e longas, influenciado por fatores externos e internos. O anúncio do presidente Trump sobre aumento de tarifas contra a China reacendeu temores de guerra comercial, provocando fuga de capitais de mercados emergentes e valorização do dólar. Internamente, a notícia sobre um possível “pacote de bondades” de R$ 100 bilhões e a liberação de R$ 36,9 bilhões para financiamento habitacional reforçaram preocupações fiscais. A curva de juros ganhou inclinação na semana, com o DI para 2027 recuando 11 pontos-base, enquanto os contratos para 2029 e 2031 avançaram 3 e 5 pontos-base, respectivamente, refletindo um ambiente de incerteza fiscal e política.
Fonte: Broadcast
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