Highlights (Resumo): Queda marginal nas Taxas de Juros Longas
Principal(is) vetor(es): A semana foi marcada por volatilidade moderada na curva de juros, com movimentos influenciados por fatores externos e domésticos. No cenário internacional, declarações conciliadoras entre EUA e China e expectativas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve contribuíram para o alívio nos vértices mais longos. No Brasil, a rejeição da MP 1.303 e a ausência de alternativas fiscais concretas geraram cautela, especialmente nos trechos intermediários e curtos da curva. O leilão agressivo do Tesouro Nacional e a possibilidade de manobras legislativas para ampliar gastos fora do arcabouço fiscal também pressionaram os prêmios de risco. Apesar de dados mistos de atividade econômica, como o IBC-Br abaixo do esperado e o varejo mais forte, o mercado manteve a leitura de Selic estável até o início de 2026. A curva terminou a semana com leve abertura nos vértices longos, refletindo a persistente incerteza fiscal.
Destaques: Fed, Fiscal, Tesouro Nacional
📉 Expectativas de Mercado para a Selic (DI Futuro da B3)
O mercado de juros futuros (DI da B3) aumentou suas expectativas de cortes na taxa Selic em relação à sexta-feira anterior.
Para o horizonte até a 6R/2027, a projeção acumulada de queda passou de -206,7 para -220,4 pontos-base.
Para as próximas 10 reuniões do Copom,a expectativa de corte alterou marginalmente de -206,7 para -211,6 pontos-base, com o CDI projetado para o fim de 2026 em 12,78%, ante 12,83% na semana anterior.
Para o fim de 2025 (próximas 2 reuniões), houve uma alteração marginal na expectativa de corte: de -3,6 para -2,5 pontos-base, com o CDI terminal projetado em 14,88% ao ano, ante 14,86% na semana anterior.
📊 Expectativas dos economistas(Boletim Focus-Mediana dos últimos 5 dias):
Para 2025, a projeção indica manutenção , com o CDI encerrando o ano em 14,90%.
Para 2026, a mediana Focus aponta um CDI terminal de 12,03%, equivalente a -287,5 pontos-base de corte. .
Para o horizonte até a 6R/2027, a projeção acumulada considera -450 pontos-base de queda.
No Relatório de Mercado Focus da semana, a projeção para a inflação oficial de 2025 caiu de 4,72% para 4,70%. Há um mês, a mediana era de 5,09% , acima do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%, e do alvo central de 3,0%. Para 2026, a projeção caiu de 4,28% para 4,27%, enquanto há um mês estava em 4,44%.
A mediana da Taxa Selic – Meta (% a.a.) projetada para o fim de 2025 se manteve em 15,00%, há um mês atrás era 15,00%. Para o final de 2026 se manteve em 12,25%, há um mês atrás era 12,50%.
Segunda-feira (13/10/2025)
Os juros futuros apresentaram queda moderada, influenciados pela valorização do real e pela ausência dos Treasuries devido ao feriado nos EUA. Apesar da melhora do dólar, o mercado de juros foi pouco beneficiado, refletindo cautela diante do impasse fiscal doméstico após a rejeição da MP 1.303. A expectativa gira em torno da reunião do presidente Lula com ministros na quarta-feira para discutir alternativas de receita. O boletim Focus trouxe nova queda nas projeções de inflação para 2025, mas as expectativas de longo prazo seguem distantes da meta, o que limita a possibilidade de flexibilização monetária. O Barclays projeta início de cortes na Selic apenas em março de 2026.
Terça-feira (14/10/2025)
As taxas de juros continuaram em queda comedida, influenciadas pela desaceleração do dólar e pela queda nos rendimentos dos Treasuries. Declarações conciliadoras de autoridades americanas sobre a relação com a China e falas de Jerome Powell, presidente do Fed, indicando fraqueza no mercado de trabalho, reforçaram expectativas de novos cortes de juros nos EUA. No Brasil, a Pesquisa Mensal de Serviços mostrou leve alta, sinalizando resistência da atividade, mas com indícios de desaceleração. A audiência de Fernando Haddad no Senado sobre isenção do IR teve pouco impacto fiscal, mantendo o viés de baixa na curva de juros.
Quarta-feira (15/10/2025)
A curva de juros apresentou comportamento misto: os vértices curtos subiram, enquanto os intermediários e longos caíram moderadamente. O movimento foi impulsionado por expectativas de afrouxamento monetário nos EUA, com declarações de dirigentes do Fed sugerindo cortes adicionais ainda em 2025. No Brasil, falas conservadoras do diretor de política monetária do BC e dados de varejo acima do esperado reforçaram a manutenção da Selic em patamar elevado. Discussões sobre possível corte nos preços da gasolina pela Petrobras surgiram como fator potencial de alívio inflacionário, mas ainda sem impacto relevante na curva.
Quinta-feira (16/10/2025)
Os juros futuros intermediários e longos subiram levemente, contrariando o recuo dos Treasuries e do dólar. A alta foi motivada por preocupações com o rombo fiscal de 2026 e pela insistência do governo em propostas já rejeitadas, como a MP 1.303. O leilão do Tesouro Nacional, com oferta integral de títulos prefixados, também pressionou a curva. A decisão do TCU de suspender temporariamente a obrigatoriedade de contingenciamento de gastos adicionou incerteza. O IBC-Br veio abaixo do esperado, reforçando o cenário de desaceleração gradual da atividade, mas sem alterar a expectativa de manutenção da Selic.
Sexta-feira (17/10/2025)
Apesar da valorização do real e do tom mais conciliador entre EUA e China, os juros futuros mantiveram viés de alta nos trechos intermediários e longos, refletindo preocupações fiscais internas. A liquidez foi reduzida e não houve divulgação de indicadores relevantes. Notícias sobre manobras legislativas para aprovar gastos fora do arcabouço fiscal, como o PLP 163/2025, aumentaram a cautela. A curva de juros encerrou a semana com leve abertura nos vértices longos, em meio à percepção de um governo expansionista e à ausência de medidas concretas para conter o avanço das despesas públicas.
Fonte: Broadcast
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